• Discussão.
• Aillyn Cavalcante Santos.
•ValentinaCampos95282
_________________________________________- Mas você vai voltar agora? E se seu pai estiver lá? - Minha amiga pergunta assim que eu digo que vou ir para casa.
Eu e minha amiga estamos matando aula e tem umas 2 semanas que estamos fazemos isso direto.
- Ele tá no treino e só vai chegar depois de mim. - Digo tomando o picolé que tínhamos comprado.
- Tá bom, amiga. Vou indo pra casa também. - Ela se despede me dando um beijo na bochecha e vai embora.
________________________________________Entro em casa ouvindo música e não percebo que meu pai estava no sofá olhando para mim.
- Pai? O que você tá fazendo aqui? - Pergunto confusa, já que não era para ele estar em casa essa hora.
- Eu que pergunto, Aillyn. - O mesmo diz sério, o que me deixa um pouco nervoso.
- A escola liberou mais cedo. - Digo tentando transparecer tranquilidade.
- Não foi que o diretor me disse. - Ele diz me fazendo ficar bem mais nervosa.
- Ele te ligou? O que foi que ele disse? - Pergunto pegando minha garrafa de água que estava na minha bolsa.
- Ele me disse que tem mais de duas semanas que você não aparece na escola. - Ele diz se levantando do sofá.
- Que estranho, né, pai. - Digo coçando a nuca.
- É, é bem estranho. Até porque, eu levo você até lá, mas eu não vejo você entrando.
- Eu fico esperando minha amiga. - Digo inventando uma desculpa, mas isso deixou ele estressado.
- Caralho, Aillyn, acha mesmo que consegue mentir pra mim, mano? - Ele diz bravo. - Eu pago aquela merda de escola, mas pra quê? Pra você ficar mantando aula. Você não tem um pingo de consideração comigo, né? Eu peguei a melhor escola que tinha pra você, eu te levo todos os dias, mas isso não serve de nada. - O mesmo passa a mão no rosto. - Você é muito do contra. Eu falo pra você estudar e agradecer por ter um escola boa, uma coisa que muitos queriam ter, mas você faz isso. Eu esperava tudo, menos isso.
- E quem disse que eu queria essa escola? - Já que ele tá falando tudo que quer, eu vou falar também. - A única coisa que eu queria de verdade, é a atenção do meu pai. Você acha que eu estou matando aula porque eu acho divertido? Eu tô fazendo isso porque eu quero que você preste atenção em mim. - Digo com os olhos cheios de lágrimas. - Desde dos meus 10 anos que eu não tenho mais você, praticamente. Qual foi a última vez que você foi em alguma apresentação minha? Quela foi a última vez que você foi em um jogo meu? Qual foi a última vez que você perguntou como foi a escola? - Já estou chorando, mas não consigo olhar pra ele. - Porra, eu só queria a sua atenção. - digo sussurrando essa última parte.
O mesmo não diz nada, só vai pra a cozinha e fica lá por um tempo. Entendo que ele não vai falar mais nada e vou para meu quarto.
________________________________________• Raphael Cavalcante Veiga.
_________________________________________Assim que Aillyn termina de falar, eu vou para a cozinha, em choque.
Não sabia que ela se sentia assim. Eu sabia que não tínhamos mais aquela conexão, mas achei que fosse porque ela está crescendo.
"Desde os meu 10 anos" Ela já tem 15, mano.
[...]
Desde da nossa discussão na sala, não conversamos ainda. Ela subiu para o quarto dela e não desceu para comer. E agora eu vou lá no quarto dela para tentar conversar mais calmamente.
- Posso entrar? - Pergunto depois de bater na porta do quarto da mesma.
- Pode, pai. - Ela diz baixinho, mas eu consigo escutar.
- Podemos conversar? - Pergunto e a mesma diz um "sim". - Bom, quero me desculpar. Você estava certa, eu não tinha percebido que eu estava tão distante. Acho que deixei meus compromissos e o futebol, me consumirem e acabei me afastando. - me sento na beira da cama. - Se eu perguntasse com foi seu dia, isso poderia ser evitado. Juro que eu vou melhorar, vou prestar mais atenção em você e vou me organizar direitinho pra isso não acontecer mais. - Solto um suspiro. - Me perdoa, filha?
- Confesso que também achei que estávamos afastados porque eu estava crescendo, mas percebi que não era isso. - Começo dizendo. - Não é só a questão de prestar atenção em mim, pai. Eu passar mais tempo com você, quero ir em um parque com você, quero que você vá ver um jogo ou uma apresentação escolar minha, quero ficar vendo filmes, fazer dia de jogos. - A mesma da um suspiro. - Me desculpa também. Eu poderia ter falado para você o que eu estava sentindo e não ter me prejudicado assim na escola. - Dou uma pequena pausa. - Eu te perdôo, pai.
- Eu vou, eu juro pra você que vou. - Dou um abraço nela. - obrigada por me perdoar e eu te desculpo, filha. - A mesma retribuí o abraço. - Te amor, meu amor. - digo baixinho e Aillyn me abraça mais forte e diz baixo " Te amo, pai. "
________________________________________• Aillyn e Raphael Veiga.