Alec era apenas um jovem quando foi brutalmente acusado de bruxaria junto de sua irmã. Transformado em vampiro, ele logo percebe que nada importa além dele.
Carly era apenas uma alegre e inocente criança quando o destino tira de sua vida seus pais...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ITÁLIA, 889 d.C
POV ALEC
O cheiro forte de queimado dominava minha mente. Tudo estava sento difícil de ver, cada vez mais eu me perguntava como eu pude parar ali. Minhas mãos estavam amarradas em um tronco, eu podia sentir as de minha irmã junto às minhas. Ela estava amarada no lado oposto, a última vez que vi seu rosto, ele estava vermelho pelas emoções e sujo pela poeira.
Em minha frente, cada vez mais pessoas se juntavam e em cada rosto eu podia ver raiva, medo e repulsa. A sede e a fome aumentavam, já fazia mais de um dia desde a última vez em que bebi um pouco de água e comi um pedaço de pão. A comida da cadeia era idêntica ao lugar em si: fedorenta e repugnante.
Eu temia pelo que viria a seguir, podia sentir a raiva de toda a cidade por nós palpável. Éramos considerados bruxos, demônios ou algo do tipo. O motivo foram nossos "poderes". Não acontecia sempre que queríamos, mas muitas vezes quando sentimos raiva de alguma pessoa... Simplesmente acontecia.
Tudo foi rápido. Em um dia eu estava cavalgando com Jane, colhendo frutos da árvore e dormindo em uma cama, no outro eu era capturado por pessoas com tochas e espadas, colocado em uma cadeia e em seguida amarrado a um tronco no meio da vila. Nesse percurso, tentei não chorar, tentei acalmar Jane que repetia que iríamos morrer, tentei ser forte. Mas por dentro eu gritava, chorava e queria que tudo não passasse de um pesadelo.
Mesmo Jane sendo mais velha que eu, sentia-me no dever de mostrar para ela que iríamos sair dessa, que todos iriam ver que era um engano, que não éramos bruxos, e no dia seguinte estaríamos em casa. No fundo eu sabia que nunca voltaríamos para casa, que hoje morreríamos.
— Alec.
A voz abafada de Jane me chamou. Tentei me virar, entretanto fui impossibilitado pelas cordas.
—Oi,Jane.
— Não precisa mais mentir para mim. Nós vamos morrer, vamos morrer queimados!
A fala dela não passava de um sussurro, porém me atingiu e me cortou em milhares de pedaços.
— Não, Jane...
Tentei pensar em algo para acalmá-la, mas nada que eu dissesse a convenceria.
