Dançando com as Estrelas

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O desafio da noite anterior pairava entre nós como uma sombra insistente, mas a luz do novo dia trouxe consigo uma perspectiva diferente. Consciente de que minha decisão impulsiva havia deixado marcas em Aemond, convidei-o a fazer o mesmo. Surpreendentemente, ele concordou.

O crepúsculo envolvia a Fortaleza Vermelha enquanto subíamos a torre mais alta, cada passo elevando-nos acima das sombras do passado. A brisa noturna acariciava nossos rostos quando alcançamos o terraço, um observatório perfeito para os amantes do céu.

"O que estamos fazendo aqui?" Aemond perguntou, seus olhos ainda carregando vestígios da tempestade emocional da noite anterior.

"Estamos dançando com as estrelas, Aemond." Sorri, apontando para o vasto céu salpicado de luzes cintilantes.

Espalhei uma manta no chão, convidando-o a sentar-se ao meu lado. Aemond, inicialmente hesitante, cedeu à curiosidade. Sob as estrelas, começamos a compartilhar histórias sobre os astros, como eles moldaram lendas e guiaram destinos ao longo dos tempos.

"Cada estrela é uma história não contada, um destino ainda por se desdobrar," comentei, me perdendo na vastidão cósmica acima de nós.

Aemond, gradualmente relaxando, deixou-se envolver pela magia tranquila da noite. As tensões que haviam nos mantido à distância começaram a se dissolver sob o manto estrelado. Falamos sobre a constelação da Espada de Aemond, uma homenagem sutil ao seu nome, e sobre o Dragão Perdido, que se desvaneceu no céu noturno como uma memória esquecida.

"Talvez, assim como as estrelas, também possamos encontrar nossa constelação única neste vasto universo," refleti, olhando para ele.

Aemond não respondeu de imediato, mas sua expressão sugeriu que, mesmo que não pudesse verbalizar, algo dentro dele estava mudando. Sob as estrelas cúmplices, compartilhamos um momento de entendimento silencioso.

Então, como se o próprio céu estivesse celebrando nossa pequena trégua, uma estrela cadente cortou o firmamento. Ficamos em silêncio por um instante, observando o rastro de luz desaparecer.

"Faça um desejo, Aemond," encorajei-o, seguindo a tradição que muitos seguiam sob um céu estrelado.

Ele olhou para mim, seus olhos refletindo uma mistura de dúvida e esperança. Fechou os olhos por um breve momento e, quando os abriu novamente, algo havia mudado neles.

"Talvez seja hora de deixar as sombras para trás e permitir que as estrelas guiem o caminho," ele murmurou, revelando uma vulnerabilidade que eu não esperava.

Naquela noite, debaixo do espetáculo celestial, Aemond e eu começamos uma jornada incerta, mas, ao menos por enquanto, as estrelas pareciam dispostas a dançar ao som da nossa reconciliação. Cada estrela no céu era um lembrete silencioso de que, apesar das sombras que nos haviam cercado, havia esperança de encontrar a luz novamente.

À medida que a noite avançava, o ambiente tranquilo parecia encorajar Aemond a se abrir mais. Ele compartilhou histórias de sua infância, revelando memórias que moldaram o homem que ele se tornara, incluindo sua relação conturbada com seu irmão Aegon e os desafios de carregar o nome Targaryen.

"Desde criança, sempre senti que precisava provar algo, ser digno do nome que carrego. As sombras das expectativas sempre foram pesadas," ele confessou, sua voz carregada de um peso que eu não havia percebido antes.

"Eu entendo," respondi suavemente. "As expectativas podem ser um fardo, mas também podem nos moldar, nos ensinar. Talvez possamos encontrar um caminho onde as sombras não definam quem somos, mas nos fortaleçam."

Aemond assentiu, absorvendo minhas palavras. Ele parecia mais leve, como se a simples ideia de não carregar esse fardo sozinho fosse um alívio. A noite avançava, e nós ficamos deitados, lado a lado, observando as estrelas, permitindo que o silêncio reconfortante falasse por nós.

Quando a madrugada começou a dar sinais de sua chegada, Aemond falou novamente, desta vez com um tom mais determinado: "Visenya, se vamos enfrentar o futuro juntos, precisamos confiar um no outro, compartilhar nossas incertezas. Eu não quero que sinta que precisa fugir para encontrar liberdade."

Suas palavras foram diretas e sinceras, um convite para um novo começo. Eu sabia que este era um passo importante para ele, e para nós.

"Prometo que serei mais aberta, Aemond. Podemos não ter escolhido este destino, mas podemos escolher como vamos enfrentá-lo," concordei, sentindo um fio de esperança se entrelaçar em meu coração.

Entre Sombras e Dragões- Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora