36. Ayün

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''Eu não te terei sem a escuridão que se esconde dentro de ti.

Eu não te deixarei me ter sem a loucura que me constitui.

Se nossos demônios não puderem dançar, nós também não podemos.''

(Nikita Gill)

(Nikita Gill)

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POV NAHUEL

O começo da noite ganha cada vez mais seu lugar reivindicando o céu com sua escuridão e retirando o dia claro que se passou.

Cheguei há pouco tempo no México, por sorte consegui um avião que estava saindo e voltei para junto de minha tia. Estamos um pouco afastados da cidade, apenas apreciando a noite. Mas eu quis um tempo só e resolvi caminhar. Passeei pelo deserto seco e quente por um tempo, deixando meus pés marcarem a terra marrom de forma metódica.

Depois sentei-me no chão e religuei o celular. Assim que chegamos, comprei outro aparelho mas não o liguei. Assim que reconecto minha linha telefónica, inúmeras mensagens chegam. Em grande maioria são de Carly enviadas anteontem.

Quando ela estava com Alec.

Ao entrar em nossa conversa, sou contemplado com suas inúmeras escritas pedindo para conversar comigo em diferentes tons apressados.

Caramba, ela estava nervosa e tensa. Sei disso pois a conheço suficiente para saber pelo seu modo de escrever.

Ela deveria ter conversado comigo antes de, literalmente, passar a noite com outro homem. Principalmente o Alec.

Algo triste cresce em mim.

–Chorando pelo chifre?

A voz de Seung-ho, o companheiro asiático de minha tia, me faz erguer as vistas do aparelho. Seu rosto com o costumeiro leve sorriso em sua face.

–Você é um péssimo amigo. –Comento colando o celular de lado –Mas se tiver uma serrinha para ajudar a cerrar o enfeite de minha cabeça eu agradeço.

Ele sorrir ainda mais e senta-se ao meu lado. Suspira e olha para o deserto a nossa frente.

–Agora é sério, como você está?

–Vou ficar bem. –também olho a frente vendo a extensão marrom clara –É só que tudo isso é uma droga.

Ele concorda vagamente e o silencio dura alguns minutos.

–Mas se me permite dizer, Nahuel. –Olha para mim – Você não parece chateado com isso.

–Como não? –Falo surpreso –É claro que estou!

–Sim está. –Fico confuso e inclino o rosto –Mas não pelo motivo que deveria.

–Do que fala?

RenunciadoOnde histórias criam vida. Descubra agora