21. Conturbados

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"É você que vive em meu coração?
Você é a verdade escondida em mim?"

(Goblin)

POV ALEC

Estou parado encostado em uma árvore. Como sempre, me encontro no meio da floresta, por algum motivo não me sinto impelido a ir nas cidades, parece que é o certo está aqui, coberto de árvores e animais que se calam e fogem ao me sentirem.

Fazem dias do encontro com Carly, tentei não pensar nela, mas pergunto-me se seu clã está atrás de mim ou se são pacíficos demais para não fazerem isso. Eu deveria estar feliz em até então não ter cruzado o caminho com nenhum Cullen, mas a realidade é que não me sinto assim.

Ter contato com algum de seu clã me daria uma noção de como ela está. Sentir-me com tanta vontade de vê-la me confunde e faz tudo agitar em mim. Desde que a encontrei no teatro, a tempestade em meu interior cresceu de forma violenta. Estranhamente relembro que quando estava com ela tudo se acalmou.

Balanço a cabeça voltando sem interesse a ver o grupo de jovens montando seus equipamentos de acampamento. Alguns montam a cabana, outros acendem o fogo e uma garota loira tira fotos de tudo e de tempos em tempos ergue o celular procurando o melhor sinal alegando querer postar a foto no Instagram.

Devo está entediado demais, perdendo tempo vendo os humanos se preparando para uma noite ao ar livre.

Reviro os olhos quando novamente a garota comemora porque uma foto foi postada. Sério, o que os humanos tem em querer sempre mostrar como estão no momento para o mundo? Essa coisa de internet acha qualquer um, em um simples clique você descobre como a pessoa estar.

Meu próprio pensamento faz-me desencostar da árvore, meus olhos se fixam no aparelho de capa rosa da garota. A internet acha qualquer um... incluindo Carly.

É insano eu pensar nessa possibilidade. Deveria por a cabeça no lugar e apenas voltar a correr sem rumo como estava fazendo. Mas meu corpo não me obedece e volta-se a encostar na árvore.

Esperando a melhor oportunidade de roubar o celular.

Preciso aguardar por algumas horas, o que me faz ter noção da idiotice que é apenas ficar aqui, escondido entre as árvores. Mas meus olhos continuam fixos a frente, seguindo cada movimento que a loira faz com seu celular no bolso da jaqueta.

Depois de vê-los cantar ao redor da fogueira, ver alguns beijos e muita bebedeira, todos finalmente dormem. É quando saio de meu esconderijo e caminho sorrateiramente entre seus corpos espalhados juntos a várias garrafas. O cheiro de sangue humano com cerveja não é um atrativo bem vindo, a bebida deixa o sangue com gosto e cheiro estranho.

Paro próximo a garota loira, abraçada a um rapaz, ambos em sono profundo, e em um movimento rápido retiro seu celular do bolso da jaqueta. Percebo que preciso de sua digital para destravar e já sem paciência e não me importando se alguém acorde e tenha que matar, apenas pego em sua mão e ponho o polegar no lugar.

O celular destrava e no segundo seguinte estou escondido na mata novamente, subo em uma arvore e o sinal ganha vida. Nunca havia mexido diretamente com um aparelho desses pelo simples fato de nunca ter precisado, mas sei suficientemente o básico para conseguir achar o aplicativo em questão.

Logo estou na conta da garota, cujo nome agora sei que é Isla devido ao seu perfil. Entro na área de pesquisa e digito Carly Cullen. Estranhamente sinto meu peito apertar e a ansiedade tomar conta de mim enquanto o aplicativo faz a busca.

Tento, novamente, pensar em como toda essa situação é ridícula. Mas não consigo me fazer parar.

Logo os perfis aparecem e acho o que procuro pois a reconheço da foto do perfil. Ela tenta ser séria olhando para a câmera, mas um leve sorriso ameaça em suas feições.

RenunciadoOnde histórias criam vida. Descubra agora