22 - Segunda-feira 🔞

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Rio de Janeiro, outubro de 2022.

Entro na padaria louca para tomar meu santo café de todo dia, mas hoje tem algo diferente. Meus óculos escuros e cabelo no rosto denunciam meu estado deplorável. Às segundas-feiras já são difíceis por si só, com ressaca se tornavam piores e eu sentia que me arrastaria, tal qual o meu dia. Me sentei na primeira mesa que vi, nem me preocupei em ir até a minha mesa preferida, mesmo vendo que ela estava vaga. Antônio certamente aproveitaria aquele ponto melhor do que eu, sabia disso, pois eu estava apenas existindo.

- Se concentre, nada de passar mal aqui Amanda Alice. - Eu recitava para mim mesma, como um mantra.

De soslaio vejo Sarah se aproximar, com uma expressão um tanto quanto preocupada.

- Está tudo bem Amanda? - Ela me pergunta, enquanto se senta ao meu lado.

- Estaria tudo perfeito, se eu não tivesse exagerado ontem até a noite, no samba da feira. Aquela barraquinha de chopp acabou comigo, literalmente. - Coloco as mãos em minhas têmporas, sentindo a cabeça latejar. - O que você recomenda para uma cliente inconsequente de ressaca Sarinha?

- Bom, deixe-me pensar... Eu sugeriria algo simples, banana com aveia e suco de melancia com laranja, o que acha?

- Pode ser. Vou esperar aqui.

Sarah segue até o balcão indo em direção a cozinha. Eu olho em volta e vejo que a minha mesa não está mais vazia. Antônio está lá e abre um sorriso curto para mim, eu retribuo, mesmo sem a menor vontade de sorrir. Enquanto espero meu pedido cruzo meus braços sobre a mesa e minha cabeça tomba entre eles, não haviam forças em mim, nem mesmo para manter minha cabeça erguida. "Eu nunca mais bebo na vida".

Algum tempo se passa, meu pedido ainda não chegou, quando levanto meus olhos vejo Antônio vindo em minha direção. Ele se senta em minha frente, me perguntando se está tudo bem, afinal, ontem antes dele ir embora da feira eu estava bem, sóbria e feliz por termos passado um tempo juntos.

- Você tá acabada. Pelo jeito eu não devia ter te deixado só. - Ele sorri, claramente caçoando do meu estado.

Eu estava totalmente sem humor e minha resposta foi o silêncio. Me levantei de forma abrupta, querendo sair dali o mais rápido possível, mas ao me virar dou de cara com Sarah e meu suco, que agora está por toda minha camisa.

- Ah ótimo. Como vou ir trabalhar agora? - Meu tom subiu mais do que eu gostaria.

Me direciono a Sarah e me desculpo com ela. Pam vem ao nosso encontro, me entregando um guardanapo para que eu pudesse me secar.

- Você pode pegar uma camisa limpa na minha casa, mesmo ficando grande, é melhor do que ir suja. - Antonio sugere, com um tom de voz calmo e um tanto quanto culpado. Não sei o que se passa em minha cabeça quando concordo com sua sugestão.

Pouco tempo se passa e estamos subindo as escadas. Poucos passos depois, estamos entrando no apartamento. Antonio segue até seu quarto e volta, com uma camisa branca nas mãos, ele me aponta a direção do banheiro e eu o agradeço. Sigo em direção ao seu quarto, ao passar por sua cama, sinto um arrepio subindo por todo meu corpo. Trato logo de afastar aqueles pensamentos, entro no banheiro e tiro minha blusa, seguida de meu sutiã. Pego uma toalha limpa no mármore escuro e passo no meu colo, depois de lavar a região. Me seco e visto a camisa branca, perfeitamente passada. Ao sair dobrando as mangas, me deparo com Antonio sentado na lateral de sua cama, ele me olha de cima a baixo e eu sinto meu corpo todo tremer. Ele volta a subir seus olhos sobre mim e para na altura dos meus seios. Sei que meus mamilos estão marcados sob a camisa, só não esperava que o tecido fosse quase transparente, ao ponto de dar a ele uma visão minha quase que completa.

