O sol se pôs, tingindo o céu com matizes de laranja e roxo, enquanto a Fortaleza Vermelha se preparava para receber não apenas os ecos de um casamento iminente, mas também as sombras de outras casas que se erguiam para testemunhar a união Targaryen.
A chegada das casas aliadas trouxe consigo um frenesi de atividades nos pátios e salões do castelo. Os estandartes coloridos tremulavam ao vento, anunciando a presença de nobres de diversas regiões de Westeros. Homens e mulheres vestidos em suas melhores roupas caminhavam pelos corredores, suas vozes entrelaçando-se em um murmúrio constante de expectativas e recordações.
A chegada das famílias era um espetáculo por si só. Carros majestosos adentravam os portões da fortaleza, cada um trazendo seus próprios ornamentos e símbolos. A casa Velaryon, com suas velas prateadas; a casa Hightower, com suas torres imponentes; e muitas outras, cada uma carregando consigo seu orgulho e suas histórias.
Na sala do trono, onde as sombras se alongavam como espectadores silenciosos, ocorreu o reencontro mais aguardado. Princesa Alyssa Targaryen, minha mãe, cruzou o limiar com uma elegância inabalável, seu vestido prateado refletindo a luz suave das tochas. Seu olhar, ao encontrar o meu, revelava um misto de orgulho e preocupação maternal. Ela, que carregava a linhagem das sombras e conhecia os segredos da nossa casa, agora testemunharia minha união com Aemond.
Ao lado dela, Viserra, minha irmã, aguardava com um sorriso acolhedor. O tempo nos havia distanciado, mas o sangue que compartilhávamos ecoava nas lembranças da infância e nos vínculos que transcenderiam as circunstâncias atuais. Viserra, sempre uma presença vibrante, irradiava uma energia calorosa que era um bálsamo para as minhas preocupações.
"Visenya, minha filha", disse Alyssa, suas palavras suaves como a brisa que acaricia a primavera. "Este é o momento pelo qual esperamos. Que a luz dos Sete ilumine seu caminho."
O abraço caloroso de Viserra reavivou memórias adormecidas. As risadas no jardim, as confidências sussurradas à noite, as esperanças compartilhadas sob as estrelas. O tempo não desfez os laços que costuravam nossa história conjunta. Em seus olhos, vislumbrei a compreensão silenciosa de uma irmã que compartilhava não apenas o sangue, mas as sombras que nos moldaram.
As sombras, cúmplices silenciosas dos Targaryen, sussurravam promessas e segredos. Elas dançavam nas paredes da fortaleza, observando tudo com um olhar crítico, como se já soubessem o desenrolar de nosso destino. Mesmo nas cerimônias e festividades, havia um subtexto oculto, uma corrente invisível de poder que fluía através de nossa linhagem.
Enquanto os preparativos continuavam, eu me encontrava no epicentro de um redemoinho de emoções contrastantes. A aliança nas sombras, o reencontro com a família e o casamento iminente formavam uma tapeçaria intricada que teceria os próximos capítulos da minha vida. Cada detalhe do casamento parecia carregado de significado, como se cada flor e cada luz de vela contassem uma parte da história que estava por vir.
Enquanto os convidados se acomodavam e a Fortaleza Vermelha se enchia de vozes familiares e estranhas, eu me preparava para cruzar o limiar do meu destino. O vestido pesava sobre meus ombros como uma armadura de seda e rendas, cada bordado um símbolo de esperança e responsabilidade.
Aemond aguardava no altar, sua postura rígida como um guerreiro prestes a enfrentar uma batalha. Seu olhar era uma mistura de determinação e curiosidade, uma máscara que ocultava tanto quanto revelava. Sabíamos que estávamos unidos por mais do que um casamento arranjado; éramos peças em um jogo de poder maior do que nós mesmos.
Ao caminhar pelo corredor, os olhares de centenas de olhos me seguiam, mas minha mente estava focada nas promessas não ditas e nos pactos silenciosos que eu havia feito. Enquanto as sombras dançavam ao redor, eu me perguntava se, neste casamento iminente, encontraria a luz que dissolveria as sombras que pairavam sobre nossa união.
O futuro era um mistério, um pergaminho ainda por ser escrito. Mas, naquele momento, enquanto dava cada passo em direção ao altar, sabia que estava pronta para enfrentar o que quer que viesse, com a força de minha linhagem e a determinação de meu coração. As sombras poderiam sussurrar, mas eu estava determinada a escrever minha própria história.
Com os sinos do septo ecoando ao meu redor, eu, Visenya, enfrentaria o destino com coragem e uma vontade de ferro, preparada para o que quer que o futuro nos reservasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fanfic1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...