Marés e Lembranças

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A notícia da viagem iminente a Derivamarca ecoou pelos corredores da Fortaleza Vermelha como uma brisa fresca, trazendo consigo a promessa de novos horizontes e desafios. O rei, sentado em toda sua majestade no Trono de Ferro, anunciou a decisão de visitar a sede da Casa Velaryon, e uma excitação inegável pairou sobre a corte. A perspectiva de explorar novas terras e, talvez, criar novas memórias ao lado de Aemond trouxe uma faísca de entusiasmo ao meu coração.

A jornada para Derivamarca não era apenas uma viagem de Estado; era uma oportunidade de reconexão com uma parte vital da nossa história. Aemond e eu sabíamos que essa terra carregava histórias que transcenderam o tempo, tecendo o passado e o presente em um tapete de memórias vivas. O destino evocava tanto nostalgia quanto expectativa, prometendo encontros com o legado marítimo que sempre definiu a Casa Velaryon.

As sombras das intrigas palacianas, por um breve momento, foram ofuscadas pela perspectiva de uma nova jornada. Derivamarca, com suas águas cintilantes e ares salgados, era um lugar carregado de história, marcado por eventos que moldaram o destino de Aemond. Cada grão de areia e cada sopro de vento contavam histórias de conquistas, lutas e alianças seladas sob a bandeira da Casa Velaryon.

A preparação para a viagem trouxe um alvoroço animado ao castelo. Vestes luxuosas foram escolhidas, joias polidas, e a expectativa fervilhava no ar. O salão principal da Fortaleza Vermelha fervilhava com atividade, como um ninho de abelhas em preparação para a chegada de uma nova estação. Costureiras trabalhavam incansavelmente para ajustar vestes, enquanto os mestres de cerimônia coordenavam a logística de transportar uma corte inteira pelo mar. Era um espetáculo de grandeza e de precisão.

A noite antes da partida, uma festa foi organizada para celebrar a ocasião. O salão estava adornado com cores vibrantes, mesas repletas de iguarias, e a música encheu os espaços com uma melodia festiva. Entre os risos e brindes, senti-me envolvida pela energia contagiante. Nobres de toda Westeros se reuniram para desejar boa sorte na viagem, e o ambiente era de camaradagem, ainda que pontuado pela rivalidade e pela política que nunca dormia.

Aemond, ao meu lado, exibia um sorriso que refletia a antecipação de revisitar Derivamarca. "Será uma jornada interessante," ele comentou, sua voz carregada de uma nostalgia que só as terras marinhas podiam evocar. Seus olhos, geralmente tão resolutos, agora brilhavam com a expectativa de revisitar um capítulo de sua vida que, embora tenha sido fonte de dor, também guardava um potencial de cura e renascimento.

A festa desdobrou-se como um caleidoscópio de emoções. O rei, cercado por sua guarda real, brindou à aliança renovada com a Casa Velaryon, e a corte aplaudiu em uníssono. Ao meu redor, nobres e damas compartilhavam histórias e sorrisos, todos unidos pelo espírito de celebração. O salão vibrava com o som de músicas antigas, e o vinho fluía como um rio, dissolvendo momentaneamente as tensões que permeavam a política de Westeros.

Enquanto dançávamos ao som de músicas alegres, pude sentir Derivamarca se desenhando em nossas mentes como um cenário promissor. Aemond, mesmo envolvido pelos compromissos reais, manteve-se próximo, a conexão entre nós fortalecida pela esperança de que aquelas terras pudessem nos oferecer mais do que simplesmente lembranças dolorosas. Sua mão, firme em minhas costas, parecia me ancorar em um momento onde tudo era possível.

A noite avançava, e eu me permiti perder-me nos giros da dança e nos olhares trocados com Aemond. Cada movimento era uma promessa silenciosa de que, juntos, enfrentaríamos o futuro, independentemente das sombras que pudessem surgir. Naquele salão iluminado, sob o olhar atento dos anciãos, prometemos um ao outro enfrentar qualquer desafio que o destino nos lançasse.

Com o anúncio da partida iminente, a ansiedade e a excitação cresceram como as marés, e o eco das ondas distantes parecia antecipar o que estava por vir. Derivamarca, com seus segredos e mistérios, aguardava-nos, oferecendo uma tela em branco para o próximo capítulo de nossa história conjunta. O mar, sempre um símbolo de transformação, prometia uma jornada de renovação e de autodescoberta.

À medida que o amanhecer se aproximava, trazendo consigo o primeiro brilho do novo dia, todos nós estávamos prontos para enfrentar o desconhecido. A jornada para Derivamarca não seria apenas uma viagem física, mas uma travessia para o coração de nossas próprias histórias. E, juntos, Aemond e eu estávamos determinados a escrever um novo capítulo, onde amor e coragem caminhariam de mãos dadas com o destino.

Entre Sombras e Dragões- Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora