As noites na Fortaleza Vermelha eram um labirinto de sombras e suspiros, enquanto eu, Visenya, enfrentava a realidade de um casamento nas bordas do abismo. Aemond e eu compartilhávamos a mesma residência, mas nossos quartos separados ecoavam a distância que crescia entre nós.
Cada porta fechada simbolizava mais do que a simples divisão de espaços; era a barreira que construímos para proteger nossos corações do desconhecido. As sombras dançavam nos corredores, testemunhando a solidão que se infiltrava em nossas vidas. Eu me via cada vez mais envolta nas intrigas da corte, enquanto Aemond se tornava uma presença distante, ocupado com os deveres que o afastavam de mim.
Numa noite silenciosa, encontrei-me à janela, observando o luar refletir nas muralhas da fortaleza. Aemond estava ausente, perdido em deveres que o distanciavam ainda mais. A brisa noturna acariciava meu rosto, como um sussurro suave da liberdade que parecia cada vez mais distante. Eu me perguntava se algum dia conseguiríamos ultrapassar as barreiras que nos separavam, se poderíamos encontrar um ponto de equilíbrio entre nossas diferenças.
A porta entreaberta revelava o quarto vazio de Aemond, um lembrete silencioso da lacuna entre marido e mulher. Decidi enfrentar as sombras que separavam nossos leitos e entrei. O som do vento parecia sussurrar segredos antigos, histórias de outros casais que, como nós, enfrentaram desafios semelhantes.
O quarto estava mergulhado na penumbra, revelando contornos indistintos de móveis e objetos. A cama, espaço de promessas não cumpridas, permanecia intocada. No meio da sala, erguia-se uma cadeira solitária, onde Aemond passava horas em reflexões silenciosas. Era um lugar onde ele podia ser apenas ele, longe dos olhos julgadores da corte, mas também um lugar de solidão.
À luz fraca de uma vela, avancei, cada passo ressoando como o eco de uma decisão irreversível. O ranger do assoalho chamou a atenção de Aemond, que se voltou surpreso para encarar a intrusa.
"O que pensa que está fazendo aqui?" Aemond rosnou, erguendo-se da cadeira como um predador alertado para a presença de uma presa. Havia uma rigidez em sua postura, como se ele estivesse pronto para se defender de um ataque inesperado.
"Enfrentando a realidade que criamos", respondi, meu olhar firme refletindo uma determinação que ele ainda não compreendia. Eu estava cansada de viver sob o peso do silêncio e da tensão, e queria encontrar uma maneira de romper com o ciclo vicioso que ameaçava nos destruir.
A tensão no ar era palpável quando nossos olhares se encontraram. Por um momento, as sombras ao redor pareciam se recolher, como se aguardassem o desenrolar de um destino que apenas começava a se revelar. As palavras não ditas pairavam entre nós, pesadas e cheias de significado.
"Estamos juntos nisso, quer queiramos ou não", acrescentei, movendo-me em direção à cama que permanecia como uma fronteira entre nós. Minhas palavras eram uma oferta de paz, uma tentativa de encontrar um terreno comum em meio à tempestade de emoções que nos cercava.
Aemond, inicialmente resistente, cedeu, seus ombros pesados com o fardo das expectativas. "Não sei se isso resolverá algo." Sua voz era um misto de dúvida e esperança, como se ele quisesse acreditar que havia uma saída, mas não conseguisse ver além das sombras.
"Mas é um começo." Com essas palavras, rompemos a barreira do silêncio, enfrentando as sombras que ameaçavam nos envolver. Sentamos lado a lado, as paredes do quarto testemunhando a vulnerabilidade que cada um de nós exibia pela primeira vez. Eu sabia que esse momento não resolveria todos os nossos problemas, mas era um passo em direção à compreensão mútua.
As horas se desdobraram, testemunhando uma conversa que se desenrolava entre quatro paredes, onde marido e mulher, por um instante, compartilharam não apenas o espaço, mas a vulnerabilidade de seus corações. Falamos sobre nossas esperanças e medos, as pressões da corte, e o que realmente significava ser parte da linhagem Targaryen. A distância entre nós começou a se dissipar, substituída por uma nova compreensão e respeito.
O futuro dos Targaryen, pendurado entre sombras e esperanças, começava a se esboçar em meio à escuridão da noite. Nós não sabíamos o que o amanhã traria, mas estávamos dispostos a enfrentar o desconhecido juntos, como parceiros e aliados. E enquanto a lua lançava sua luz prateada sobre a Fortaleza Vermelha, senti pela primeira vez que talvez, apenas talvez, pudéssemos encontrar nosso caminho para fora das sombras.
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fiksi Penggemar1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...