Epílogo: A Sombra da Vingança

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Os ecos da batalha ainda reverberavam nas muralhas de Rochedo do Dragão, mas o verdadeiro golpe não havia sido desferido pelo aço dos inimigos. Foi a traição, a perda de Visenya, que mergulhou Aemond em um abismo de desespero e vingança.

Nos dias que se seguiram ao ataque, a Fortaleza Vermelha estava envolta em um silêncio sombrio. Aemond, que antes se destacava pela determinação e força, agora era uma sombra de si mesmo. As velas tremulavam ao vento gélido dos corredores, mas a chama nos olhos do príncipe estava apagada.

Aemond passava horas intermináveis no salão de guerra, olhando mapas e estratégias que antes lhe traziam propósito. Agora, eram apenas lembranças amargas de um passado onde a felicidade ainda parecia possível. A cadeira ao seu lado, onde Visenya costumava sentar, permanecia vazia, um lembrete constante da sua perda.

Os conselheiros tentavam oferecer palavras de apoio, mas a expressão de Aemond permanecia impenetrável, o olhar distante fixado em um ponto além do horizonte visível.

Uma noite, enquanto a lua cheia lançava sua luz prateada sobre as pedras da fortaleza, Aemond retirou-se para seus aposentos. Lá, encontrou a pintura que Visenya fizera antes da viagem – ele sem o tapa-olho, a safira brilhando em seu lugar vazio. A pintura, uma obra de amor e confiança, agora parecia um cruel fantasma do que havia sido tirado dele.

As mãos de Aemond tremiam enquanto ele traçava os contornos da pintura. "Visenya...", murmurou, a voz rouca pelo sofrimento. "Prometi te proteger. E falhei."

Cada noite, a escuridão trazia consigo visões do que poderia ter sido, e a cada manhã, o peso da realidade o esmagava um pouco mais. No entanto, dentro desse sofrimento profundo, uma chama sombria começava a arder – a chama da vingança.

"Se não posso trazê-la de volta, então farei com que aqueles que a levaram de mim paguem com sangue." Aemond pronunciou estas palavras para o vazio, mas em seu coração, a promessa se solidificava. O vazio deixado por Visenya seria preenchido pela ira e pelo desejo de retribuição.

Ele começou a planejar em silêncio, consultando apenas os mais leais e discretos. Aemond sabia que essa jornada de vingança seria longa e árdua, mas sua determinação era inabalável. Cada detalhe, cada nome, cada aliado e inimigo era meticulosamente anotado e considerado.

Enquanto o sol nascia sobre a fortaleza, o príncipe não olhava mais para o futuro com esperança, mas com a resolução fria de alguém que perdeu tudo. A dor e o amor por Visenya alimentavam sua missão, e ele sabia que, quando chegasse a hora, o sangue daqueles que a traíram mancharia o chão sob seus pés.

A vingança de Aemond seria implacável, uma sombra que se ergueria sobre todos que ousaram atravessar seu caminho. E enquanto o dragão aguardava pacientemente seu momento de desferir o golpe final, o mundo aguardava com uma respiração suspensa, temendo o despertar de uma fúria há muito adormecida.



2° LIVRO DA TRILOGIA JÁ ESTÁ LANÇADO

"O LEGADO DAS CHAMAS" 

JACAERYS VELARYON CONSEGUIRA CONCILIAR AMOR E GUERRA?

Entre Sombras e Dragões- Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora