Sento no sofá e coloco as minhas pernas no colo dele, ele fica surpreso e olha para mim, mesmo que não queira demonstrar ele gosta disso. Eu encolho as minhas pernas e me aproximo, tiro o cabelo do seu olho e sorrio.
- O que você acha de arrumar uma televisão quando formos para a cidade? Acho que conseguimos uma de segunda mão por um bom preço.
- Uma televisão?
- Nós sempre gostamos de assistir séries, precisamos arrumar alguma coisa pra fazer, já que você não quer transar.
Eu sorrio e ele olha para a minha boca , nós começamos a ficar excitados, eu me aproximo e ele desvia o olhar.
- Facilitaria muito as coisas se você deixasse acontecer, Pran.
Ele deita a cabeça no encosto do sofá olhando pra mim.
- Isso não é justo, Pat...
Eu sinto a sua tristeza e o seu amor, toco o seu rosto e me aproximo lentamente, ele fecha os olhos e eu beijo com calma, não quero que ele ache que tudo é sobre sexo. Quando eu me afasto sorrio e sinto que ele está confuso, esse é um sentimento que eu entendo, porque também estou confuso com tudo isso.
- Posso perguntar uma coisa?
Ele me olha desconfiado, mas concorda.
- Quando aconteceu? Quando você começou a gostar de mim e porque eu? Você sempre teve uma fila imensa de pretendentes e nunca se interessou por ninguém.
Ele me olha por um longo momento, olha para o teto, depois fecha os olhos, eu apoio a cabeça na mão virado para ele e espero. Antes de ele começar a falar sinto que por um momento ele está feliz.
- Eu não sei quando aconteceu, mas lembro o momento exato em que descobri... - ele para de falar e olha nos meus olhos - que eu te amo...
Eu tento não demonstrar, mas isso me pegou de surpresa, é a primeira vez que ele fala que me ama. Ele olha para o teto novamente e continua.
- Nós estávamos nas ruínas, aquela matilha nos encontrou fora da cidade, eles foram direto até você e quebraram a sua perna pra você não conseguir lutar, você correu comigo e se escondeu nas ruínas.
Ele me olha novamente e sou atingido com o seu amor.
- Você pediu para eu fugir que você ia segurar eles. Foi naquele momento, naquele exato momento eu soube que jamais seria capaz de deixar você para trás e decidi ficar porque eu sabia que se me pegassem você teria uma chance maior de sobreviver.
Nós ficamos nos encarando em silêncio até ele desviar o olhar e sorrir.
- Mas daí, você torceu a sua perna e colocou ela no lugar, fez um torniquete com um galho e a sua cinta e começou a correr como se tivesse apenas torcido o tornozelo.
Ele fecha os olhos e suspira.
- Mesmo assim já tinha acontecido, eu sabia que te amava e não tinha como voltar atrás, porque...
- Vampiros só amam uma vez.
Eu termino a sua frase e ficamos em silêncio novamente, essa é uma estranha característica dos vampiros, eles amam uma única vez não importa quantos séculos eles vivam, não importam se ficam com a pessoa amada ou não, o amor deles dura para sempre, os lobos são parecidos, quando eles escolhem um parceiro, esse vai ser o seu único para o resto da vida, a diferença está na escolha, porque não precisamos nos unir com alguém que amamos, normalmente as uniões são feitas para fortalecer a alcateia, mas uma vez que a escolha é feita não pode voltar atrás e se alguma coisa acontecer com o parceiro do lobo, ele vira um lobo solitário. Dizem que a dor de perder um parceiro é insuportável, esse é um dos motivos de preferirem não escolher o parceiro por amor, porque quando o lobo ama o seu parceiro a perda pode levar ele a morte.
Eu fico olhando para ele, desolado e triste, perdido no seu amor, o meu dever é proteger ele, mas como proteger ele dos seus sentimentos?
Ele me olha, mais uma vez e da um sorriso triste, eu me aproximo e subo no seu colo, ele não me impede, mas também não me toca, eu o beijo e devolvo o amor dele que eu estou sentindo, quero que ele de sinta amado também, porque o seu amor faz eu me sentir especial.
Ele me beija com a suavidade de sempre, o seu beijo é como uma carícia a qual estou ficando cada vez mais apegado. Eu tiro a sua camiseta e desço beijando o seu pescoço, quando chego no seu ombro, fecho os olhos deixo as minhas presas surgirem e mordo ele, quando ele percebe o que estou fazendo ele me empurra com força fazendo eu bater na parede. Ele levanta nervoso e olha para o ombro.
- O que você fez, Pat?
- Você sabe o que eu fiz.
Ele nega com a cabeça várias vezes e eu sinto o seu desespero.
- Você não devia ter feito isso!
Ele vai para o banheiro, eu vejo ele olhando no espelho e o seu desespero aumenta, mas ele não pode fazer, a marca da minha mordida está ali.
Sinto a raiva crescendo junto com o desespero, ele vem até mim e me dá um soco.
- Você não tinha esse direito!
- Na verdade esse é um dos poucos direitos que os vampiros não conseguiram tirar dos lobisomens, Pran.
Ele me encara ainda com raiva, mas eu me aproximo mesmo assim.
- Você sabe que não tem como voltar atrás, você foi marcado como meu parceiro.
Aquele tornado de sentimentos me atinge, sua a raiva, o desespero, a dúvida, a tristeza, o amor e lutando para ocupar o seu lugar está a esperança.
Eu seguro o seu rosto e olho nos seus olhos.
- Nós pertencemos um ao outro, para sempre!
A esperança aumenta e eu o beijo, ele resiste por um momento, então se entrega, eu levo ele para o quarto e tiramos a roupa um do outro pelo caminho, quando chegamos na cama eu me deito, ele deita sobre mim, eu seguro a sua cabeça e trago ela até o meu pescoço. Quando ele morde alguma coisa está diferente, ele se afasta e me olha surpreso.
- Você sentiu isso?
Eu concordo.
- O que foi isso?
- Eu não sei.
Ele se aproxima mais uma vez e lambe onde mordeu, eu aceno e ele me morde mais uma vez, a sensação é incrível, muito melhor do que um orgasmo. Ele segura a minha cabeça e inclina para ter melhor acesso ao meu pescoço, quando para me beija, levanta as minhas pernas e me penetra lentamente, dessa vez eu sei que é diferente das outras duas, nós estamos conectados em um nível muito mais profundo e pela primeira vez estamos fazendo amor.
Quando gozamos eu novamente sinto que estou flutuando, sei que logo eu vou dormir, acho que é pela falta de sangue que isso acontece.
O Pran beija o meu peito, o meu pescoço onde ele mordeu, então fala no meu ouvido.
- Obrigado por ter feito isso, meu amor, mas eu não posso aceitar. Lembre que eu te amo e um vampiro só ama uma vez!
Ele se aproxima e me beija.
- Adeus, meu amor!
Ele levanta e eu quero fazer ele parar, mas sou engolido pela escuridão.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Puro Sangue
FanfictionEm meio a uma fuga para salvar suas vidas, Pat, um lobisomem e Pran, um vampiro puro sangue, são forçados a confrontar suas próprias naturezas e limites quando uma conexão proibida é estabelecida entre eles. Envolvidos em uma relação intensa e peri...