15. Perdidos

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''A batida do meu coração pula quando estou com você,
Mas ainda não entendo
Como o seu amor pode fazer o que ninguém mais pode.''

(Crazy In Love-Sofia Karlberg)

(Crazy In Love-Sofia Karlberg)

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POV ALEC

Odiei.
É a única palavra que define perfeitamente a viagem, e depois da quinquagésima nona vez que me perguntei o que estava fazendo ali, parei de contar. Estou na primeira classe e, felizmente, não há ninguém ao meu lado.
–Idiotas.- sussurro para mim mesmo enquanto observo ao meu redor.
– O que disse, senhor?- A aeromoça questiona..
Seu cabelo loiro preso e com os olhos escuros, carrega um carrinho com várias comidas fedorentas. Sorridente, ela olha para mim, retribuí o seu olhar através dos óculos escuros e sorrio maliciosamente. O coração dela perde uma batida, eu sei que não é por medo.
– Eu não disse nada. – minha voz suave.
Ela rir, encantada. Como seria fácil matá-la, humanos são facilmente seduzidos.
– Frango ou peixe?
– Não quero. Do que eu me alimento, não é comida humana.
A jovem aeromoça dá um passo para trás e sai dirigindo-se para o passageiro da frente.
(...)
Estou correndo.
O vento bate em meu rosto e me sinto livre. Meus pés mal tocam o chão e as árvores se balançam enquanto eu passo por elas, há muito tempo eu não sei onde estou, apenas a floresta é meu refúgio. É minha casa.
Se por um lado é bom, por outro é completamente estranho. Eu nunca gostei de ter muitas pessoas ao meu redor, mas havia alguém que sempre estava do meu lado: Jane. É muito estranho não tê-la ali, correndo em uma floresta.
Lembro-me das vezes em que corríamos assim, porém com pesar percebo que a grande maioria era para caçar algum vampiro. As raras vezes que fizemos isso por prazer foram há tempos atrás, quando tínhamos acabado de ser transformados. Com o tempo, tudo mudou.
Paro em baixo de uma amontoado de rochas para me proteger da chuva forte que começa a cair, a noite está escura e não há nenhum barulho além das gostas de água que caem ao meu lado.
Solidão.
É tudo o que sinto, mas não era ruim, é até bom. Isso é o que desejei por semanas, nos Volturi eu sentia que estava dividido e sendo mutilado por dentro.
Entretanto, porque a sensação de ainda não ser o suficiente em engole? Pensei que quando me afastasse de tudo, seria o suficiente. Mas não. Apenas isso não.
O que então?
Por uma mania desenvolvida, ponho as mãos nos bolsos e encontro o que procuro. A pulseira. Retiro-a e a encaro, parecia uma eternidade desde que a olhei pela última vez, mas eu sabia que eram apenas dias.
Eu havia saído dos Volturi, havia deixado minha irmã, havia deixado a Itália e, no entanto, não havia jogado aquele pequeno objeto fora. Tudo em mim estava mudado e eu já não me importava com isso.
Fecho os olhos e então ela vem a mente: seus longos cabelos escuros com um leve ondulado, pele morena clara e olhos castanhos escuros, as assas de anjos tatuadas em suas costas.
– A mais bonita que já vi. - Sussurro a mim mesmo.
Eu posso admitir isso, não posso? É apenas a verdade. Além disso, há algo em seus olhos que a fez parecer mais encantadora, um brilho diferente. Algo que me faz querer não a soltar. Algo que eu não entendo o que é.
Levanto-me e retorno a caminhada, já não me importando com a chuva que me ensopa até o osso.

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