46 - Primeiro dia do ano

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Rio de Janeiro, janeiro de 2023.


Acordo com uma leve dor de cabeça, só consigo pensar que é por conta da festa de ano novo, a claridade no quarto é maior do que eu tô acostumada. Passo a mão na cama procurando Antônio e não o encontro. Dou uma leve bufada enquanto coço meus olhos. – Primeiro dia do ano e não acordo com o Antônio. Cadê ele? – Passo a mão no meu telefone para tentar encontra-lo, antes de ligar resolvo olhar o WhatsApp e dou de cara com um grupo criado por ele, com as nossas mães. Várias mensagens no "Casamento 2". – Não acredito! Eu mato o Antônio! – Passo a achar uma boa ideia ele não estar na cama agora. Ouço a porta do banheiro da nossa suíte abrir e ele sai de lá, de cabelo molhado, com a toalha presa na cintura, ostentando um sorriso que me deixa desnorteada. – Bom dia, mulher da minha vida! – Ele fala enquanto tira a toalha para enxugar os cabelos, andando nu em minha direção, enquanto ri da minha cara. Ele sabe me confundir e me rendo com facilidade.

Quando percebo, ele me puxa pelos pés e sacode a cabeça me molhando inteira. Me contorço dando gargalhadas. Ao voltar para o meu foco já o percebo me olhando da forma com que eu me sinto a mulher mais desejada do mundo. Suas mãos estão apoiadas ao lado dos meus ombros, vejo ele se aproximando tão lentamente a caminho dos meus lábios que já esperam ansiosos por ele. Nos beijamos apaixonadamente. Minhas mãos vão para a sua nuca, passando antes pelos seus braços, quando penso em puxá-lo para mim ele me trava e determina – Sua felicidade primeiro, meu amor. Como será para sempre. – E segue beijando meu pescoço de forma ritmada, quando acessa meu colo beija uma pinta específica. – Minha preferida! – Ele diz e segue beijando, agora brincando com meus seios alternando entre eles, deixando meus mamilos alertas. Passa a língua do espaço entre meus peitos até o meu umbigo e desce com beijos úmidos até meu ponto de maior prazer. Minhas pernas já estão abertas o aguardando, a expectativa de sua boca encontrar minha umidade faz com que meu corpo arfe. É inenarrável a sensação de sua língua em mim, ela dança de forma precisa e dominadora. Ele suga meu clitóris com tanto conhecimento, na pressão que eu gosto, no ritmo perfeito. Quando sinto meu corpo reagir, seus dedos entram em mim. É o necessário para que eu exploda. Eu travo seu corpo com as minhas pernas e pressiono sua cabeça a mantendo onde eu quero, não permitindo que ele saia.

– Alguém aproveitou o primeiro acordar do ano. – Ele fala rindo enquanto se deita ao meu lado. Demoro um pouco para me recompor. Me viro para ele e não penso em falar mais nada a não ser que o amo! O amo absurdamente! O amo pela atenção. O amo pela priorização. O amo pelo ser perfeito para mim. O amo até por saber que ele está tentando postergar o pití que eu estava disposta a dar assim que vi o grupo do casamento. Mas é isso, preciso entender o que ele está pretendendo. Me sento na cama, e ele me copia. Me viro e ele já sabe exatamente o assunto, tanto que antes que eu abra a minha boca, ele me beija, levanta e pega seu celular. – Amanda, ontem você disse que casaremos em quinze dias e me fez o homem mais feliz do mundo. Mas temos pouco tempo e principalmente, temos que lidar com a expectativa das nossas mães, que desde o noivado estão atrás de informação. Sei que você quer um casamento pequeno, simples, nosso. Mas elas sonham com um evento grande. – Ele para e percebo que ele está com medo de continuar, então ele respira longamente e põe meu cabelo atrás da orelha. – Proponho duas cerimonias. A primeira nossa, inteiramente como os seus sonhos. A segunda, depois, como os sonhos delas... mas se você realmente topar, preciso que você se prepare, porque elas estão olhando o Copa! – Ele fala, fecha os olhos e faz uma careta esperando o esporro. Mas eu só sei rir. Minhas gargalhadas ecoam pelo quarto até que começo a me contorcer. Ele é louco! Ele me ama! Elas são loucas! Elas também me amam! Elas nos amam! – Ok, Antônio! Só tem uma coisa que não abro mão, escolho os dois vestidos! – Falo enquanto tento acertar a minha respiração já me preparando para a loucura que minha vida vai virar. Ele então me puxa para um longo abraço e me beija na testa. – Tenho uma sugestão para o nosso casamento. – Ele fala baixinho no meu ouvido. Pelo o que você me descreveu, acho que eu já sei onde poderemos casar, mas antes precisamos ver a data, para que eu possa informar para a Miranda, uma querida amiga da família. A melhor organizadora de casamentos que já ouvi falar. – Eu só sei sorrir... ele já pensou em tudo. Olhamos juntos o calendário e fechamos no dia 16/janeiro. Tudo dando certo, temos exatos quinze dias. Fico curiosa sobre o lugar, até para saber se ele realmente me conhece. – Então moço, me deixa ver essa Igreja – Ele então estica a mão e me entrega o telefone. Busca aí: Capela de São Pedro dos Pescadores – Assim que a primeira imagem aparece no visor eu começo a chorar copiosamente, é o meu sonho de vida se realizando. – Meu Deus! É perfeita... péra Antônio... é em Noronha! – Olho assustada enquanto ele sorri e limpa meus olhos. – Teremos dois casamentos? – Ele pergunta já sabendo a resposta: – Sim! Teremos dois casamentos! E você vai realizar o sonho de todas as mulheres da sua vida! Obrigada por tanto! – Falo ainda mais apaixonada.

Fechamos nossa primeira manhã do ano com um café na cama, que Antônio já havia programado, com tudo que amamos comer, vindo direto da BBB. 

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