"Após a aniquilação dos invasores, o príncipe Aemond, desesperado, buscava por Visenya pelos corredores labirínticos da Fortaleza Vermelha. Os gritos ecoavam, os guardas vasculhavam cada canto, mas a princesa parecia ter desaparecido no caos. A angústia crescia em Aemond, temendo pela vida de sua amada, e cada passo acelerava seu coração, beirando a loucura.
As escadas das masmorras, outrora repletas de vida, estavam agora silenciosas. Os prisioneiros haviam escapado com a ajuda dos invasores, deixando celas vazias, exceto por uma. No final do corredor, uma única cela permanecia fechada. O coração de Aemond se partiu quando a abriu, revelando Visenya em seus últimos suspiros, vestígios de uma crueldade que lhe tiraram a dignidade.
Aemond se ajoelhou, afastando os fios de cabelo do rosto ensanguentado de Visenya. Com uma vasilha de água, tentou limpar as marcas da violência, lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ouvia as últimas palavras dela. Uma tosse trazia consigo o anúncio de um adeus prematuro.
"Kesīr pōnteot, nyke prūmagon?" Ele soluçava entre palavras entrecortadas"Kesīr va istan nyke azantys se ēdrutys tolvie aōha bē? (Por que fizeram isso, minha princesa? — ele soluçava entre palavras entrecortadas — Por que não me levaram ao invés de você?)"
"Kēpaotan tolvie bē, nyke īlvībagon se nyke, daor nyke ōrivaotan sē morghot se nyke aōt," Visenya sussurrava com esforço, enquanto o sangue manchava suas palavras "Ao pāsca se nyke bēbaotan nyke iōragon mazemagon. Pōlenagon, nyke āeksio.(Queriam te destruir, meu amor, quebrar o seu coração — Visenya sussurrava com esforço, enquanto o sangue manchava suas palavras — Acredito que finalmente iria te dar o herdeiro que tanto almeja. Desculpe, meu príncipe.)"
A mão que segurava o rosto de seu amado caiu, seus olhos perderam o brilho, e a expressão preocupada cedeu lugar à serenidade da morte.
"Visenya? Jemot, nyke sagon" Aemond implorava, chacoalhando o corpo frágil de sua esposa "Kesīr va ēdruta qilōñeātībagon hen ziry azantys! Nyke lo qovaotan ziry aōt zōbrī aōha bē, nyke prūmagon."(Visenya? Acorde, por favor — Aemond implorava, chacoalhando o corpo frágil de sua esposa — Diga que ainda teremos nosso bebê! Eu não quero mais essa vida de luxo se for viver sem você, meu amor.)
A notícia da tragédia se espalhava, e criados e familiares, impedidos pelos guardas de adentrar, compartilhavam o luto. A dor de Aemond era um grito silencioso, a única coisa que o prendia a este mundo estava perdida, e ele não pôde protegê-la.
Alicent, mãe de Aemond, adentrou a cela, oferecendo apoio e sugerindo levar Visenya para que fosse preparada com dignidade. Aemond, relutante em se despedir, cobriu sua amada com a capa de um soldado e desceu pela Fortaleza em silêncio, murmúrios de respeito acompanhando sua dor.
Contra os protocolos, Alicent permitiu que o corpo de Visenya fosse vestido com um vestido preto, a cor favorita da princesa. Os cabelos soltos, como ela gostava, e um último banho ministrado por Aemond antes do adeus final. O príncipe se deitou ao lado de sua amada, enquanto amigos e familiares passavam para prestar suas últimas homenagens.
Desde aquele dia, Aemond mergulhou em um silêncio sepulcral, e Cannibal, o majestoso dragão, desaparecera. No funeral de Visenya, no entanto, ele surgiu, majestoso, no alto de uma colina. Aemond, ainda sem voz, compreendeu o que precisava ser feito.
— Dracarys! — Aemond gritou, sua súplica ecoando na colina. O olho de safira refletia o fogo, enquanto uma língua de chamas se erguia de Cannibal. Sem lágrimas ou lamentações, Aemond, ansiava pela justiça que ele próprio invocaria para vingar a perda de sua amada Visenya."
133 d.c
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fanfiction1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...