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Nós entramos no templo e o Pran me olha preocupado, é o lugar mais calmo por perto e como não sei se consigo bloquear o seu sofrimento se for grande demais é melhor não arriscar.

A Claire que parece estranhamente calma vai até o altar, pega vários incensos, se ajoelha e começa a rezar, quando ela faz isso praticamente entra em transe, então a nossa conversa não vai perturbar.

- Me conta o que está acontecendo, Pat.

Eu seguro a sua mão e levo ele até um canto, sento no chão e ele senta ao meu lado, eu seguro a sua mão e beijo, então olho nos seus olhos e respiro fundo.

- Eu estava no mercado quando vi uma notícia...

Eu paro e não sei como continuar.

- Pat?

- O rei... Ele... Faleceu...

Na hora sou atingido pela sua dor, eu o bloqueio e o abraço, ele chora sem parar e mesmo sem sentir o que ele está sentindo não posso deixar de sofrer com ele, porque a sua dor é a minha dor.

- Eu sinto muito, meu amor...

Eu fico em silêncio tentando consolar ele, enquanto ouço o seu lamento misturado com as orações da nossa filha que estão cada vez mais alta.

Os minutos vão se passando, meia hora depois, talvez mais, o Pran finalmente consegue se acalmar, quando para de chorar a Claire fica em silêncio e vem até nós, ela abraça o Pran e eu abraço os dois.

- Eu sinto muito, pai!

Ele se afasta e olha pra ela, agora que se acalmou eu me abro pra ele, preciso ter certeza de que está bem.

- Você sabia... A sua visão...

- Eu sabia que ia acontecer e que estava perto, mas não sabia quando, podia ser hoje ou em um ano.

- O que mais você sabe?

Ela fica olhando para ele, mas não responde a sua pergunta.

- O destino precisa se cumprir para que vocês possam acabar com a sina, pai.

- O que isso significa?

Ela suspira e olha para a porta, nós seguimos o seu olhar e o sol está se pondo, podemos ver o céu mudando de cor, eu olho para a nossa filha e percebo que ela está chorando, de repente ela olha para nós e sorri.

- Eu amo vocês!

- O que...

Antes que o Pran consiga perguntar qualquer coisa alguém entra no templo, a Claire limpa o rosto e levanta, eu seguro o Pran e me levanto trazendo ele junto, o conde se aproxima devagar sorrindo e para na frente da Claire.

- A imortalidade te fez a vampira mais perfeita que eu já conheci!

A Claire rosna e ele dá risada, olha primeiro para mim, depois para o Pran e se curva.

- Majestade!

Antes que tenha chance de olhar para o Pran novamente eu e a Claire entramos na sua frente e bloqueamos para que ele não possa ver o Pran.

- Ora vamos, não precisamos disso, se eu quisesse fazer alguma coisa ao príncipe herdeiro já teria feito há muito tempo.

Ele olha por cima do meu ombro tentando ver o Pran.

- Eu sempre achei que você ia acabar se lembrando de mim, mas desde que nos conhecemos você sempre teve olhos apenas para o seu familiar, não é?

Eu sinto a surpresa do Pran, mas não me movo, espero enquanto o conde continua com o seu monólogo.

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