59

80 14 30
                                    

Observo o Pran abotoando a camisa e já não sei mais o que fazer para o persuadir.

— Eu vou com você!

Ele para com o pulso levantado segurando o botão da manga.

— Você sabe que não pode, Pat, como alfa e primo do rei você tem que estar lá.

— Eu não me importo, não vou deixar você ir no santuário sozinho!

— Eu não vou sozinho, você está mandando metade da sua alcatéia comigo, apesar de ser exagero.

— Você não precisa ir.

Ele suspira fechando o botão, vem até mim e me abraça.

— Não precisa se preocupar, eu vou ficar bem.

— Não gosto de você tão perto do Wai.

— Ele não pode fazer nada do jeito que está, Pat.

— Uma sina é uma sina, mesmo que ele não saiba quem é o risco sempre vai existir.

Ele fica em silêncio por um momento, então encerra a conversa com um beijo, já tivemos essa discussão várias vezes nos últimos cinco anos, mas eu sempre perco e o Pran sempre vai ver o irmão no seu aniversário.

O Wai passou por várias cirurgias e quase morreu duas vezes, mas infelizmente sobreviveu. Quando acordou não se lembrava de nada, os médicos disseram que o ferimento atingiu a área do cérebro responsável pelas memórias, no início eu achei que ele podia estar fingindo, mas cinco anos se passaram e ele lembra do Pran apenas como o parente que o visita nos aniversários. Todos os anos eu vou com ele, mas hoje é impossível.

Quando o Pran me beija novamente eu cálculo as chances de conseguir fazer o mesmo que ele faz comigo, quando não quer que eu faça alguma coisa ele usa sexo para me distrair, sempre funciona. Seguro o botão da sua camisa e abro, quando passo para o próximo ele segura a minha mão.

— Não temos tempo, Pat, você precisa ir.

Ele beija as minhas mãos, se afasta e vai até a cama, quando se abaixa pra pegar a caixa com o presente do Wai eu seguro a sua cintura e me esfrego nele, em segundos o meu pau fica duro, mas não é o suficiente pra distrai-lo. O Pran levanta virando pra mim, me abraça e beija o meu pescoço várias vezes até chegar no meu ouvido, então sussurra.

— A lua cheia é em alguns dias, podemos ir para algum lugar distante depois que sair do santuário... — Quase morro de tesão quando ele chupa o lóbulo da minha orelha e fala quase em um gemido. — Eu quero ouvir você uivando pra lua, uivando pra mim, Pat!

Depois de me provocar o Pran vira pra pegar o presente e me entrega a caixa.

— É melhor você carregar isso.

Ele olha para a minha ereção até eu esconder com a caixa, então sorri e me beija mais uma vez.

Chegamos no salão principal e todos já estão nos esperando, olho para a minha alcatéia que cresceu muito nos últimos anos e agora está com mais de 60 lobisomens, acabou se tornando a maior de todo o reino. A cada novo homem que se juntava a nós mais seguro o Pran ficava, então todos que juraram lealdade a mim e ao meu parceiro foram aceitos. O Pran com o tempo aceitou isso, o maior problema é que como alfa eu tenho que liderar, principalmente em ataques, isso deixa ele nervoso, mas como o reino está em paz não há muito com o que se preocupar.

— Vovô!

Olhamos para a porta lateral a tempo de ver os nossos netos correndo na nossa direção, A Claire surge atrás deles sorrindo e caminha lentamente até nós, como a princesa que o Pran ensinou a ser.

Puro Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora