A tempestade da discórdia rugia ao nosso redor, cada trovão ecoando como um reflexo de nossa própria batalha interna, uma fúria que ameaçava nos consumir completamente. O céu lá fora estava tingido de um cinza profundo, iluminado ocasionalmente por relâmpagos que cortavam a escuridão. O vento uivava através das janelas mal fechadas, suas rajadas furiosas sibilando como se quisessem invadir a fortaleza de pedra que nos cercava. Dentro da sala, a atmosfera estava carregada de tensão, pesada como o ar antes de uma tormenta inevitável.
Insultos cortavam o ar como lâminas afiadas, cada palavra um golpe que parecia reverberar por todo o ambiente. Objetos eram arremessados com força, estilhaçando-se contra as paredes de pedra com um som que se misturava ao da chuva torrencial lá fora. Havia uma energia pulsante entre nós, uma chama oculta que clamava por liberação, alimentada pela tensão crescente e pela frustração acumulada. Nossos olhares se cruzaram, cheios de um desafio silencioso e de um entendimento mútuo daquilo que não era dito.
Aemond estava diante de mim, com seu rosto contorcido de raiva e dor. Seus olhos, normalmente frios e calculistas, brilhavam com uma intensidade quase palpável, refletindo a luz dos relâmpagos que iluminavam a sala. Ele avançava em minha direção, seus passos ecoando como tambores de guerra em meu peito. Eu me vi encurralada contra a parede, sentindo a frieza das pedras nas minhas costas enquanto ele se aproximava, sua presença uma força avassaladora que me impedia de recuar. O calor da raiva em mim transformava-se em algo diferente, uma chama que queimava com um desejo contido há muito tempo.
À medida que ele se aproximava, o ar ao nosso redor parecia vibrar com uma intensidade quase tangível. A distância entre nós se reduzia a cada passo, e eu sentia o calor de seu corpo irradiando como uma fornalha. O vento lá fora continuava a uivar, mas o som se tornava um pano de fundo distante enquanto minha atenção se fixava inteiramente em Aemond.
Num instante que desafiava toda a lógica, os lábios de Aemond, antes contorcidos em expressão de ira, encontraram os meus em um beijo que era uma mistura vertiginosa de desafio e desejo. O impacto do gesto foi como um raio que cortava o céu, uma explosão de eletricidade que reverberava por todo o meu ser. Foi como se a tempestade se dissipasse por um breve momento, dando lugar a uma calmaria imprevisível. A sala ao nosso redor parecia desaparecer, e tudo o que restava era a intensidade do momento, a eletricidade que pulsava entre nós. Nossas respirações se entrelaçaram, o gosto salgado das lágrimas misturando-se com a doçura amarga da paixão recém-descoberta.
A princípio, resisti ao impulso avassalador que nos empurrava para o desconhecido, minhas mãos pressionando seu peito em um gesto de hesitação. "O que estamos fazendo?" murmurei entre os beijos, uma sutil resistência lutando contra o desejo que fervilhava dentro de mim.
"Não sei," Aemond admitiu, sua voz rouca e carregada de emoção, uma vulnerabilidade que eu nunca tinha visto antes. Seus olhos, sempre tão determinados e controlados, agora revelavam uma tempestade interna que espelhava a minha. "Mas não posso mais suportar essa tempestade dentro de mim."
Suas palavras ressoaram em mim, dissipando qualquer resistência que eu ainda tentasse manter. Eu me rendi ao momento, permitindo que a intensidade do que sentíamos nos envolvesse completamente. Seus lábios voltaram a encontrar os meus com uma paixão renovada, cada beijo um mergulho mais profundo na incerteza e no desejo que nos unia. O calor de seu corpo contra o meu era um bálsamo para a raiva que havia ardido antes, transformando-se em uma conexão visceral e inescapável.
Nossas mãos começaram a explorar territórios desconhecidos, cada toque uma descoberta, uma reivindicação silenciosa do que havia sido reprimido por tanto tempo. Meus dedos encontraram o caminho até seu cabelo, enquanto suas mãos traçavam um caminho ardente pelas minhas costas, nos puxando para mais perto, como se tentar preencher a lacuna que havia se formado entre nós ao longo do tempo. A raiva que uma vez incendiara a sala cedia espaço a uma paixão incontrolável, cada toque, cada suspiro alimentando as chamas de nosso desejo.
No calor do momento, o mundo ao nosso redor parecia se dissolver, e éramos arrastados pela tempestade de nossas emoções, entregando-nos à voracidade do momento. A consumação do casamento ocorreu com uma intensidade avassaladora, cada movimento nosso uma reivindicação, cada suspiro um grito silencioso de rendição. A cama, testemunha silenciosa de nossos conflitos, não resistiu à tempestade de nossas paixões, cedendo sob a pressão de uma união tumultuada e feroz.
Quando finalmente o clímax da tempestade se dissipou, respirávamos pesadamente no rescaldo, nossos corpos entrelaçados em um abraço de exaustão e alívio. O som da chuva lá fora era como uma canção de ninar, acalmando a agitação de nossos corações e trazendo uma tranquilidade inesperada após o turbilhão emocional. Enquanto a tempestade continuava seu curso lá fora, nós nos encontrávamos no olho do furacão, onde as chamas de uma nova compreensão brilhavam suavemente.
Deitados lado a lado, deixávamos para trás os escombros do que já foi, prontos para encarar a complexidade de uma relação que havia sido redefinida pelo fogo e pela tempestade. No silêncio que se seguiu, compreendi que nossa união, marcada por conflitos e paixão, estava apenas começando a se desenrolar em toda sua intensidade. A respiração de Aemond era uma melodia suave ao meu lado, e enquanto fitávamos o teto da sala, um entendimento tácito nos envolvia — de que este era apenas o início de algo novo e transformador.
E embora o caminho adiante fosse incerto e repleto de desafios, havia uma promessa silenciosa entre nós — de enfrentar as tempestades futuras juntos, lado a lado. A Fortaleza Vermelha, que antes testemunhara nossas batalhas, agora seria o palco de uma nova aliança, uma união forjada na paixão e na compreensão renovada. E enquanto o som da chuva continuava a cair suavemente, sabíamos que o verdadeiro teste estava apenas começando, mas estávamos determinados a enfrentá-lo juntos, fortalecidos pelo fogo que ardia entre nós.
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Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fanfic1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...