A tensão entre mim e Aemond persistia como uma nuvem escura sobre a Fortaleza Vermelha. Os corredores, uma vez repletos de sussurros de intrigas, agora eram testemunhas silenciosas da dança complicada entre o Príncipe Dragão e a Princesa Selvagem. O eco de nossas palavras trocadas na sala do trono ainda reverberava em cada interação, como um lembrete constante do abismo que nos separava.
Uma manhã ensolarada, encontrei-me nos Jardins de Cima, cercada por flores vibrantes e pela brisa suave que acariciava meu rosto. As cores ao meu redor contrastavam com a tensão que ainda sentia em meu peito. Enquanto observava o movimento gentil das pétalas ao vento, Aemond aproximou-se, sua expressão carregada de algo que não pude decifrar de imediato.
"Visenya, jaelagon udrāzma," (Visenya, precisamos conversar,) disse ele, rompendo o silêncio tenso que pairava entre nós. Sua voz era firme, mas havia uma vulnerabilidade subjacente, como se estivesse prestes a atravessar uma fronteira invisível.
Sentei-me em um banco de pedra, observando-o com curiosidade. "Jemēla, iā īlva rūklon daor sagon mēre ābrar va īlva gēlȳnagon. Jaelagon bona sagon iā sȳndor līr." (Fale, meu príncipe. A corte já está atenta ao nosso teatro, que seja uma boa performance.)
Ele suspirou, como se buscasse as palavras certas. "Kesā jenka iksis iā rūsagon syt īlva mēre ziry. Yn gaomas daor kostagon rhaenar sȳz syt istin. Se īlva dāezē rȳbagon jāhor sagon gevives," (Este casamento é um desafio que não prevíamos. Mas não podemos continuar como estamos. A corte murmura, e nossa aliança deve parecer sólida.)
"Sepār ao ūndegon bona iksis sepār iā kepā rȳbagon. Daor gaomas ao ūndan bona kostilus iemnȳ, daor?" (Você fala como se isso fosse apenas uma questão de aparências. Não vê que há algo maior em jogo aqui?) respondi, meus olhos encontrando os dele com firmeza. A batalha entre nós não era apenas de palavras, mas de convicções, de mundos que colidiam em busca de um entendimento mútuo.
Aemond caminhou de um lado para o outro, uma expressão conflituosa em seu rosto. "Vezof, Visenya, yn se gaomagon bē. Rhaenagon vēttan syt iā rȳbagon zentyssy." (Eu entendo, Visenya, mas as expectativas são altas. Precisamos mostrar que essa união tem fundamentos sólidos.)
"Zentyssy daor kostagon rȳbagon va iā lōgor, Aemond. Ziry gaomas mērī īlvon, jemot se, īlva iājar," (Fundamentos sólidos não se constroem em uma semana, Aemond. Requerem tempo, compreensão e, acima de tudo, respeito mútuo,) retruquei, levantando-me do banco. O sol lançava sombras no chão enquanto nos encarávamos. Aemond parecia ponderar minhas palavras, mas havia algo mais em seus olhos, algo que eu ainda não conseguia decifrar.
"Nyke va sagon jāhor iā vāedis iā mērī ñuhor se ao," (Proponho um pacto entre nós,) ele declarou, sua voz séria, uma ponta de esperança no que dizia.
"Vāedis?" (Um pacto?) Ergui uma sobrancelha, intrigada. "Rhaenagon."
"Ao vēttan iā rūsagon daor iā lantra, yn iā gevives. Kessa iā sȳndor daor yn sēten bona, yn gaomagon iā qogror issa. Lykirī iā bē īlva kesan lōgor iderēbagon," (Aceitemos este desafio não como uma imposição, mas como uma oportunidade. Sejamos aliados verdadeiros, não apenas diante da corte, mas em nossa jornada pessoal. Descubramos o que está além das sombras que nos envolvem,) sugeriu ele, sua expressão indicando uma sincera busca por entendimento.
A proposta era inesperada, mas, por um breve momento, vislumbrei uma possibilidade de paz nesse casamento forçado. Havia uma verdade inegável em suas palavras, uma esperança que não havia considerado até então. "Rhaenar jāhor iā mērī, Aemond. Nyke dīnagon syt iā iājar. Vāedis daor sepār," (Concordo com sua proposta, Aemond. Que este pacto seja uma ponte entre nossos mundos distintos,) respondi, reconhecendo a importância daquele momento.
Estendemos as mãos, selando assim nossa promessa. Entre promessas e desafios, a Fortaleza Vermelha testemunhava uma reviravolta em nossa narrativa, e o futuro, antes envolto em sombras, começava a ganhar contornos de possibilidade. Com este pacto, éramos dois aliados que tentavam navegar as águas turbulentas que cercavam nossa união. As sombras ainda estavam presentes, mas talvez, apenas talvez, pudéssemos encontrar uma maneira de coexistir e descobrir a luz escondida em meio à escuridão.
REVISADO E REESCRITO
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fiksi Penggemar1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...