Entre Sombras e Dragões- Aemond Targaryen

Núpcias Sobre as Ondas

A primeira noite em Derivamarca parecia mágica. A grandiosidade do castelo Velaryon, com seus corredores ornamentados e vistas espetaculares do mar, proporcionava um cenário perfeito para o que se revelaria quase como uma lua de mel para Aemond e eu.

Ao cair da noite, o céu estrelado refletia-se nas águas tranquilas, criando um ambiente romântico e sereno. A cerimônia de boas-vindas havia sido um espetáculo de cores e tradições marítimas. Guardas alinhados em suas armaduras brilhantes, os estandartes da Casa Velaryon dançando ao vento, e o som das trombetas ressoando pelas pedras antigas do castelo criavam um quadro de acolhimento e honra.

Aemond e eu retiramo-nos para nossos aposentos, que haviam sido cuidadosamente preparados para nossa chegada. O quarto era luxuoso, com tecidos finos, velas perfumadas, e uma vista deslumbrante do oceano que se estendia como um tapete azul infinito até o horizonte. A decoração evocava o poder do mar, com conchas ornamentais e tapeçarias que contavam histórias antigas de navegadores e dragões.

Enquanto a brisa suave entrava pelas janelas abertas, Aemond e eu aproveitávamos a tranquilidade que nos envolvia. Conversamos longamente sobre nossas esperanças e sonhos, as memórias compartilhadas, e os desafios superados. A intimidade desses momentos reforçou nossos laços, tornando-nos mais próximos do que nunca. Ele me confidenciou suas expectativas para o futuro, enquanto eu compartilhei minhas aspirações e receios, encontrando no brilho de seus olhos um companheirismo eterno.

Nos dias que se seguiram, Derivamarca revelou-se um local de encantos inesgotáveis. O castelo, situado sobre penhascos imponentes, oferecia vistas magníficas do Mar Estreito, com navios indo e vindo como pequenos brinquedos na imensidão azul. As manhãs eram passadas explorando os arredores, onde jardins exuberantes se aninhavam entre muralhas antigas e fontes murmurantes.

Exploramos juntos os arredores de Derivamarca. Cavalgamos ao longo da costa, deixando as pegadas de nossos cavalos na areia dourada. Aemond, exímio cavaleiro, guiava-nos por trilhas secretas, enquanto o som das ondas quebrando ao nosso lado e o cheiro salgado do mar criavam um ambiente encantador, quase irreal. Sob a luz dourada do sol nascente, sentíamos a liberdade dos ventos que sopravam do leste, levando consigo as preocupações do mundo exterior.

Um dos momentos mais memoráveis foi nosso passeio de barco ao longo da baía. O barco, decorado com bandeiras azuis e prateadas da Casa Velaryon, deslizava suavemente pelas águas claras. Aemond e eu remávamos em sincronia, e a harmonia de nossos movimentos parecia simbolizar a unidade de nossos corações. No meio do mar calmo, paramos para admirar o pôr do sol, que tingia o horizonte com tons de laranja e rosa. O céu parecia um mosaico de cores vivas, refletido em fragmentos dançantes na superfície do mar. Naquele momento, tudo parecia perfeito, como se o tempo tivesse parado para nos conceder aquele instante de pura felicidade.

As noites eram igualmente especiais. Jantávamos sob as estrelas, com banquetes preparados pelos melhores chefs de Derivamarca. O pátio iluminado por lanternas criava um ambiente mágico, onde aromas exóticos flutuavam no ar. Pratos de frutos do mar frescos, especiarias do outro lado do mundo, e vinhos raros adornavam a mesa, cada refeição uma celebração de sabor e tradição. Aemond, sempre um cavalheiro, fazia questão de servir-me os pratos mais delicados, seus olhos brilhando com carinho e admiração. Dançávamos ao som de músicas suaves, nossos corpos se movendo em perfeita harmonia, perdidos no ritmo que era só nosso.

Uma noite, enquanto estávamos deitados em uma rede na varanda, observando o céu estrelado, a tranquilidade do momento me envolveu completamente. As estrelas, tão abundantes e brilhantes, pareciam sussurrar promessas de eternidade. "Esta viagem é tudo o que eu poderia ter desejado", murmurei, sentindo-me plenamente feliz e segura nos braços de Aemond.

"Para mim também, Visenya," respondeu ele, segurando minha mão com firmeza. "Espero que esses momentos sejam apenas o começo de muitas felicidades que ainda viveremos juntos." Havia uma convicção em sua voz que me assegurava de que, não importa o que viesse, enfrentaríamos juntos.

Nossos dias em Derivamarca passaram rapidamente, mas cada momento estava gravado em nossas memórias, como uma coleção de preciosas joias. A viagem havia se transformado em algo além de uma simples visita; era uma celebração de nosso amor e comprometimento um com o outro. As experiências compartilhadas, as risadas, os silêncios confortáveis, todos se uniram para fortalecer o vínculo entre nós.

Enquanto nos preparávamos para partir, Derivamarca deixou sua marca em nossos corações, uma promessa de que sempre haveria um refúgio onde poderíamos ser verdadeiramente nós mesmos. Aemond e eu partimos com o conhecimento de que, onde quer que o destino nos levasse, carregaríamos conosco a essência desse lugar mágico — uma lembrança viva de que, em meio às correntes implacáveis do mundo, havíamos encontrado nosso porto seguro, um no outro.