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Chegamos na nossa cidade e já está anoitecendo, isso é bom, não chamaremos atenção, não dá pra saber o que o idiota do conde pode fazer se nos ver.

O Pran foi ficando cada vez mais estranho pelo caminho, o seu humor oscilando, hora medo, hora tristeza, na maior parte do tempo culpa,  mesmo concordando em vir comigo ele não queria partir, mas tenho certeza que essa é a escolha certa, seja para esquecerem do que aconteceu, para descobrir se realmente existe lealdade ou simplesmente para manter ele seguro.

Paro o carro na frente da nossa casa, sem fazer muito barulho eu saio e abro o portão, volto para o carro depois de fechar e dirijo até a casa, olho para ela exatamente como a deixamos meses atrás.  Sinto falta da vida simples que tinhamos, o Pran pintando no lago, a Claire enfiada no laboratório, eu e a minha horta, sempre soube que não teria isso por muito tempo e sou grato por cada ano que vivemos aqui, sei que seria egoísmo meu querer isso por mais tempo, o Pran não pertence a esse mundo, ele é um rei, mas se eu pudesse escolher...

Eu suspiro e viro para o Pran, depois de quase dois dias de viagem ele acabou dormindo, está assim nas ultimas 14 horas. Arrumo o cabelo que soltou do elástico e se espalhou pelo seu rosto, está mais curto agora, gosto assim, mas gostava dele grande também.

Ele abre os olhos e fica me encarando em silêncio, sou atingido com os sentimentos conforme ele os sente, primeiro muito amor, então tristeza, preocupação, culpa, medo...

— Chegamos...

Ele não desvia o olhar, nem fala nada, mas eu consigo sentir, tem alguma coisa errada.

— Você está bem?

— Eu te amo!

— Eu também te amo, Pran!

Eu me aproximo para beija-lo, mas para a minha surpresa ele abre a porta e sai do carro, quando vejo está abrindo a minha porta, segura a minha mão e começa a caminhar.

Nós paramos na beira do lago, o Pran olha para cima e eu sigo o seu olhar, a lua está cheia e brilhante, está linda, mas a beleza da lua não se compara a perfeição dele, então olho para ele mais uma vez e fico encantado com o seu rosto que agora está iluminado pelo luar.

— É perfeito!

O Pran sabe que estou me referindo a ele e um sentimento estranho surge, constrangimento talvez? Não tenho certeza. Quando ele finalmente olha pra mim toca no meu rosto com calma, então me beija, primeiro na boca, rosto, pescoço e começa a tirar a minha roupa, se afasta um pouco e fala em uma voz suave.

— Eu quero ouvir você uivar.

Na hora a minha coluna treme, antes que eu perca o controle tiro a sua roupa praticamente rasgando ela.

~•~

Acordo com o canto dos pássaros e sou tomado por felicidade, minha felicidade, viro para o Pran que dorme tranquilamente, não achei que ele fosse dormir depois das horas que passou dormindo no carro, mas depois do lago ele estava muito cansado. Ontem ele se alimentou bem, isso é bom, cálculo que ficarei longe pelo menos uma semana, ele vai ficar um pouco fraco até lá, mas vai aguentar e se precisar sabe como conseguir bolsas de sangue.

Ele abre os olhos e mais uma vez me olha em silêncio, queria poder tirar toda a preocupação dele, espero que em breve eu consiga.

— Bom dia!

— Bom dia, meu amor! Você está bem?

— Eu estou bem, Pat, acho que se não estivesse você saberia.

Eu tento sorrir e o beijo, sei que ele não está bem, mas se ele não quer falar sobre isso eu não vou forçar, então mudo de assunto para algo que ele não vai gostar, mas não adianta enrolar.

— Pran... Eu estava pensando... Ainda faltavam duas cidades próximas do santuário para procurar pela Claire, eu quero ir até lá... Sozinho.

Eu o bloqueio assim que a ansiedade me atinge, sabia que não seria fácil.

— Preciso de alguns dias apenas, vou e volto o mais rápido possível, e ninguém vai me pensar em me procurar sozinho, então não vão me encontrar.

Paro de falar e espero, isso é tudo que eu tenho, não quero ter que mentir mais para o convencer.

— Tudo bem.

— Sério?

Ok, não é a melhor reação, mas eu realmente esperava uma briga.

— Ela está em algum lugar e está em perigo, você ouviu aquele garoto, as ordens são nos capturar vivos ou mortos.

— Mas você...

Eu sei que tenho que ir sozinho, mas achei que ele pelo menos insistiria pra ir comigo.

— Você mesmo disse, Pat, eu vou colocar um alvo nas suas costas se for com você.

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Eu sei, mas essa é a verdade, sempre vão procurar por nós dois, ninguém imaginaria que você me deixaria sozinho, não agora, então você estará mais seguro sozinho.

Eu sei que ele está certo, quer dizer, que eu estou certo, mas...

— Queria você ao meu lado...

Cala a boca, seu idiota! Você não está indo atrás da Claire, está indo matar o Wai!

— E eu queria ir com você, mas são só alguns dias, certo?

Antes que fale mais alguma merda eu o abraço e deito no seu peito, paro de bloquear ele abrindo a nossa conexão, quero ter certeza que ele esta bem com isso.

Me surpreendo ao sentir tesão, eu aqui preocupado e o Pran quer transar? Em questão de segundos eu me entrego ao desejo dele, fecho os olhos e deixo ele me dominar, fico com o pau duro e o meu corpo parece pegar fogo, quando minha coluna treme o Pran rosna, nesse momento eu o bloqueio e puxo para cima de mim, ele sorri fazendo as suas presas aparecerem me deixando com muito mais tesão na expectativa dele me morder e poder sentir aquela sensação maravilhosa. O Pran me beija levantando as minhas pernas, espero ansioso pelo seu pau e pela mordida, mas ele não faz, apenas se afasta e fica olhando nos meus olhos, eu me arrisco e paro de bloquear, mesmo que ele me drene eu preciso disso, preciso sentir o seu amor, ele vai me dar forças para me afastar e ir até o fim.

Eu respiro fundo quando o seu amor me preenche e sorrio, acho que esse vai ser um sentimento que nunca vou saber como lidar.

— Eu também te amo, Pran!

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