𝟮𝟯

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POV MANUEL TORINO

O dia estava muito calmo,calmo demais para ser verdade.Enquanto todos se mantinham jantando na cozinha,eu estava sentado na varanda observando o local e a única pessoa presente ali,Davi.

Sabe,ele era um bom garoto e por mais que ouça várias coisas diferentes a seu respeito,eu ainda não consigo formar uma opinião concreta em relação a ele.Eu não consigo simplesmente ouvir da boca dos outros e se agarrar naquilo sem nem concordar,não sou assim.

Claro que não concordo com tudo que ele faz,tem coisas que ele realmente não precisa fazer e passa mesmo do ponto.Gritar,bater no peito e dizer o tempo todo que é homem são uma das coisas que não admiro tanto no Davi.É o jeito dele e talvez eu possa pensar assim por agir de modo diferente,mas mesmo se for,eu vou continuar com o mesmo pensamento,não precisa disso.

Antes de gritar,é só conversar e se mesmo assim não der,então que grite,pelo menos vai ter tentado de tudo antes de levantar a voz e perder a razão.

Horas e horas ali e eu estava quase pegando no sono,mas aquele barulho tão bem conhecido por mim se alastrou por todo o local e tão rápido quanto a porta da casa se abrindo,vi Davi atender o big fone.

— Droga! — Ouço Yasmin falar e vejo a loira se sentar no sofá rapidamente. — Quase que eu viro a Yasmin do pézinho agora.

— Daí eu vou ter pegado as duas do pézinho. — Brinco a vendo arquear as sobrancelhas e virar a cabeça lentamente para me olhar. — Foi mal,foi mal,sem piadinhas,entendi.

Dou uma risadinha e vejo Davi rir enquanto esfregava as mãos uma na outra e caminhava para entrar na casa.Logo atrás dele,vinham alguns participantes que estavam curiosos para saber o que foi falado ao brother que em segundos saí da casa com pulseiras vermelhas em mãos.

— Eu tenho que dar 9 pulseiras vermelhas pra 9 pessoas. — Explica pegando uma pulseira e indo na direção de Rodriguinho.

A primeira foi entregue a Rodriguinho,a segunda a Juninho e seguindo em frente as próximas foram entregues a Pitel,Lucas,Yasmin,Bin Laden,Marcus,Leidy e a última mais não menos importante,a mim.

É nessas horas que eu me mato por dentro por ter defendido o muleque a cada segundo que ouvia Yasmin falar dele.

— É o jogo gente,é o jogo. — Fala Marcus enquanto Rodriguinho olha Davi gritando e comemorando no gramado.

— Mas isso não é legal,já deu a pulseira,acabou. — Fala negando lentamente e eu massageio o queixo com uma das mãos. — Ele vim gritando pro meu lado,vai apanhar,já tô avisando.

𝐒𝐄𝐑𝐄𝐈𝐀 | 𝒀𝒂𝒔𝒎𝒊𝒏 𝑩𝒓𝒖𝒏𝒆𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora