• Bullying.
• Pablo Martíns Páez Gavira.
• eu-lee23
___________________________________Eu fui buscar minha filha na escola e, de novo, ela entra no carro com uma cara triste.
Eu não sei o que está acontecendo, mas acho que tem alguma coisa haver com a escola.
Já perguntei pra ela o porquê dela estar assim, mas ela só responde o mesmo: "não é nada, pai. Só tô com dor de cabeça".
No começo eu acreditei, mas, nossa senhora, quem tem tanta dor de cabeça assim!?
__________________________________- Filha, você sabe que pode me falar qualquer coisa, né?? - Pergunto assim que ela senta do meu lado.
- Sei, pai. - Ela responde dando um suspiro, já sabendo o que eu vou falar.
- Então, me fala o que tá acontecendo pra você chegar com essa cara.
- Eu já disse que não é nada. Eu só tô com dor de cabeça, pai. - Ela se levanta, indo pra cozinha.
- Impossível, Bruna. Ninguém tem tanta dor de cabeça assim. Já é a segunda semana que você dá essa desculpa. - Digo seguindo ela.
- Eu tenho. - Ela diz abrindo a geladeira.
- Não tem. Eu te conheço desde que você tava na barriga da sua mãe. - Digo sentado em uma cadeira.
- Ela tinha muita dor de cabeça com a minha idade. Pode perguntar pra ela, se não acredita. - Ela diz fechando a geladeira.
- Eu sei, mas você não tem.
- Vamos, filha. Me conta o que tá acontecendo. - Digo e ela se senta na minha frente.
Ela da um suspiro e começa a falar.
- Tem umas pessoas me zuando na escola. Elas ficam fazendo piadinhas sobre o jeito que eu tô falando depois que eu coloquei o aparelho. - Ela dá uma pausa - Já falei com os professores, mas eles não fizeram nada, nem a diretora. - Elas diz olhando para baixo.
- Porquê não me falou antes?? Eu ia resolver isso. - Digo fazendo ela olhar pra mim.
- Porque você ja não tava feliz por causa da lesão, não queria te preocupar com isso. Achei que poderia resolver sozinha. - Ela diz com os olhos cheios de água.
- Quando tempo tempo isso?? - pergunto segurando a mão dela.
- Dois meses. - Ela diz baixo e volta a olhar para baixo.
- Dois meses, filha. - falo surpreso. - Me desculpa perceber só agora. Eu tava tão focado nessa lesão, que acabei não prestando atenção em você. Me perdoa, meu amor. Prometo que vou prestar mais atenção agora.
- Eu te desculpo, pai. Já tô acostumando com isso, não precisa se preocupar.
- Lógico que preciso, Bruna. Não é pra você se acostumar com isso. Eu vou resolver, ok. - Puxo ela pra uma abraço apertado.
- Tá Bom, papai. - Ela diz correspondendo o abraço.
Como que eu não percebi antes, meu Deus.
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