Ao avançar pelas estradas que levam à Fortaleza Vermelha, sinto o suave balanço da carruagem, que se move como um navio em um mar de estradas pavimentadas. Ao meu redor, a paisagem de Westeros se desenrola como uma tapeçaria viva: colinas verdes que se estendem até onde a vista alcança, árvores antigas que murmuram segredos ao vento e vilas que pontilham o caminho com suas chaminés fumegantes e atividades diárias. Tudo isso é envolto em um véu de mistério, semelhante ao que cerca a minha própria presença.
Eu sou Lady Visenya, filha de Lorde Baratheon de Ponta da Tempestade, Senhor da Tempestade. Meu nome carrega um peso ancestral e uma expectativa de grandeza, mas para o reino, permaneço uma sombra oculta aos olhos curiosos. Minha pele é pálida como o luar, destacando-se em contraste com a escuridão dos meus cabelos longos e volumosos, que caem como uma cascata de ébano sobre meus ombros. É uma combinação que contribui para o enigma que sou, uma presença misteriosa em um mundo de cortes e intrigas.
Meus olhos violetas, uma marca da linhagem nobre que me deu vida, escondem perguntas não respondidas que borbulham em minha mente. São como poços profundos, refletindo a história de meus ancestrais e o peso das expectativas que carrego. Enquanto a carruagem avança, olho pela janela e vejo Porto Real se aproximar. A cidade, vibrante e caótica, é testemunha de minha chegada, mas os detalhes de minha figura permanecem entrelaçados com o desconhecido.
Ao meu lado, Oton permanece firme em sua postura protetora. Ele é mais do que um guarda; é um amigo, alguém que conhece os segredos e medos que carrego. Ele compreende a necessidade de minha discrição, servindo como um protetor silencioso diante do mistério que represento. Sua presença é uma âncora em meio ao mar de incertezas que me rodeia.
A Fortaleza Vermelha ergue-se à nossa frente, suas torres majestosas e muralhas imponentes sussurrando segredos enquanto nos aproximamos. Pergunto-me se algum dia poderei desvendar o véu que me envolve e compreender verdadeiramente meu lugar neste mundo de poder e política. A carruagem avança, e meus pensamentos se entrelaçam com as páginas de um livro que carrego comigo, meu refúgio em meio à tempestade.
São contos de cavaleiros e damas, histórias que ecoaram pelos salões de Ponta da Tempestade durante minha infância. Mas agora, essas histórias parecem distantes, como sonhos de um passado que não posso mais alcançar. A narrativa que estou prestes a viver é minha própria, e as palavras que escrevo com meu destino se desdobram diante de mim como um pergaminho misterioso.
Gosto de ler e desenhar, formas de expressão que me permitem escapar para mundos de imaginação, onde as regras são minhas para moldar. No silêncio da carruagem, pego meus lápis e começo a traçar linhas suaves, capturando a paisagem que passa pela janela. As torres da Fortaleza Vermelha ganham vida no papel sob meu toque habilidoso, mas meu noivo permanece uma figura nebulosa, um contorno vago na narrativa que se desenrola.
As perguntas surgem entre as muralhas do castelo, crescendo como flores silvestres em um jardim de curiosidade. Quem é a misteriosa Lady Visenya de Ponta da Tempestade? Uma dama de beleza enigmática que desafia as expectativas, uma incógnita que instiga a imaginação de todos que a cercam. Sinto os olhares intrigados dos habitantes da Fortaleza Vermelha, suas especulações pairando no ar como fumaça.
Oton, sempre atento, oferece palavras de conforto enquanto a carruagem atravessa a ponte que leva à fortaleza. "A névoa do mistério, minha criança, é sua aliada. Em meio à intriga, você molda sua própria narrativa." Suas palavras são um lembrete de que, embora a incerteza me cerque, é nela que encontro a força para escrever minha própria história.
Ao cruzar os portões da Fortaleza Vermelha, abraço a incerteza que me envolve. Cada pedra deste castelo guarda um segredo, e cada corredor ecoa com as vozes daqueles que vieram antes de mim. A história de Lady Visenya de Ponta da Tempestade está apenas começando, e é nas sombras do desconhecido que encontro a coragem para enfrentar o que o destino reserva. A carruagem para finalmente no pátio da Fortaleza Vermelha, e, ao descer, respiro fundo, sentindo o ar fresco e cheio de promessas.
Enquanto avanço pelo pátio, a fortaleza revela-se em toda sua glória. Soldados em armaduras brilhantes passam em formação, suas espadas reluzindo ao sol. Nobres e servos se movem com pressa, cada um com seus próprios destinos traçados. A Fortaleza Vermelha é um mundo à parte, um labirinto de intrigas e alianças, e, no centro de tudo, estou eu, uma peça em um jogo cujas regras ainda estou aprendendo.
Olho para as janelas altas, imaginando quem me observa de lá, quais histórias sussurram sobre mim nos salões da corte. Sei que minha presença aqui não passará despercebida por muito tempo. Os rumores se espalharão, e logo todos conhecerão o nome Lady Visenya. Mas até então, permaneço uma sombra, um mistério envolto em véus, aguardando o momento de revelar quem realmente sou.
Conforme o sol se põe, tingindo o céu de vermelho e dourado, sinto uma calma inesperada. A incerteza ainda paira no ar, mas agora vejo-a como uma oportunidade, uma página em branco onde posso escrever meu próprio destino. Na Fortaleza Vermelha, um novo capítulo começa, e estou pronta para enfrentá-lo com coragem e determinação.
REVISADA E REESCRITA
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fanfiction1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...