As semanas passaram em uma dança ritmada de treinamento e deveres na Fortaleza Vermelha. Aemond e eu, apesar de nossas diferenças, encontramos um equilíbrio peculiar que se refletia nos campos de treinamento. O que começou como uma aliança de conveniência começou a se transformar em algo mais significativo, uma parceria que tanto nos desafiava quanto nos fortalecia.
Na manhã ensolarada, vesti minha armadura leve e fiz meu caminho em direção à área de treinamento. Aemond já estava lá, sua figura imponente destacada contra o horizonte. Os sons metálicos das lâminas se chocando ecoavam, criando uma sinfonia de treinamento que reverberava pelos muros da fortaleza. Era um som familiar, quase reconfortante, que marcava o início de mais um dia compartilhado em nossa rotina recém-estabelecida.
Ao me aproximar, Aemond interrompeu sua rotina e ergueu a espada em saudação. "Princesa Visenya, veio para mais uma rodada de treinamento?" Sua voz era carregada de um calor que já havia se tornado familiar, um reflexo da camaradagem que lentamente construíamos.
Acentuei com um aceno e, sem dizer uma palavra, assumi minha posição. A dança das espadas começou, cada movimento calculado, cada ataque e defesa um teste de habilidade e astúcia. Era um ritual quase sagrado, onde cada golpe e defesa serviam para testar não apenas nossa habilidade, mas também a confiança crescente entre nós.
Entre os movimentos fluidos, nossas palavras também dançavam no ar. "Você está melhorando, princesa," comentou Aemond, seu elogio sincero cortando através da intensidade do treinamento. O reconhecimento em sua voz era um bálsamo para mim, um lembrete de que minhas habilidades estavam longe de ser uma simples formalidade.
"Como se o destino exigisse que nós dois dançássemos nessa arena," respondi, meu sorriso escapando por entre os movimentos rápidos. A metáfora do destino tornava-se cada vez mais palpável, como se cada golpe de espada fosse um passo na direção de um futuro ainda não completamente desvelado.
À medida que a dança se desenrolava, era evidente que mais do que a habilidade com a espada, nossos corações estavam em sintonia com o ritmo daquele momento. Aemond e eu éramos jogadores em um jogo que se desenrolava não apenas no campo de treinamento, mas nas complexidades não ditas entre nós. Cada encontro no campo era uma forma de comunicação, uma linguagem silenciosa que só nós dois entendíamos.
A espada se tornou uma extensão de nossos sentimentos, uma expressão silenciosa de uma conexão que transcendia as expectativas da corte. No calor da batalha simulada, percebemos que, de alguma forma, estávamos forjando uma aliança única, uma parceria que desafiava as convenções e os murmúrios nas sombras. A corte estava sempre observando, sempre julgando, mas ali, no campo de treinamento, éramos apenas nós.
Quando a dança das espadas chegou ao fim, ficamos ali, ofegantes, trocando olhares que diziam mais do que qualquer palavra. O sol se punha no horizonte, lançando uma luz dourada sobre nós, um símbolo de encerramento e renovação. Estávamos ambos cientes de que algo significativo havia acontecido, algo que não podia ser facilmente revertido ou ignorado.
"Somos como as espadas, princesa," disse Aemond, sua voz carregada de significado. "Forjados no calor da batalha, moldados pelas adversidades. E, no final, espero que possamos ser mais do que jogadores nesse jogo." Suas palavras ressoaram profundamente em mim, revelando uma vulnerabilidade e uma esperança que raramente ele expressava.
Contemplei suas palavras, os contornos do entendimento delineados entre nós. A dança das espadas, um prelúdio para algo maior, algo que começava a se desenrolar nos corredores da Fortaleza Vermelha. O entendimento mútuo que havíamos alcançado era mais do que um simples alívio das tensões; era um compromisso de navegar juntos pelas incertezas do futuro.
A próxima etapa dessa jornada incerta aguardava, e, enquanto o sol mergulhava no horizonte, sabíamos que a dança continuaria. Havia muito mais a descobrir, tanto sobre nós mesmos quanto sobre o caminho que trilhávamos juntos. E enquanto caminhávamos de volta à fortaleza, lado a lado, a promessa de um futuro compartilhado pairava no ar, carregada de potencial e esperança.
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fanfic1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...