• Notas Ruins.
• Dorothy Rodrigues Belolli.
________________________________________- Não tem a necessidade de chamar meu pai, diretor. Ele deve estar cuidando do meu irmão, só vai atrapalhar. - Digo tentando convencer o diretor da minha escola a não chamar meu pai aqui.
Hoje eu recebi o meus boletins, junto com o último, e tinha sido a mesma coisa dos bimestres passados.
Uma merda.
Eu fui ótima no 1 bimestre, mas depois foi só decaindo. A alguns meses, meu irmão tinha ficado doente e eu ajudei a cuidar do mesmo para meus pais conseguirem descansar. Já que meu pai acorda cedo para treinar, minha mãe tá sem dormir direito á alguns dias e eu estudo a tarde. Mas, acabou que meu irmão ficou muito apagado a mim e isso me atrapalha em algumas coisas.
Ele já era assim comigo, mas ficou mais. Eu vou para escola e ele chora porque não quer que eu vá ou quando eu volto da escola e ele fica grudado comigo até dormir. Nem quando ele tem que comer, ele me solta.
Não disse nada para meu pais, pois eu percebi que isso ajudou muito eles. Tipo, eles estão indo dormir melhor, não escutam o choro de Gael o dia todo. - E esse menino chora, hein. - Mas, quando eu saio, eles falam que ele fica muito chato, chora muito e fica me chamando. - Do jeito dele, já que ele nem sabe falar. - Então, eu acabo faltando bastante na escola.
E agora veio o resultado.
- Eu tenho que chamar, Dorothy. Eu te avisei que se não melhorasse, eu ia chamar seu pai. - Ele diz mechendo no computador. Eu tenho uma certa amizade com o diretor, professores e funcionários.
- Não tem, não! Você pode muito bem ignorar. Você é o diretor.
- Eu sei, mas suas notas nunca caíram assim, e você não quer me falar o porquê. - Eu ia tentar argumentar mais, porém ele não deixou. - Nem adianta, Dorothy. - Reviro os olhos com a sua fala.
___________________________________________RAPHAEL DIAS BELOLLI.
- Olá. É essa a sala do diretor? - Digo batendo na porta que estava já aberta, mas logo vejo minha filha alí.
A escola de Dorothy me ligou e perguntou se eu poderia comparecer lá hoje, fiquei preocupa achando que algo tinha acontecido, mas não era nada de mais. Me disseram que era apenas para falar sobre as notas de Dorothy, e eu achei que seria elogios, pois a mesma sempre teve notas incríveis.
- Olá, senhor. É aqui mesmo, pode entrar. - O diretor diz se levantando e estendendo a mão para mim. - Sente-se, por favor. - Me sento na cadeira a sua frente.
- Já que o senhor já está aqui, vou começa. - Apenas concordo com a cabeça. - Bom, nós te ligamos para falar sobre as notas de sua filha, isso já lhe foi dito. Dorothy sempre teve notas incríveis, mas de uns bimestres para cá, as notas andam caindo bastante. - Me surpreendo, pois imaginei outra coisa. E a mesma nunca me falou que estava com dificuldade na escola. - Perguntamos se tinha acontecido algo, mas a mesma disse "não". Então, ligamos para você para informar sobre isso, pois imagino que o senhor não saiba.
- É, eu não sabia mesmo. - Digo e olha rapidamente para Dorothy. - Mas vou conversar com ela e procurar saber o que aconteceu.
- Bom, eu espero que isso ajude. Ela não irá repitir de ano, pois continua sendo uma ótima aluna, mas ficará de recuperação apenas essa semana. - Ele diz se levantando, e eu e Dorothy levantando junto.
- Isso é ótimo, obrigada. - Nos despedimos e fomos para o carro.
[...]
- Porquê não me disse que estava com dificuldade nas matérias, eu não sou tão burro assim, eu ia ajudar. - Digo e a mesma dá uma risada.
- Pai, eu não tenho e nem estou com dificuldade na matéria. Não queria falar, mas já que o senhor já sabe. - Ele diz e eu começo a dirigir ouvindo a mesma. - Eu não estou indo bem, por causa do Gael.
- Como? - Pergunto surpreso.
- Não é culpa dele, exatamente. Lembra que depois que ele ficou mal, ele está muito grudento comigo? - Concordo com a cabeça. - isso vem me atrapalhando muito. Eu vi que isso foi bom para vocês, então, não contei. Não queria que a rotina voltasse a ficar muito pesado para vocês.
- Mas ficou pesada pra você, filha. Sim, eu percebi que ele ficou bem apegado, mas não imaginei que estava assim. - Paro no sinal. - Ele não é seu filho, é seu irmão. Não é sua obrigação cuidar dele desse jeito. Foi bom para mim e sua mãe, mas era para ter falado para nós e não deixado te prejudicar assim.
- Desculpa não ter contando, mas é que você estavam bem mais relaxados, ai eu não quis falar. Foi mal.
- Tudo bem. Mas se isso acontecer de novo, me fala que eu resolvo.
- Tá bom, mas vamos pra casa logo, eu estou morrendo de fome. - Ela diz e eu começo a rir.
- Vamos, vamos. - Digo e começo a dirigir, ainda rindo.
________________________________________• Raphinha Belolli.
• Dorothy Belolli.