Capítulo 66

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Nat: Vamos pra casa, você não está se sentindo bem amor.

Eu: Estou sim. Vou trabalhar... – a Rosana apareceu na porta com o esposo dela. Ele estava lá fora o tempo todo, mas eu não sabia que era ele. Me despedi dela e quando entramos nos nossos carros ouvimos o marido dela falar.

XX: Olha isso Rosana... Elas são ricas. Uma tem uma Land Rover e a outra um Audi. Um desses carros compra a nossa casa. Eles estão bem com elas, para de querer ser mãe deles agora. – eu sai rapidamente buzinando pra Natalie. Fui para o fórum a Nádia já tinha ido almoçar. Eu cheguei tirei os sapatos e fiquei descalça. Eu precisava sentir o chão. Eu comecei a chorar muito, eu estava sufocada, com raiva, indignada. Sentei no chão atrás da minha mesa e me encostei na parede. Eu só queria chorar. Logo ouvi a porta abrir e fechar. A pessoa que entrou logo se sentou do meu lado.

Lohana: Hei... – falou baixo e calma. – A Natalie me ligou falando da delegacia e que você não parecia se sentir bem e veio trabalhar.

Eu: Eu... Eu só quero chorar Lo... Eu não quero mais nada, só chorar. Eu estou sufocada, meu peito dói, minha cabeça dói, eu só quero chorar para tentar aliviar esse peso. – soluçava. - Eu não vou perder meus filhos pra essa mulher. Eu não vou permitir que ela chegue perto deles.

Lohana: Tudo bem. Se não quiser falar nada, não fala... Mas eu vou ficar aqui com você tá? – eu chorei copiosamente. Eu parecia um animal ferido. Logo a Nádia chegou a Lohana falou com ela e eu fiquei ali.

Eu: Eu vou comprar passagens vou para os Estados Unidos, eu tenho cidadania americana, a Natalie e meus filhos também tem. Eles podem estudar lá.

Lohana: Pri você não está raciocinando direito. Não pode fugir do país assim. Você tem sua casa, você tem seu trabalho. Você lutou muito pra ser uma juíza respeitada e renomada. Não pode abandonar tudo. Você não é leiga Pri, você sabe que ela não vai ganhar essa causa, que ela no máximo vai ter o beneficio da duvida e ter a chance de falar com eles, de vê-los uma vez, para que eles escutem o que ela tem a dizer, mas nada mais que isso. A lisura do seu caso é muito maior que o dela. Vai pra casa, tudo que você tem pra fazer hoje pode ficar pra amanhã ou pra segunda feira. Vai descansar.

Eu: Eu vou trabalhar de casa, eu preciso ocupar minha mente. – me levantei e fiquei tonta.

Lohana: Tudo bem?

Eu: Sim. Só uma tontura.

Lohana: Sua pressão deve estar alta. Vamos no hospital ver se está tudo bem?

Eu: Não precisa, eu só preciso de um banho e da minha cama. – a abracei – Obrigada por ficar aqui comigo.

Lohana: Se precisar de alguma coisa me liga ta?

Eu: Tá. Te amo.

Lohana: Te amo. – ela saiu. Eu peguei meus papeis chamei a Nadia perguntei o que tinha para o dia seguinte e era só despacho que seria enviado na segunda de manhã, então pedi tudo para levar pra casa. Ela trouxe duas pastas e me entregou. Eu peguei minhas coisas e fui para o meu carro e fui embora. Logo cheguei a Natalie tinha saído, tinha reunião no colégio dos mais velhos. Eles já estavam em casa quando cheguei. Eu fui para o meu quarto tomei um banho, desci e fui para o meu escritório trabalhar. Eu consegui despachar os papeis do dia e começar os do dia seguinte. Olhei a hora e já eram 20 horas. Sai do meu escritório e a casa parecia um manicômio. Ana Julia berrando, Samuel correndo pela sala só de cueca e era por isso que a Juju gritava. A Laura assistindo um jogo de vôlei e xingando todo mundo. O Hugo mandando áudio para os amigos na maior altura e a Helena no telefone com a namorada. Eu fui até a cozinha e a Natalie terminava o jantar. Eu fiz um sanduiche pra mim e fui para o escritório de novo e me fechei lá dentro. Não ia lidar com aquela bagunça, não hoje. Meu escritório e o da Natalie assim como nosso quarto era a prova de som, foi uma coisa que a gente fez questão de colocar na planta da nossa casa. Nossa intimidade preservada dentro do quarto, e como ela trabalha mais de casa que na empresa e muitas vezes eu trabalho em casa também, os escritórios seriam a prova de som assim poderíamos trabalhar sem interrupções, sem sons externos afetando nossa concentração. Eu continuei trabalhando. A Natalie veio me chamar pra comer.

Nat: Amor, o jantar está pronto.

Eu: Não vou jantar. Obrigada.

Nat: Pri, eu sei que não almoçou hoje, e comeu um sanduiche agora, precisa se alimentar direito.

Eu: Eu não quero comer.

Nat: Nem que seja um pouco.

Eu: Que inferno Natalie... – bati na mesa a assustando. Eu levantei peguei o prato que eu tinha levado para o escritório e fui para a cozinha. Deixei o prato na pia lavei as mãos e me sentei. Me servi bem pouco e aquela falação na mesa estava me irritando.

Nat: Samuel come direito, para de brincar com a comida. Laura olha o que a Ana Julia está fazendo filha...

Eu: SAMUEL... – falei alto – Está ouvindo sua mãe? Se não quer comer, não coma. Vai dormir com fome, mas pare de brincar com a comida. A Laura não é mãe da Ana Julia não Natalie, nós é quem somos.

Nat: Se tivesse me ajudando, esse caos generalizado aqui não teria se instalado.

Eu: Existe uma coisa chamada pedir... Se você tivesse falado comigo que precisava de ajuda eu teria vindo colocar ordem e te ajudar. Teria dado janta aos mais novos primeiro e não estaria esse inferno na mesa.

Hugo: Chega vocês duas... O que está acontecendo? – eu e a Natalie nos encarávamos.

Eu: Eu vou trabalhar.

Nat: Isso, se tranca no seu escritório, é a única coisa que você presta pra fazer... – eu levantei e peguei no braço dela com força a levantando.

Eu: Como ousa falar assim comigo? - olhei dentro dos olhos dela com raiva.

Helena: Mamãe... – a voz da Helena quando se fez presente me trouxe de volta. A mesa ficou em silencio total. A Natalie me olhava assustada, o Hugo estava de pé, a Laura limpando as mãos da Juju e o Samuel estático.

Nat: Está me machucando – falou entredentes. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora