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Eu corro segurando a mão do Pran e penso no que fazer, não podemos continuar fugindo, eu vou acabar cansando e vou colocar o Pran em perigo, eu paro e seguro o Pran pra ele parar também.
- Pat, não podemos parar!
- Só um segundo.
Eu me concentro e tento ouvir, tem três por perto.
- Pran, sobe na árvore.
- O que? Não! Pat, vamos continuar.
- São só três, é melhor acabar com isso.
- Eu vou ficar com você.
- Não, eu preciso que você fique seguro, vai ser rápido eu prometo!
Ele me olha contrariado e ouvimos passos por perto, eu começo a tirar a minha roupa e aponto.
- Vai, por favor!
Ele suspira e concorda, eu me transformo e me escondo atrás de uma árvore.
Quando o primeiro lobo aparece eu pulo direto mordendo a sua pata traseira com o máximo de força que consigo, sinto o osso quebrando e arrasto ele até a beira do penhasco fazendo ele rolar montanha abaixo. O segundo lobo tenta me atacar, mas eu desvio, me preparo e quando ele tenta me morder eu mordo ele também, consigo atingir o seu pescoço e também jogo ele, eu não ouço o terceiro chegando, mas quando olho para trás um vampiro já está encima de mim, antes que eu possa reagir o Pran pula sobre ele com um galho estaqueando o seu coração, então joga o corpo longe. Ele pega minhas roupas e guarda, coloca uma mochila em cada ombro e começa a andar.
- É melhor você ir assim, vai ser mais rápido e a sua audição é melhor.
Eu concordo e corremos.

Chegamos do outro lado da montanha sem nenhum outro incidente, paramos na beira do rio e eu me transformo para me limpar, mergulho para molhar o cabelo e quando saio da água começo a ficar com tesão.
Depois que eu aprendi a controlar como os  sentimentos do Pran me afetam, eu aprendi também a me desconectar durante o sexo, então ele não me drena mais quando estamos transando a menos que eu perca o controle, agora o Pran voltou a ser o vampiro no cio que sempre foi, qualquer parada é uma desculpa para transar, mas quem sou eu para reclamar, o lance de abstinência estava me levando a loucura e pelo jeito ele também.
Já fazem três semanas que saímos do santuário, eu levei uma semana para aprender a me controlar depois disso foi só festa, ou quase, desde o início dessa semana vários grupos de mercenários começaram a nos perseguir, o que é muito estranho, porque ficamos quase três meses no santuário, acredito que ninguém mais estava nos procurando depois de tanto tempo.
O meu pau vai ficando duro mesmo com a água fria e eu viro para o Pran que está terminando de tirar a roupa e entrando na água, eu fecho os olhos e me concentro, primeiro eu deixo o seu sentimento me envolver completamente então eu misturo com o que estou sentindo, estamos ambos com tesão, não dá pra saber onde termina o sentimento de um e  começa outro, nesse momento somos um só. Quando paro de sentir tontura sei que estamos seguros.
O Pran para na minha frente e me beija, desce beijando o meu pescoço, peito, barriga levanta a minha perna direita e eu seguro nos seus ombros para ter apoio, ele me morde e na hora sou atingido por aquela sensação maravilhosa, ele continua se alimentando e começa a me masturbar, ele diz que a veia da coxa é a favorita dele porque tem conexão direta com o coração e ao mesmo tempo me deixa com muito mais tesão e é verdade.
Ele para de morder e passa a língua no local, vai beijando a parte interna da minha coxa até chegar na minha virilha e me chupa até eu gozar, assim que eu gozo ele me vira de costas para ele e me fode.

Nós saímos do rio e o Pran me olha, eu sinto a sua preocupação que é normal, é quase um ritual pós sexo, eu paro e seguro o seu rosto, olho nos seus olhos e o beijo.
- Eu estou bem.
- Certeza?
- 100%, vamos atravessar essa cidade que a casa do Myung não está longe.
Ele mais uma vez fica preocupado, mas agora está triste também.
Na semana passada eu tive um sonho e finalmente me lembrei da nossa última vida, nem mesmo a vida em que me torturaram foi tão dolorosa de lembrar quanto essa, não porque sofremos, ao contrário, essa lembrança foi muito mais difícil porque fomos  felizes até o fim e parte dessa felicidade era por causa do nosso filho.

Antes de entrar na cidade nós passamos um pouco de terra nos braços e rosto, colocamos chapéus e casacos velhos, assim ficamos parecendo andarilhos, o Pran sempre se destaca na multidão, esse foi o melhor disfarce que conseguimos sem chamar atenção.
Nós paramos em uma loja para eu comprar lanches, enquanto estou escolhendo uma bebida o Pran se aproxima.
- Tem uma loja de penhor do outro lado da rua, quando terminar aqui me espera.
- Me espera, eu vou junto.
- Não, você precisa comer e vai ser mais fácil e rápido fazer o proprietário esquecer de uma pessoa.
Eu odeio isso, mas aceno concordando, me conecto a ele totalmente, assim se algo acontecer eu posso correr até ele.

Depois que pago eu paro na frente do mercado e procuro a loja que o Pran foi, vejo uma placa de fechado na frente e me aproximo devagar, olho dentro, mas não tem nada, eu tento abrir e nada. Me concentro no Pran mais uma vez, por enquanto ele está bem, mas onde? Eu ando até a lateral da loja e procuro por ele, mas não tem nada aqui também, eu fico ansioso e volto para a porta, quando tento forçar para abrir uma caminhonete para na minha frente, o Pran coloca o braço para fora e bate na porta.
- Eu acho que isso vai nos ajudar a economizar pelo menos um dia de viagem.
Eu sorrio e vou até ele, coloco a cabeça pela janela e o beijo.
- Você é um gênio!
Ele revira os olhos e abre a porta.
- Vamos aproveitar e comprar muita coisa pra você comer, assim não vamos precisar voltar para a cidade tão cedo, vai ser bom para apagar o nosso rastro.
Eu concordo, ajudo ele a descer e voltamos para o mercado.
Compramos tanta coisa no mercado que precisamos de oito caixas grandes para carregar tudo, quando terminamos eu pego as chaves e entro, o Pran entra do outro lado e eu sorrio para ele.
- Pronto para ir pra casa?
Ele acena e eu começo a dirigir. A cidade está diferente, mas eu ainda me lembro daqui como se fosse ontem, das sete vida que tivemos moramos aqui em duas, então não posso deixar de sentir que estou voltando para a casa.

Paramos em um local totalmente isolado e eu pego a chave dentro do envelope, abro o portão e levo a caminhonete para dentro, vamos até a frente da casa e perco o fôlego, a casa é exatamente como eu lembrava, muito grande, bege, mas com trepadeiras para todos os lados, o que acaba deixando mais verde do que bege, as portas são grandes e existem tantas janelas que seria difícil contar. Ao lado da casa tem um pequeno lago e um banco, eu lembro dele, eu coloquei ele ali porque o Pran gostava de ler em silêncio aproveitando a natureza.
O Pran segura a minha mão e olha para mim.
- Está tudo bem?
- Você não lembra, Pran, mas esse é o nosso lar.

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