Sob o Peso da Aversão

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Após a intrigante incursão na biblioteca, retornei aos meus aposentos na Fortaleza Vermelha, carregando o peso do conhecimento compartilhado com Rhaenyra. As sombras dançavam em minha mente, e a linhagem sombria dos Targaryen ecoava como um murmúrio constante. A vela tremeluzia, iluminando meu quarto e, ao mesmo tempo, lançando sombras nas paredes, como se o próprio ambiente reagisse à descoberta.

A rotina na corte, implacável em sua monotonia, persistia no dia seguinte. As cortinas se abriam, revelando os raios de sol que penetravam pela janela, enquanto o som distante dos corvos ecoava pelos corredores. Aemond, meu noivo, permanecia distante, a aversão em seu olhar uma barreira intransponível entre nós.

Os dias transformaram-se em uma dança coreografada de formalidades e desdém. A corte observava, silenciosa, a tensão que se desenrolava entre mim e Aemond. Suas palavras eram afiadas como lâminas, cortando o ar com acusações veladas e desdém. Os quartos separados tornaram-se uma metáfora da distância que nos separava, uma prova viva do abismo que crescia entre nossos corações outrora unidos.

Nas noites solitárias, eu contemplava o teto, questionando as sombras que se projetavam nos cantos do quarto. O conhecimento compartilhado com Rhaenyra havia desencadeado uma dança perigosa, e a aversão de Aemond acrescentava uma dimensão sombria à minha existência na Fortaleza Vermelha. Sentia o peso do legado ancestral dos Targaryen, como se os próprios dragões do passado estivessem atentos aos passos que eu dava, ansiosos para ver se eu seria digna de seu nome.

A hostilidade tornou-se uma constante, como uma nuvem negra pairando sobre nossas interações. Os banquetes eram pontuados por olhares gélidos e palavras carregadas de veneno. No entanto, mantive-me firme, uma tempestade contida, enfrentando a aversão com a dignidade que as damas de Ponta da Tempestade aprenderam a carregar como uma armadura. Recusei-me a me curvar ao peso do julgamento de Aemond, determinada a provar que minha lealdade à casa Targaryen era inabalável.

Nos corredores da Fortaleza Vermelha, onde as paredes ecoavam com fofocas e suspiros, a corte observava o tumulto que se desenrolava entre os Targaryen. O destino, entrelaçado com as teias de desdém, tecia uma narrativa complexa, onde o amor e o ódio dançavam uma dança intrincada sob o olhar atento dos dragões. As alianças se formavam e se desfaziam à medida que os sussurros cresciam, e o clima de desconfiança ameaçava dividir ainda mais a já fragmentada família Targaryen.

Rhaenyra, minha aliada improvável, permanecia como uma presença constante e tranquilizadora. Ela e eu continuávamos a desvendar os mistérios da linhagem sombria, e sua sabedoria e experiência eram inestimáveis. Juntas, planejávamos os próximos passos, conscientes de que a chave para superar as dificuldades residia em nossa capacidade de manipular as sombras a nosso favor.

O próximo passo na jornada revelaria se as sombras que nos envolviam dariam lugar à luz ou se a escuridão se aprofundaria ainda mais. Era um jogo perigoso, onde a confiança era uma moeda rara, e cada movimento poderia significar a salvação ou a ruína. Com a determinação de uma verdadeira Targaryen, eu estava pronta para enfrentar o que quer que o destino me reservasse, ansiosa para escrever minha própria história em meio às chamas e sombras que moldavam o mundo ao meu redor.

Entre Sombras e Dragões- Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora