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O Nanon se aproxima da horta e olha em volta.
- Onde está a Claire?
- Não está assistindo televisão?
- Não, não está em lugar nenhum da casa.
Eu penso por um momento e suspiro, tiro as luvas e vou até ele.
- Acho que sei onde ela está.
Eu seguro a sua mão e ando até o pomar.
- Onde nós vamos?
- Existe um pequeno templo que o Myung usava, fica no fim do pomar.
- Eu sempre esqueço que ela é uma criança diferente.
- É estranho, não é? Não sei como ela consegue se dividir entre ser adulta e criança.
- Acho que do mesmo jeito que você faz com todas as suas memórias.
Eu penso no que ele disse por um momento e concordo.
- Eu também queria poder lembrar.
- Eu estou feliz que não lembre, imaginar você lembrando de cada vez que morreu...
Eu fecho os olhos e respiro fundo, nem quero imaginar como seria horrível, eu me recordo de todas as minhas mortes, elas sempre aconteceram porque o Pran morreu, mas ele é diferente, o medo, a dor e tudo que acompanha as suas mortes...
- Porque você nunca falou do templo?
- Eu nem pensei nele até agora.
- Eu nunca vim no pomar, é lindo aqui.
- É sim, foi você que plantou essas árvores, era um grande campo, mas você dizia que as árvores sempre estariam aqui para nos receber.
Ele sorri e olha para cima, pelo menos ele não sente mais ciúmes das suas outras vidas, ele sempre ficava irritado quando eu falava sobre o passado, com o tempo ele foi aceitando que não importa de quem eu estou falando, para mim é sempre sobre ele.
Nós chegamos na pequena construção, eu sempre achei meio assustador, parece um mausoléu.
- Claire?
Nós nos aproximamos e ela sai sorrindo.
- Você vai sujar o seu vestido, princesas não podem andar em qualquer lugar.
- Aqui não é qualquer lugar.
O Pran olha pra mim pedindo ajuda, mas eu apenas levanto os ombros, ele suspira e abaixa, ela corre e abraça ele.
- E se eu mandar construir um templo perto da casa?
- Eu prefiro aqui, pai.
- Ok, então quando vier aqui tem que chamar um de nós para vir junto.
- Porque?
- Porque você é uma criança e é perigoso sair por aí sozinha.
- Pran!
O Pran fica sério e ela a abaixa a cabeça.
- Desculpe, papai, eu vou chamar vocês.
- Ótimo, vamos lá, o bolo que o Pat fez esfriou, já dá pra você comer.
Ela concorda, solta ele e sai correndo.
- Claire, uma princesa não corre.
Ela para e olha pra ele, junta as duas mãos na frente da barriga, faz uma reverência e caminha como o Pran ensinou.
- Você vai mesmo continuar com essa história de princesa?
- Ela é minha filha, então é uma princesa, não importa onde estamos, não podemos esquecer o que somos.
- Ok, mas não esquece que ela é uma criança, não pressiona demais, crianças tem que correr e se divertir.
Nós entramos e sentamos na mesa, o Pran nos dá bolo e suco e senta ao meu lado, a Claire olha para ele e fala de boca cheia.
- Pai, você tem que entrar em contato com uma pessoa.
- Com quem?
- É um vampiro, eu acho que ele ainda está vivo. Ele faz documentos falsos, só por garantia vamos fazer os meus documentos de adoção.
- Eu lembro dele, é assustador, o tipo de vampiro clichê, lembra o Drácula.
O Pran me olha surpreso, mas achou engraçado.
- Você conheceu ele?
- Nós conhecemos, foi ele que fez os documentos do Myung para nós.
- Ele mesmo, pai.
- Eu vou fazer isso, não vamos arriscar, ninguém vai me reconhecer.
- Pat...
- Você sabe que eu estou certo.
Ele não quer, mas concorda mesmo assim, já estamos com a Claire há alguns meses, uma hora ou outra vão acabar percebendo que temos uma criança na fazenda, é melhor contarmos a história do nosso jeito para não levantar suspeitas.
Depois que comemos eu aproveito enquanto o Pran dá aulas para a Claire e procuro o Book na internet, ele é advogado e o escritório dele ainda fica no mesmo lugar, mas é em outra cidade. Eu mando um e-mail e peço para ele marcar um horário para falar sobre documentos especiais, depois disso eu passo o resto da tarde observando o Pran, ele é um ótimo pai, rigoroso e autoritário, mas também é paciente e benevolente, ele seria um ótimo rei também.
- O que você está pensando?
Eu olho para ele e sorrio.
- Você é um ótimo pai.
- E porque a cara triste então?
- Por nada, falta muito aí?
Ele me olha preocupado e confirma, então sorri e volta a explicar algum cálculo para a Claire, ele começou com coisas mais apropriadas para a sua idade, mas com os conhecimentos das vidas passadas ele teve que listar as coisas que ela não sabia, então agora está ensinando coisas mais avançadas pra ela.
Como vai demorar eu levanto e vou para a cozinha fazer o jantar, quando estou fazendo a salada o Pran vem para a cozinha, me abraça e beija.
- Ela foi tomar banho, quer ajuda?
- Ela já subiu?
- Sim.
Eu me concentro e tendo aguçar a audição, quando ouço o som do chuveiro, seguro ele e empurro para trás, levanto e sento no balcão.
- Pat, a Claire...
- Se ela sair do banho eu vou ouvir.
Ele olha para a porta por um momento, então prende as pernas na minha cintura e me puxa para perto, segura o meu rosto e me beija, sinto o seu dente tocando o meu lábio e uma energia toma conta de mim, a sensação é tão incrível quanto a primeira vez que senti.
Eu abro a sua calça e ele se apoia para levantar um pouco para eu tirar, eu abro a minha calça, mas não tiro, desabotoo a sua camisa e passo a mão pelo seu peito, desço até chegar nas suas pernas e levanto elas, ele beija o meu pescoço, mas está se controlando para não me morder, desde que a Claire veio morar com a gente evitamos fazer isso durante o dia para ela não ver as marcas enquanto cicatriza. Quando ele tenta se afastar eu seguro a sua cabeça.
- Morde o ombro.
Ele para por um momento, então sinto os seus dentes penetrando a pele, aquela sensação vem mais forte que antes, eu aproveito e meto nele com força, ele pressiona mais ainda os dentes e eu fodo ele o mais rápido que posso, não podemos demorar, logo a Claire vai sair do banho.
Quando gozamos ele toca o meu rosto e me beija.
- Isso foi incrível!
- Foi sim.
Eu o beijo e abraço, de repente sinto que estou flutuando e sei que logo vou apagar, não acredito que esqueci de desconectar do Pran de novo.
- Pat? Pat?

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