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Assim que acordo sei que tem alguma coisa errada, abro os olhos para encontrar a Claire sentada ao lado da minha cama com a cabeça deitada na minha barriga, o seu rosto está inchado, acho que nunca tinha visto ela chorar daquele jeito, mas nunca houve um motivo antes, desde que nos encontrou a nossa vida foi tranquila e feliz.

Procuro pelo Pran, mas ele não está no quarto, fecho os olhos e me concentro, ele está ansioso, muito agitado e preocupado, a preocupação é um estado constante ultimamente.

— Pran? Onde você está?

Sou recebido pela surpresa, de repente sinto o seu amor, só o seu amor, ele está me bloqueando, isso não é nada bom.

Tento levantar, mas acabo acordando a Claire.

— Papai? Pai, você está bem?

— Estou, e o Pran?

Os seus olhos se enchem de lágrimas e eu levanto assustado, procuro ele no banheiro, enquanto caminho tento falar com ele.

— Pran? Cadê você?

Continuo sentindo apenas o seu amor, vou para a ante sala e para o escritório que ficam ligados ao nosso quarto, volto para a Claire, faço ela levantar e olhar nos meus olhos.

— O seu pai, pra onde ele foi?

— Eles foram pro santuário.

— Eles?

Ela me abraça e volta a chorar.

— É minha culpa! O papai estava com raiva e saiu com os guardas, eu fiquei nervosa, tentei te acordar, mas não consegui, o Isaac ficou preocupado e foi atrás deles. E se acontecer alguma coisa com eles?

Ela chora descontroladamente, será que vai ser assim durante toda a gravidez? Isso não importa. Saio do quarto encontrando vários guardas na frente da minha porta, não acredito que além de ter ido sem mim, o Pran também deixou guardas para trás.

— Pran, não importa aonde você está, me espera!

Os guardas me olham confusos quando passo por eles e corro pelos corredores, as vezes eu esqueço que lobos e vampiros não conseguem se comunicar com tanta facilidade. Assim que entro na cozinha todos param o que estão fazendo pra olhar pra mim.

— O senhor precisa de alguma coisa?

— Tia Mei, não precisa ser formal comigo, mas sim,  eu preciso da sua ajuda.

Ela vem até mim e segura a minha mão.

— Claro, meu pequeno, do que você precisa?

Para ninguém ouvir eu continuo segurando a sua mão enquanto a levo para o quarto onde a Claire está, nós entramos e eu viro para os guardas.

— Juntem todos os guardas que ficaram no salão principal e se preparem para partir, encontro vocês em dez minutos.

— Sim, senhor!

Eles se afastam e eu fecho a porta, é melhor não ter ninguém por perto escutando a nossa conversa.

— Tia Mei, tudo o que eu vou falar a partir de agora tem que permanecer em segredo, estou contando porque confio na senhora.

Ela acena e eu penso em como continuar.

— A minha filha está grávida, eu preciso que a senhora cuide dela.

— Um vampiro seria mais indicado para isso, Pat.

— Não, ela precisa de um lobisomem ao seu lado.

A tia Mei parece muito confusa, não é para menos.

— O bebê é do Isaac, tia.

— Isaac?

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