Dança de Intrigas

229 22 52
                                    

Os corredores da Fortaleza Vermelha ainda ecoavam com os resquícios da decisão do Rei, uma tensão palpável permeando o ar. Enquanto os murmúrios se espalhavam entre os corredores, eu, Visenya, caminhava com uma confiança silenciosa, ciente de que o tabuleiro estava em constante movimento e que cada passo era uma jogada crucial em um jogo complexo.

Aemond Targaryen, ainda ressentido com a decisão de seu pai, cruzou meu caminho com um olhar penetrante. Seus passos rápidos ecoaram no corredor, e, ao me aproximar, ele disparou, sua voz carregada de ressentimento:

"Você pode ter enganado meu pai, mas eu sei que você e esse dragão têm planos obscuros."

Soltei uma risada audaciosa, desafiando sua acusação e demonstrando que sua tentativa de me intimidar não surtiria efeito.

"Meu príncipe, a única sombra que paira aqui é a de sua própria desconfiança. A verdade será revelada com o tempo, não se preocupe."

Ele cerrou os punhos, visivelmente frustrado, mas optei por ignorar sua presença e seguir em frente. A tensão entre nós era como uma corda esticada, prestes a romper, mas eu sabia que a paciência era uma aliada poderosa nesse jogo de intrigas. Entretanto, minha jornada pelos corredores da Fortaleza Vermelha não passaria despercebida.

Alicent, rainha e mãe de Aemond, uma figura imponente e astuta, emergiu dos corredores como uma sombra habilidosa. Seus olhos, perspicazes e calculistas, encontraram os meus, sua presença anunciando que ela também tinha algo a dizer.

"Lady Visenya, uma palavra, por favor," disse ela, usando um tom que mesclava cortesia e subestimação, um convite e um aviso velado.

Virei-me para encará-la, mantendo uma expressão serena e preparada para o que ela pudesse querer discutir.

"Rainha Alicent, o que há em sua mente intrigante?" perguntei, com um tom que mesclava curiosidade e cautela.

Ela sorriu com uma astúcia palpável, suas palavras escolhidas com cuidado.

"O Rei pode confiar em sua lealdade, mas o mesmo não se aplica a todos. Westeros é um reino de segredos e alianças instáveis. Seria tolice ignorar os jogos que estão sendo jogados."

Dei de ombros, respondendo com um deboche sutil, mas mantendo a mente aberta para o que ela pudesse oferecer.

"Ah, a dança das sombras. Já conheço bem essa melodia. Mas o que você sugere, Rainha Alicent?"

Ela se aproximou, baixando a voz para garantir que nossas palavras não fossem ouvidas por ouvidos indesejados.

"Se deseja sobreviver aos caprichos desta corte, precisa de aliados. Aemond pode ser impulsivo, mas eu vejo que você possui um coração astuto. Deixe-me ser sua conselheira discreta."

Ri baixinho, apreciando a tentativa de Alicent de se aproximar e oferecer uma aliança. Eu sabia que suas intenções eram complicadas, mas também sabia que alianças eram a chave para sobreviver e prosperar em Westeros.

"Conselheira discreta? Será um desafio resistir à tentação de rir de suas sugestões, Rainha Alicent. Mas, quem sabe, talvez encontre alguma utilidade em suas palavras."

Ela piscou, satisfeita por ter deixado sua marca e plantado a semente de uma possível aliança. Alicent era uma jogadora habilidosa, e sua proposta não era algo a ser descartado sem consideração.

A dança de intrigas na Fortaleza Vermelha estava apenas começando, e eu estava pronta para me mover entre as sombras, revelando o jogo de poder que se desenrolava diante de mim. Sabia que cada passo deveria ser calculado, cada palavra ponderada. O tabuleiro estava posto, e as peças estavam em movimento, uma partida intricada de xadrez em que cada movimento poderia determinar o futuro.

Westeros, um reino de segredos e alianças frágeis, seria palco para a minha própria narrativa intrincada. Eu estava pronta para enfrentar o que viesse, para dançar com as sombras e jogar o jogo com habilidade e astúcia, determinada a forjar meu próprio caminho e proteger aqueles que eram leais a mim.


REVISADA E REESCRITA

Entre Sombras e Dragões- Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora