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Ana
30 de maio

- como assim filha? Você saio do seu emprego? - minha mãe diz com a mão na boca e seu rosto estava de preocupação.

- fui demitida - ela arregala os olhos.

- porque?

- a mãe, eles arrumaram alguém melhor, e colocaram a desculpa do porque eu moro longe, e na favela - digo baixo.

Estava realmente chateada, era meu primeiro emprego sabe, e eu estava gostando por mas que era muito cansativo, além de atender as pessoas, eu tinha que limpar o restaurante todo no final, lavar banheiro, lavar louça, meu horário de almoço era as três horas da tarde.

E isso me deixou cansativa, perdia o horário, e acabei recebendo a notícia que eu estava demitida.

sempre sentir eles não se aproximarem perto de mim, também sempre ficava alguém me vigiando para que eu não roubasse nada, e eu nem sou ladra.

Tudo isso só porque moro na favela!

- filha você consegue um melhor -  minha mãe vem me abraçando.- Deus está no controle.

-amem

Fazia semanas que eu não via minha mãe, ela ficou tão preocupada com a minha tia que acabou ficando bastante tempo lá, lógico que eu não iria falar pra ela não ir, até porque é irmã dela.

...

-me fala Ana Clara, você está se envolvendo com alguém?

Eu tento raciocinar oque estava acontecendo, mas não tinha entendido direito, era madrugada e minha mãe veio aqui no meu quarto.

Disse que teve um sonho comigo, onde eu corria muito risco, e logo depois apareci com barriga de grávida.

- mãe...- tento abri os olhos - eu quero dormi, para de loucura.

- eu tô te falando Ana Clara, foi uma revelação, tenho certeza- ela respira fundo - se eu sonhar que você tá fazendo coisa errada Ana Clara.... Você tem que vigiar garota.

Acho que na mente dela eu ainda tinha 14 anos.

- mãe eu não sou mais criança- digo me levantando, passo a mão nos meus olhos pra tentar deixa-los abertos.

- eu sei, mas você é crente filha, não pode se envolver assim- ela fica quieta e logo arregala os olhos - você está com o Ret?

Eu olho pra ela sem entender, da onde ela tirou isso.

- que?

- filha ele é traficante, bandido, eu não quero mas você junto dele Ana Clara, está me entendendo?- ela diz toda séria.

- mãe para de colocar as coisas na cabeça, tudo que vc tá falando nem faz sentido, me acordando essas horas pra falar coisa que não existe - digo séria, já estava perdendo a paciência.

- estou falando sério Ana Clara! Não quero você junto daquele homem

- fala isso pra ele então, porque a senhora fala mais com ele do que eu- digo me deitando novamente na minha cama.

Acho que ela ficou brava e começou a falar um monte, que eu estava desrespeitando ela, que eu não era assim e isso era culpa do Ret, e que eu tenho que respeitar meus país e honrar, e depois colocou a mão na minha cabeça e começou a orar.

Depois disso ela saio do meu quarto indo pro dela, Deus que me perdoe mas eu dei graça a Deus por isso .

Mas outra coisa me fez despertar do meu sono, a porcaria do meu celular tocando.

-alo?

- criança?

- porque está me ligando essas horas Gabriel?

- é que....- a ligação fica em silêncio

- são quatro horas da manhã - digo morrendo de sono

- to ligado pô, nem sei porque tô te ligado - sua voz estava baixa

- oque aconteceu?- fico preocupada

- tô muito bem não- ele diz baixo

- oque tá sentindo?

- meu corpo tá todo dolorido, tô com umas paradas estranha pô - sua voz sai toda embargada

- eu não consigo ir aí te ajudar, mas me escuta, procurar algum remédio pra dor

- eu não sei qual que é

- acorda sua mãe

- eu não tô na casa dela casa

- olha, procura remédio e me fala os nomes que tu achou - a ligação fica calada, mas escuto os barulhos das gavetas abrindo.

- dipirona?

- isso, toma esse remédio e vai deitar

- beleza, valeu

- melhoras, vai me avisando tá?

- harran- sua voz sai baixa

Ligação encerrada

Finalmente vou dormir, estava morrendo de sono, parecia que ninguém me deixava dormir hoje.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora