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Ana


-oi amiga - Letícia diz dando beijo no meu rosto.

- oi lê

- tanto tempo que não venho pro baile aqui no morro, nossa! Tô ansiosa.

- eu também, e olha que eu moro aqui - rimos juntas.

Entrei no carro e a Letícia também, Gabriel deixou eu dirigir hoje, então já sabe né.

- vou colocar o carro no fundo - digo pra ela que assente.

...

Eram onze horas da noite, o baile já estava lotado, era tanta muvuca que eu nem estava achando o camarote.

- vamo compra bebida - Letícia me puxa pro barzinho e eu sigo ela.

Eu não era de beber, até porque antes eu seguia igreja e tal. Mas eu curtia uma batida.

- vou querer um copão- Letícia fala pro barmen- e tu mona?

- um suco de manga natural- digo.

Sentamos ali mesmo e ficamos conversando, logo de longe já vi um vapor conhecido, já sabia que o Ret estava de olho em mim.

- e como tá indo meu afilhado?- Letícia passa a mão na minha barriga toda feliz.

Eu chamei ela para ser ser madrinha do meu filho, a coitada quase desmaiou.

- graça a Deus ele está bem, só tô em dúvida dos nomes - digo dando um gole do meu suco.- vamo pro camarote, tá ficando muito cheio aqui, melhor não arriscar.

Eu e a Letícia ficamos de mãos dadas indo em direção ao camarote, a gente não podia se perder.

- patroa - olho pro vapor - chefe tá te chamando, acho que ele tá passando mal.

Olho pra Letícia que me olha com compressão.

- vai lá amiga, eu vou conversar com o Lennon - ela sorrir e eu nego com a cabeça indo em direção ao meu noivo.

Subo pra parte fechada procurando ele, e quando escuto barulho de alguém vomitando corro pro banheiro.

- Gabriel!- digo me aproximando dele que tava todo vermelho.- oque tá acontecendo?

- tô passando mal- ele diz sério e eu puxo ele pra tocar na sua testa.

- bebeu muito?- digo sentindo o cheiro de bebida - lógico olha esse cheiro.

- muito não pô - Ret se senta no puff e me puxa pro seu colo- vem cuidar do teu marido pô.

- não sou médica - digo brincando com ele - que ir pra casa deitar?

- num vou não, o bagulho aqui tá Mec pô, daqui a pouco tô bom denovo.

- tabom - tento me levantar do seu colo mas ele me puxa me olhando sério.

Ret se aproxima do meu rosto dando dois selinhos, que era algo difícil dele fazer. Dou um sorriso olhando nos seu olhos castanhos que brilhava quando ele me via.

Tava delicinha nosso romance até começa tiroteio. E não era oque acontecia frequente não, era muitos, parceria fogos de artifício e não parava de jeito nenhum. Um atrás do outro.

- merda!- Ret se levanta rápido me fazendo quase cair- vem vou te deixar lá em casa

- não é melhor sair, olha quantos tiros- digo assustada.

Confesso eu tinha muito medo de tiroteio, principalmente o motivo ter sido a morte da minha mãe...

- bora Ana - Ret diz sério me arrastando pro carro dele que estava nos fundos.

Eu sabia que ele não tava legal, mas eu não podia me interferir em tudo na vida do Ret, foi uma escolha dele entra pra essa vida, e não vai ser eu que vou tira-lo.

- tô com medo - digo baixo enquanto ele entra no carro.

- fica suave pô - ele diz dando rumo com o carro mas logo os tiros são direcionados ao carro.

Por conta de ser blindado o tiro batia e voltava, mas os barulhos que fazia me assustava e eu só me encolhia de medo.

- amor, não vai acontecer nada - Ret coloca a mão na minha coxa - geral é treinado pra isso, Jajá acaba pô.

Ele para o carro em um lugar escuro e eu nem olho na sua cara, apenas permaneço quietinha esperando os tiros cessarem.

O Ret mudou muito esse tempo, se fosse o maluco grosso que eu conheci, que não tinha amor a vida. Ele ia estaria no meio do tiroteio trocando tiro.

Finalmente ele aprendeu que ele tem uma família que ele não pode abandonar.

- fala tu- Ret diz com o celular no ouvido- que?- seus olhos se arregalam me olhando e eu fico sem entender.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora