Eu termino de vestir e vou até o Pran que está impaciente.
- Se você não se controlar não vamos conseguir dar um passo para fora da cabana.
Ele tenta se acalmar, inspira e expira algumas vezes e sorri.
- Você está pronto?
- Estou, vamos?
Ele concorda e saímos, é estranhamente satisfatório poder andar segurando a mão do Pran, passamos por tanta coisa em todas as nossas vidas, tivemos que nos esconder por tanto tempo.
Nós passamos por um guarda que se curva e caminhamos em direção a montanha, não queremos correr o risco de sair do santuário, mas o Pran está muito preocupado com as memórias que eu estou recuperando, foram cinco vidas já, sempre a mesma história, eu um lobo, ele uma princesa vampira, eu sempre sou o seu familiar, nós apaixonamos, eu marco ele e no fim ele é assassinado pelo irmão, sempre o mesmo padrão, assim como o mestre Myung comentou, essa é a nossa sina. Acredito que se tivesse continuado no castelo o Wai teria tentado matar o Pran novamente, assim como fez em todas as outras vidas.
O mestre Myung disse que só tem mais duas vidas para eu me lembrar, mas cada vez que acontece eu fico pior, lembrar do Pran morrendo sempre me destrói, para piorar o Pran sofre com isso e o seu sofrimento aumenta o meu sofrimento, por isso decidimos fazer uma pausa e sair apenas nós dois, para fazer nada, só curtir um ao outro mesmo.
Percebo que alguns guardas nos seguem de longe o que é irritante, quando chegamos na beira da montanha o Pran para e vira para eles.
- Ninguém está autorizado a nos seguir a partir daqui.
Eles olham um para o outro, obviamente receberam ordens diferentes, mas todos no santuário já aprenderam a respeitar e obedecer o Pran.
Nós entramos em uma trilha e começamos a subir. Depois de quase uma hora caminhando paramos em um local sem vegetação, é apenas uma grande pedra lisa, o Pran senta e eu sento ao seu lado sorrindo, ele me olha curioso e eu explico.
- Lembra que antigamente você não sentava nem em cadeira com um pouco de poeira?
Ele dá risada também.
- Acho que a vida me ensinou que existem coisas muito piores que sujeira por aí... Como você está?
- Eu estou bem, você tem que parar de se preocupar tanto...
Eu viro de lado e deito no seu colo, ele passa os dedos pelo meu cabelo empurrando ele para trás, ele fica em silêncio por um tempo, então suspira.
- Eu estava pensando... O que você acha de casamentos?
Isso foi tão repentino que eu não sei o que dizer.
- De todas as nossas vidas pelo que você contou, nós nunca tivemos a oportunidade de casar, se queremos acabar com a sina e fazer as coisas de um jeito diferente podemos começar assim.
- Você está me pedindo em casamento, Pran?
Ele dá de ombros como se não fosse demais, mas começa a ficar ansioso.
- Você pediu ela em casamento, não pediu? A Phailin...
Eu sento, seguro a sua mão e olho nos seus olhos.
- Você, Pran, eu pedi você em casamento, era você, todas elas, a minha Jasmim, a Estrela, a Safira, a minha Rosa e a minha Luz, todas elas eram você Pran.
Ele tem muita dificuldade de se associar ao nosso passado, para mim é mais fácil porque eu revivo tudo a cada memória, mas para ele são apenas histórias, histórias de pessoas que eu amei, mulheres que eu amei, sei que isso tem sido difícil para ele e que também queria se lembrar, mas eu fico feliz que ele não se lembre de nada que aconteceu nas suas outras vidas, a da terceira principalmente, porque antes de morrer ele teve que me ver sendo torturado por dias antes de tentar me libertar e ser pego pelo irmão.
Eu toco o seu rosto e ele fecha os olhos, sinto o amor dele transbordando e deixo ele me preencher por um momento, quando começo a sufocar eu me concentro e afasto o seu sentimento.
- Vamos fazer isso, vamos casar. Tenho certeza que o mestre Myung vai ficar super feliz com isso.
Ele suspira, abre os olhos e sorri para mim, eu me aproximo e o beijo, quando tento deitar, ele me segura.
- Pat...
Mais uma vez ele está evitando fazer sexo, ele está aqui na minha frente com muito tesão, mas continua me evitando.
- Pran, se o mestre Myung estiver certo isso nunca vai mudar, mas também não me prejudica, então porque estamos evitando?
- E se ele estiver errado?
Eu suspiro e não sei mais o que dizer, mas o mais próximo de uma resposta que tivemos sobre isso foi do mestre Myung, ele acredita que a nossa conexão é muito mais forte do que a dos outros porque sempre antes de morrer a minha alma procura a do Pran e elas sempre partem juntas, então quando fazemos sexo as nossas almas se conectam e não querem se separar, é isso que está me drenando, mas não acha que seja algo para se preocupar já que aconteceu várias vezes e eu estou bem.
O Pran olha nos meus olhos e eu sinto que ele está tão desesperado quanto eu, ele precisa e quer isso tanto quanto eu, então eu aproveito esse momento de dúvida e beijo ele novamente, faço ele se deitar e me deito sobre ele, tiro a sua roupa lentamente e beijo cada centímetro do seu corpo, quando me deito sobre ele aproximo o meu pescoço da sua boca e ele me morde, somos atingidos por aquela sensação maravilhosa e ele já não tem mais dúvidas, me empurra para o lado fazendo eu me deitar no chão, tira a minha roupa de forma ágil e delicada, então abaixa e morde a parte interna da minha coxa, quando para segura o meu pau e começa a me chupar.
Ele para de me chupar, deita sobre mim e me beija, quando levanta as minhas pernas ouvimos um uivo alto, nós levantamos alertas e nos vestimos com pressa, ouvimos mais um uivo e eu entro na frente do Pran, vemos o lobo se aproximando e eu relaxo, ele se transforma na nossa frente e vem até nós nervoso.
- O que aconteceu, Paul?
- O All pediu para eu vir buscar vocês, o conselho mandou prender aquele velho.
- Porque?
- Eles querem saber o que está acontecendo, querem saber o que vocês estão escondendo.
O Pran fica furioso e eu quase caio, ele me segura e tenta se acalmar.
- Você está bem?
Eu balanço a cabeça para ajudar a me concentrar e aceno.
- Eu vou me transformar, vai ser mais fácil para nós.
Ele concorda e eu me transformo, o Paul se transforma também e começamos correr.

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Puro Sangue
Fiksi PenggemarEm meio a uma fuga para salvar suas vidas, Pat, um lobisomem e Pran, um vampiro puro sangue, são forçados a confrontar suas próprias naturezas e limites quando uma conexão proibida é estabelecida entre eles. Envolvidos em uma relação intensa e peri...