24.

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Ana

- vai conversar agora?- pergunto olhando pra ele que respira fundo e me olhar.

A gente acabou de terminar de comer um hambúrguer, estávamos cheios e morrendo de sono, mas eu queria saber mais do Gabriel.

- sobre eu e Caroline né- afirmo com a cabeça - a gente já teve um rolo, tem mais de um ano que ficamos juntos e pá, mas nada sério pô.

- você ficava com ela mais de um ano, mas nada sério?- repito realmente assustada com o jeito sem coração do Gabriel falar.

-sim pô, nosso lance era sem compromisso e sem cobrança, foi o combinado- ele diz olhando pra galera passando e depois volta me olhando - só que ela veio com ideia de querer saber meu nome, cobrar uma relação que não existe e acabou nosso rolo- ele segura nas próprias mãos estralando.

Realmente fiquei com dó da Carol, ela era muito bonita e resolvida de sí, não sabia que correria atrás do Ret. Agora sobre o nome, porque ele não disse o nome dele pra ela? Se eles estavam juntos a um ano.

- porque não disse seu nome pra ela? Vocês estavam juntos a um ano, Gabriel!

-não quero que saibam meu nome, eu não confiava nela e também ficava com outras. Não tinha o porquê de fingir ser fiel sendo que eu não era.

- e porque me disse seu nome na segunda vez que te vi- digo rápido sem pensar e ele desvia o olhar de mim.

- tu é diferente Ana- sua voz calma sai baixa- tu é de confiança, bem resolvida das coisas e pá, e sentir confiança e falei pô.

-Não faz sentido, Ret - ele fica com o semblante sério.

- pra mim faz- ele diz se levantando com o semblante todo sério.

Já estava sem paciência com o Gabriel, ele sempre faz isso, quando não gosta de algo ele se levanta e foge, vai embora como nada tivesse acontecido, isso me irritava.

- sério isso?- pergunto me levantando fazendo ele parar de costas pra mim- vai fazer sempre a mesma coisa, se levanta e fugir do assunto, querer ir embora ?- digo séria em tom baixo pra ele escutar .

- não complica as coisas Ana!- ele fala ainda de costas pra mim.

Gabriel apoia uma perna no muro baixo e pega algo no seu bolso, coloca na boca e acende com isqueiro.

- porque ret?- ele solta fumaça e se vira pra mim, aquele cheiro de maconha que eu tanto odiava me fazia fazer uma careta e balança a mão ja frente do nariz pra tenta afastar o cheiro.

- qual foi Ana? Qual problema de tu saber meu nome pô, tu é amiga minha, né?- afirmo- então porra- ele volta a fumar.

Ele sabia que eu odiava que ele falasse palavrão, ainda mas perto de mim, sabia que ele odiava que fumasse perto de mim e ele fez tudo isso.

Eu apenas saio de perto dele e fico uns quatro metros de distância dele, me sento no muro novamente e fico olhando a vista da favela que só se dava pra vê as luzes de longe.

Escuto alguém se aproxima de mim e eu mantenho meu rosto sério olhando pra frente.

- foi mal - ele se senta no meu lado mas virado pra trás - fui grosso e pá

- você sabe que não estou brava com isso- interrompo ele que afirma com a cabeça

- tô ligado, mas fumar é a única coisa que me acalma Ana - ele diz olhando pro céu e eu me viro pra olhar pra ele.

- porque não tentar ir pra igreja? Vai que você encontra outra paz, algo que te acalme, não a maconha - digo olhando pra ele.

- já procurei muito Ana, nada me acalma mas- ele diz tricando o maxilar - vamo curtir pô, e esquece esses papos.

Afirmo me virando pra sair dali, ele se levanta e fomos juntos direção a moto, ele me estendeu o capacete e eu neguei e ele me olhou estranho.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora