Ana
-oque eu te falei?- minha mãe pergunta toda nervosa andando de um lado pro outro.
- eu só dei um passeio com ele- digo séria olhando pra ela que estava toda assustada - mãe, não precisa disso eu sou adulta já!
- lógico que precisa, ele é BANDIDO!- ela diz gritando.
Me assusto na hora, ela nunca foi de gritar comigo, e também não pode ficar muito nervosa, por conta de uns problemas de saúde, a pressão cai na hora.
- mãe, calma- chego perto dela tentando conversar e acalmar mas ela me empurra.
-sai de perto de mim!- ela grita e eu fico sem entender - eu não quero você junto do Ret, da pra entender?
Perdi toda minha paciência ali, sei que mãe é mãe, mas ela não o conhecia como conheço, ela conhece o Ret, o dono do morro, o traficante boladão, que não abaixa pra ninguém, e eu? Eu conheço o Gabriel, o que rir de bobeira, que se preocupar, que pede ajuda quando não está bem, o que tenta ter paciência comigo, e o Gabriel meu amigo...
- eu vou embora - digo autoritária olhando pro chão
- que?- ela se aproxima de mim toda nervosa - você não tem pra onde ir Ana Clara! Você não tem nem onde cair morta!
- eu dou um jeito - decido olhar pra ela que ia estava chorando na minha frente - eu te amo mas não dá pra viver dessa forma! Eu preciso crescer e evolui mãe! Mas parece que a senhora não entende isso.
Eu não tinha pra onde ir, mas eu dava um jeito de tentar buscar ajuda, talvez ligaria para o meu pai, ou falaria com meu primo, sei lá.
- você vai fazer isso comigo? Com tua mãe Ana!- ela passa a mão no rosto secando as lágrimas - a gente cria filho pro mundo mesmo né? Nunca te deixei nada faltar, sempre te ajudei e te dei tudo do bom e do melhor pra você fazer isso com sua mãe!
Respiro fundo.
- faltou a minha liberdade mãe - digo já sentindo meus olhos arde - nunca pude sair, viver nem nada disso, sempre estive estudando, e sendo presa dentro de casa, isso não faz bem mãe!- acabo me alterando e grito também
- faz oque você quer Ana Clara! Quando der errado, não adianta vim correndo atrás de mim- ela diz gritando indo pra cozinha me deixando sozinha na sala.
...
Arrumei minha mochila com coisas que realmente necessitava, tomei um banho, lavei o cabelo e tomei um banho bem demorado.
Quando entro no meu quarto, ou antigo quarto vejo meu celular no carregador tocando. Me aproximo olham quem era, esperando ser meu primo, por conta que mandei um áudio pra ele antes de ir tomar banho.
Mas era o Gabriel, ou melhor, o Ret.
-ana? Oque que tá pegando?- sua voz sai brava e curiosa.
- como assim?- pago de doida
- chegou em mim que tá tendo gritaria aí na tua casa pô, é por causa de mim? Eu vou aí falar com tua mãe, precisa disso não.
- nada ver com você! Nem tudo tem você no meio Ret! Se toca. Tchau estou ocupada - desligo antes de deixar ele falar algo.
Odiava como tudo chegava no ouvido do Ret! Fui grossa com ele sim, estava estressada, sem rumo e cansada, e ele não tinha que saber dos meus assuntos particulares.
Troco de roupa, vesti uma calça e um moletom, pego minha mochila e tiro meu celular do carregador e entro nas minhas mensagens para vê se o L7 respondeu.
E nenhuma resposta, estava tarde, uma hora da manhã, eu apenas sai de casa sem olhar pra trás, minhas coisas eu buscaria outro dia.
- tá indo aonde?- olho assutada pra ele.
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VIVAZ
FanfictionRet recebe a informação que tem moradoras novas no morro, era uma mãe e filha, as duas crentes, mas a primeira impressão de Ana e Ret não foi uma das melhores. Porém eles acabam criando uma aproximação, e descobrindo coisas passadas... 31/10/23