23. Assentir

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''Então tenho que lhe dizer antes de partir:
Sinto muito por ter te machucado.''

(The reason - Hoobastank)

(The reason - Hoobastank)

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POV ALEC

Atravesso rapidamente a janela que outrora entrei, os aplausos ainda soam enquanto desço em um pulo e aterrisso meus pés sobre a pequena rua na lateral do prédio.

Não me importo que alguém tenha me visto. Não me importo com nada. Só quero e preciso de espaço e o teatro subidamente pareceu pequeno demais.

Sinto meu peito se apertar enquanto caminho debilmente para mais dentro da viela escura, meus passos são levemente desconexos, minha respiração é ofegante.

Passei mil anos me anestesiando, impedindo-me de sentir algo mais profundo. Agora não consigo...Não sei como me acalmar.

E, além disso, sentir a forte paixão que sinto por Carly faz tudo ser em proporções épicas.

É demais para mim, me conturba e deixa-me zonzo.

Mesmo em meio a esse turbilhão, não há mais a inquietação que carreguei comigo durante esses meses. O fato de me permitir sentir e enxergar o que realmente sinto ajudou.

Caminho mais um pouco e chego ao outro lado, não há ninguém na pequena e escura rua sem saída que circula o prédio. Permito-me um tempo de descanso pois meu corpo está subitamente tenso e pesado.

Sentir tudo ao mesmo tempo deixa-me tenso.

Mas não confuso. Diferente de pouco tempo atrás, onde não entendia-ou não queria entender-o porque de sempre pensar nela e seus olhos sempre me atraírem, agora sei o que é: Paixão.

E eu nunca sentir isso.

Será que todos sentem isso tão forte e avassalador quanto eu agora entendo que sinto?

Ergo os olhos para o grande prédio, ela está lá dentro. Com seu sorriso radiante, Carly está lá dentro.

Mas não posso ir até ela, afinal, o que falaria? Com certeza ela fugiria de mim, eu a tentei matar há menos de duas semanas atrás.

A realidade de meu próprio pensamento me faz parar e o corpo se tornar tenso.

Eu a iria matar!

A respiração se torna incrivelmente difícil. Eu quase tirei a vida da garota que estou apaixonado!

Hoje o fato de querer matá-la me traz repugnância. Porque agora entendo que toda a raiva que tinha por ser tão atraído por ela era pura e simplesmente medo do desconhecido. Medo da perda de controle que tinha sobre o que podia ou não sentir.

Hoje, deixando meus sentimentos correrem em minhas veias, sei que não consigo voltar ao estágio de ignorar tudo. Porque agora tudo já achou lugar para fora da barreira.

RenunciadoOnde histórias criam vida. Descubra agora