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Escutava muitas vozes conversando, e isso me deixava agoniado sem entender dessa fita.

Oque tá rolando?

Minha boca seca, cabeça doendo, não conseguia abrir os olhos que doía.

Era horrível!

- Gabriel, vamos tira a entubação, vou aplicar um remedinho na sua veia pra não sentir dor, ok?- a voz diz e eu nem consigo me mexer.

Sentir a agulha no meu braço, não deu 1 minuto e meus pensamentos sumiram e tudo ficou preto novamente.

Alguma horas depois

- vou deixar vocês dois a sós - escuto a voz desconhecida falar.

- obrigada doutora - a voz delicada diz e meu coração disparar.

Conhecia aquela voz como nunca, era como se tivesse passado alguns segundos, mas eu já estava morrendo de saudades da minha criança.

- Gabriel? Calma? seu coração não pode disparar assim- a voz diz e eu tento abrir meus olhos pra ver ela.

A luz incomodava mas eu insistir, até que pude ver seu rosto.

- Ana...- faço força pra falar, tudo doía, mas não era igual a dor de perde-la.

-você não pode fazer força, se acalma - ela diz tranquila pra mim e suas mãos são passada no meu cabelo.

- oque aconteceu?- minha voz sai roca, olho pra ela que respira fundo.

- você estava bêbado, havia bebido demais e surtou, matou um inocente por conta de ciúmes e fez um show na rua... No final você me falou várias coisas que só de lembrar dói meu coração sabe, e depois disso você puxou a arma e atirou em direção a sua cabeça. Mas a bala não foi diretamente na cabeça, ela acabou pegando no seu ouvido direito, e o tanto de sangue que você perdeu te fez desmaiar.

- eu não errei o tiro- digo tentando lembrar.

Eu sabia que não tinha errado o tiro, sei qual o lugar que matar e oque não matar. Mas muito difícil eu errar um tiro parceiro.

- pois é, o dono do morro que matou várias pessoas sua vida toda, errou o tiro, graça a Deus - Ana sorrir- eu acredito que foi Deus que não te deixou acerta a veia, porque você é treinado em atirar, Deus não te deixou morrer Gabriel!

Parada louca, não fazia sentido nenhum, como eu atirei errado?

- seu ouvido direito não funciona mas, porém tem aparelhos que faz você ouvir, a médica disse que vai fazer as coisas devagar e com calma, como você ficou dois anos em coma vai ter fazer fisioterapia pra movimentação dos seus músculos.

- 2 anos?- tá doido, dois anos deitado em uma cama.

- sim, todo mundo disse que você não tinha jeito, você levou vários choques para acorda e nada, eu orei Gabriel, orei por você, que se Deus te desse outra chance de vida a gente recomeçaria tudo novamente do 0, de forma certa.

Pô, tentar entender tudo que estava acontecendo me deixava louco, mas uma coisa eu sabia que eu amava essa mulher!

- ele me deu outra chance, né?- digo sorrindo de lado e ela dar uma sorriso desviando o olhar do meu.

- sim

- então a gente tá junto ainda?- ela afirma agora quem ficou feliz foi eu- então vamo embora daqui pô, lugar ruim de ficar.

Me sento na cama rápido.

- não! Você não pode se movimentar assim, espera a doutora chegar.

- que doutora oque Ana, eu quero embora com minha mulher pô, cadê meu filho?- pergunto serinho olhando prós lados procurando o moleque.

- seu filho cresceu Gabriel - ela diz me deitando denovo na maca.

- imagino que ele deve tá um homem já - digo pensando.

- bom, esses dois anos com o dono do morro fora porque foi tentar se matar, poze assumiu o morro, e ele assumiu a responsabilidade de treinar o Hariel, esses dois anos ele treinou junto com o menino que agora está um homem! Hariel tá assumindo teu morro a 3 meses atrás, e graça a Deus está comandando tudo certinho.

- serião?- abro a boca surpreso.

Eu nem imaginava essa fita, meu moleque assumindo meu morro pô, mó orgulho.

-licença - a mulher de branco entra no quarto - bom dia Gabriel! vamos fazer alguns exames, tudo bem?

Ela entrar e vem na minha direção com uma malinha de médico.

- quando vou poder ir embora?- pergunto.

- assim que vermos que está tudo bem com você, teve muita sorte em! Dois anos em coma não é brincadeira - ela sorrir toda educada.

Ana se afasta e se sentar no sofá ao lado e eu fico quieto enquanto a mulher pegava alguns papéis.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora