A luz da manhã tingia o céu de tons dourados quando decidi visitar a área de treinamento da Fortaleza Vermelha. Os primeiros raios do sol dançavam sobre as torres do castelo, lançando um brilho cálido sobre os pátios de pedra. O campo aberto estava ladeado por soldados em exercício, o som metálico de espadas colidindo ecoando pelo ar fresco. Era um local onde as habilidades eram testadas, onde o aço encontrava a carne, e eu ansiava por um desafio que transcendesse as cortesias da corte, algo mais tangível e verdadeiro do que as palavras afiadas que permeavam a vida palaciana.
Ao chegar, percebi a presença imponente de Aemond Targaryen. Ele estava no centro do campo, sua postura orgulhosa e confiante, um guerreiro nato entre os soldados. Seus olhos, carregados de desdém, encontraram os meus, desafiando-me implicitamente, uma faísca de competitividade acendendo-se entre nós. Era uma oportunidade de provar que, apesar das tradições e intrigas, eu era mais do que uma peça nos jogos de poder, mais do que um nome na longa lista de alianças políticas.
"Visenya, veio buscar desafios?" Aemond provocou, erguendo a espada com confiança, o aço reluzindo ao sol da manhã.
Sorri, aceitando o desafio. A adrenalina corria em minhas veias enquanto pegava uma espada dos soldados próximos, sentindo o peso familiar em minhas mãos. Era uma extensão de mim, um instrumento através do qual eu podia expressar mais do que palavras jamais poderiam. O campo de treinamento tornou-se uma arena improvisada, com espectadores curiosos se aglomerando para testemunhar o confronto, suas expectativas e preconceitos pairando no ar como um véu invisível.
Aemond avançou com a fúria de um dragão em voo, sua espada cortando o ar com determinação. Ele era ágil e forte, e cada golpe parecia calculado para me subjugar rapidamente. Mas eu defendi cada investida com graça, minha destreza surpreendendo aqueles que esperavam ver uma nobre frágil, incapaz de enfrentar um guerreiro como ele. O embate continuou, uma dança de lâminas que refletia não apenas a força física, mas a habilidade estratégica que ambos possuíam.
"Você é mais habilidosa do que imaginei," Aemond admitiu, um tom de surpresa em sua voz, talvez misturado com um relutante respeito.
Respondi com um sorriso desafiador, sentindo a energia do campo e o murmúrio crescente dos espectadores. O confronto prosseguiu, e, para espanto de muitos, fui ganhando terreno. Minha técnica, aprimorada ao longo de anos de treinamento discreto, surpreendeu até mesmo os mais céticos, aqueles que duvidavam de que uma dama pudesse manejar uma espada com tal habilidade.
Finalmente, com um movimento calculado, desarmei Aemond, sua espada caindo no chão com um som metálico que parecia ressoar em todo o campo. O silêncio pairou por um instante antes de ser quebrado pelos murmúrios dos espectadores. O príncipe dos Targaryen, derrotado por uma dama de Ponta da Tempestade. A surpresa estava estampada em cada rosto ao redor, uma reviravolta inesperada no roteiro das expectativas.
"Parece que as aparências podem ser enganosas, meu príncipe," debochei, oferecendo-lhe a mão para se levantar, meu olhar encontrando o dele com uma nova compreensão.
Ele aceitou, uma mistura de admiração e desconforto em seu olhar, seus dedos fechando-se em torno dos meus enquanto se levantava. Havia algo de novo em seu olhar, um reconhecimento silencioso da complexidade que ele não havia antecipado. O campo de treinamento se tornou o palco onde desafiei as expectativas, plantando a semente de uma nova narrativa que se desdobraria nos meandros da Fortaleza Vermelha.
A multidão ao redor, soldados e nobres, sussurrava entre si, a história de minha vitória espalhando-se como fogo em um campo seco. Aemond se afastou um passo, ajustando sua postura com uma dignidade que quase escondia o embaraço de sua derrota.
"Talvez eu tenha subestimado você, Visenya," ele disse, sua voz firme, mas com um toque de respeito que antes não existia. "Será que todos em Ponta da Tempestade são tão imprevisíveis?"
Ri suavemente, inclinando a cabeça. "Somos ensinados a esperar o inesperado, Aemond. É uma lição que espero que você se lembre."
O jogo de poder ganhava novas nuances, e meu papel como jogadora estava longe de ser definido. Naquele campo, com os olhos do castelo sobre nós, percebi que a história dos dragões estava em constante evolução, e que meu lugar dentro dela era tanto um mistério quanto uma oportunidade. As sombras que pairavam sobre a Fortaleza Vermelha, com suas intrigas e segredos, eram apenas o prelúdio para o que estava por vir, e eu estava pronta para enfrentar o que o destino reservava.
REVISADA E REESCRITA
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen
Fiksi Penggemar1° Livro da Duologia: "As Crônicas dos Dragões e Sombras" Em um período de crescente tensão e traição, Visenya Baratheon, uma princesa de espírito indomável, e Aemond Targaryen, um príncipe marcado por seu passado tumultuado, enfrentam uma batalha n...