Não sabia como reagir, então fiquei paralisada quando ele se levantou, veio até mim e parou em minha frente. Seus dedos passaram pelo meu rosto num toque suave, ele se abaixou e cheirou meus cabelos, eu sentia como se fosse derreter perante seu toque, assim que beijou meu pescoço senti que tinha perdido tudo, só queria senti-lo mais. Suas mãos desceram até o primeiro botão aberto da camisa, nossos olhos se encontraram enquanto ele abria um botão por vez, expondo cada vez mais pele, eu mordia meus lábios em excitação e ele correspondia minha ação umedecendo os seus. Com a mão direita ele afasta de vez a camisa e cola nossos corpos, enquanto sua outra mão vai até meu queixo o puxando-o suavemente até colar nossos lábios. Começamos um beijo lento e apaixonado, nossas línguas se encontram e passam uma pela outra, seu beijo era bom e eu o sentia refletir no meu corpo todo. Mais consciente do que está acontecendo corro minhas mãos pelo seu ombro e braços fortes, Antonio desce suas mãos até minha cintura, me apertando com um pouco de força, depois as sobe lentamente, trilhando um caminho torturante entre meus seios e entorno dos meus mamilos, subindo até meus ombros e fazendo cair no chão sua camisa, eu gemo em sua boca, expressando o quão excitada seu toque me deixava, poucos segundos depois, ele abria o zíper traseiro da minha saia, a derrubando no chão. Eu separo nossos lábios, tomando um pouco de fôlego, então dou as roupas dele o mesmo destino que ele deu as minhas. Agora sentimos o corpo um do outro, o toque dos lábios, das mãos. Antonio passa a chupar meus mamilos e, céus, eu poderia me acostumar facilmente a ter aqueles lábios no meu corpo, todo santo dia. Sua mão volta a percorrer meu corpo até me tocar sobre a renda da calcinha. Ele passa seus dedos lentamente, fazendo movimentos de vai e vem, certamente sente que, assim que aumentou a pressão aplicada aquele toque, meu interior se contraiu, eu pude o sentir sorrir em meus seios então ele voltou a colar sua boca na minha. Minhas mãos passam por seu abdômen até o cós da sua cueca, eu sinto como ele está excitado e pronto para entrar dentro de mim, sem nenhum pudor coloco minha mão dentro da boxer e começo a masturbá-lo lentamente, ele arfa como resposta ao meu toque, mordo seus lábios quando sinto seus dedos colocando minha calcinha de lado e entrando dentro de mim, os movimentos circulares eram simplesmente maravilhosos. Antonio seguiu me carregando até sua cama, me deitando nela, sobre meus cotovelos, subi até a cabeceira, assistindo aquele espetáculo de homem tirar a única peça que cobria seu corpo. Nú, ele se ajoelha na cama e vem até mim, me beijando novamente. Nosso beijo se encaixava perfeitamente, assim como nossos corpos, era como se tivéssemos sido feitos um para o outro. Ele torna a descer pelo meu corpo e eu sinto sua respiração quente e o quase toque de seus lábios, não contenho o gemido alto assim que ele coloca sua boca no meio das minhas pernas e começa a me chupar, com vontade, como se precisasse daquilo pra viver, minutos depois ele volta a subir sobre mim, esticando sua mão até a mesa de cabeceira, pega uma embalagem e a rasga, desenrolando a camisinha em seu comprimento, Antonio pega minhas mãos e as coloca sobre a minha cabeça, me mantendo parada. Ele me olha sorrindo e eu gemo alto quando sinto ele entrar em mim, ele entra e sai devagar, enquanto eu me acostumo com seu tamanho, meus gemidos aumentam junto com a velocidade das suas investidas, Antonio aperta minhas mãos e morde meu pescoço, eu passo minhas pernas entorno do seu corpo e levanto meu quadril, fazendo com que ele fosse mais fundo, mais rápido, mais forte. Não era brutal, era na medida certa, a medida que me enlouquecia. Ele aperta minhas mãos e beija minha boca com desejo enquanto segue me dando prazer de um jeito que eu nunca havia sentido. Rápido, devagar, rápido devagar, eu gemia seu nome, estava chegando ao ápice quando o escuto chamando meu nome baixinho...

- Amanda?... Amanda?

Levanto minha cabeça, assustada e suada. Sinto uma mão no meu ombro. Antonio estava atrás de mim, me olhando, confuso.

- Tá tudo bem? Você estava me chamando? - Ele questiona.

Eu não sei o que responder para ele. Digo que eu não estava chamando e sim gemendo o seu nome? Digo que tive um sonho erótico com ele? Santo Deus! Eu tive um sonho erótico numa segunda-feira de manhã! Opto pelo silêncio. Ricardo se aproxima de nós.

- Antonio, já posso chamar o seu táxi?

Enquanto Ricardo fala com ele, ele segue me encarando, não dando tanta importância para o homem em sua frente. Eu preciso sair dessa situação, sinto meu rosto fumegando sob seu olhar, é como se ele pudesse me ler, então eu falo a primeira coisa que me vem à mente.

- Não precisa ir de táxi. Eu te dou uma carona!

Saí e não tomei meu café.

EVERY DAY, ONE DAYOnde histórias criam vida. Descubra agora