Na penumbra dos aposentos reais, Aemond, com olhos brilhantes de entusiasmo, compartilhava as histórias de suas batalhas e conquistas. A lareira lançava uma luz dourada sobre ele, destacando os traços de um guerreiro destemido. Contudo, minha mente, habitualmente ágil, estava imersa nas sombras da incerteza, um redemoinho de pensamentos tumultuados.
Enquanto Aemond narrava suas proezas, minhas mãos instintivamente repousavam sobre o ventre, onde uma verdade não revelada germinava. Cada palavra dele era um eco distante, uma melodia que não conseguia alcançar meus ouvidos ensombrados pelos pensamentos que fervilhavam.
A imagem do futuro se misturava às chamas dançantes da lareira, criando sombras inquietantes. Perguntas sem resposta, dúvidas que se erguiam como espirais de fumaça. Seria eu capaz de conciliar as responsabilidades reais com a iminência da maternidade? Como os eventos futuros moldariam o destino que ainda se desenhava nas sombras do desconhecido?
Aemond, notando minha distração, interrompeu suas histórias vibrantes e buscou meu olhar. Seus olhos, intensos como brasas, sondaram os meus em busca de respostas que eu hesitava em oferecer. "O que a perturba, Visenya?" questionou ele, uma sombra de preocupação tingindo suas palavras.
Respirei fundo, lutando para manter o segredo que pulsava dentro de mim. "Aemond, cada palavra que compartilha é uma pérola de bravura e honra, mas minhas próprias batalhas se travam nas sombras, nos corredores secretos do futuro que se desenha."
Um silêncio pairou entre nós, um vácuo preenchido apenas pelo crepitar da lareira. Aemond, agora mais próximo, acariciou meu rosto com dedos calejados, uma expressão de ternura mesclada à confusão.
"Minha amada Visenya, as sombras que nos rodeiam são desconhecidas, mas enfrentaremos cada desafio juntos. Diga-me o que a aflige, e juntos, encontraremos a luz para dissipar essas sombras."
Senti a urgência de sua sinceridade e quase cedi ao desejo de compartilhar a verdade, mas um instinto mais forte me fez hesitar. O momento ainda não era certo, e eu precisava de tempo para processar tudo.
"Eu só preciso de um pouco de tempo, Aemond. Prometo que falarei mais quando for a hora certa."
Ele assentiu, respeitando meu pedido com uma compreensão silenciosa, e, juntos, nos voltamos para a lareira, onde as chamas ainda dançavam, refletindo as sombras que um dia iluminaríamos com a verdade.
Nos dias que se seguiram, mantive-me ocupada com os deveres na corte, tentando sufocar o segredo que continuava a crescer dentro de mim. A presença de Aemond, ainda que reconfortante, tornava cada momento uma dança delicada entre o desejo de compartilhar e a necessidade de proteger aquele segredo por mais um tempo.
À medida que a Fortaleza Vermelha continuava a vibrar com a vida e os desafios diários, encontrei um porto seguro em minha aliança com Alicent, a quem confiei meu segredo e cuja sabedoria me ajudava a navegar pelas águas turvas da incerteza.
Sabia que o momento de revelar a verdade a Aemond chegaria em breve, mas até então, guardaria a notícia em meu coração, aguardando o instante em que a luz do entendimento pudesse verdadeiramente dissipar as sombras que nos cercavam.
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
أدب الهواة1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...