Capítulo 139

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HELENA NARRANDO...

Minha mãe de volta em casa, e agora minha irmã operada. Essa loucura da minha família nunca acabava, parecia algo feito para o mal, porque era surreal. A gente tinha pouco tempo de paz e logo tudo desandava de novo. Minha irmã foi operada e ia ficar bem e logo a noticia de que a audiência da Concessa ia acontecer. A gente não ia precisar participar, porque todos os depoimentos foram gravados em vídeo e a maioria era menor de idade e queriam nos preservar disso tudo. Minha mãe disse que era muito provável no cenário dela, ela ser extraditada para o país dela as penas de todos os países que ela vai responder ser somada e recalculada e ela pagar no país dela. Aquilo me deu um gatilho enorme e eu só dormi quando minha mãe me deu um calmante. Depois de 48 horas minha irmã acordou ela estava bem, no terceiro dia de hospital dela eu a visitei, conversamos um pouco, eu pude ficar com ela por uma hora e ia voltar no dia seguinte. No quarto dia, Hugo chegou com a bomba de que a Rosana pediu nossa guarda compartilhada. O Hugo agora era maior de idade então ele era notificado e me avisou. Eu fiquei incrédula. Chamei minha mãe pra conversar junto com o Hugo e ela disse que é uma causa que nem vai chegar num juiz porque o Hugo já é maior de idade e eu tenho 16 anos. E quando o menor tem mais de 12 anos, já pode decidir com quem quer ficar então o pedido dela não era válido, e a adoção é irrevogável e ela sabia que isso nunca seria possível, mas de qualquer forma, fomos notificados. Um tremendo tiro no pé. Eu a bloqueei de tudo. Rede social, telefone, e proibi a entrada dela no condomínio e no meu colégio. Depois de 6 dias de hospital minha irmã recebeu alta. Era sábado no fim da tarde. No domingo três amigas do vôlei foram visita-la. Ela estava triste por ter que se afastar tanto tempo do vôlei, mas era para o bem dela. Na segunda fui para o colégio tinha aula de manhã e de tarde. Fui almoçar sozinha, a Duda ainda tinha uma aula e eu estava com fome. Fui no restaurante que eu almoço sempre e quando eu saia fui surpreendida pela falsa da Rosana com aquela carinha dela de sonsa.

Rosana: Filha, a gente pode conversar?

Eu: Não me chama de filha. – falei com raiva – Tira a mão de mim. – me soltei dela.

Rosana: Helena, me deixa explicar, por favor – começou a chorar.

Eu: Eu quero que você vá para o inferno. Fica longe de mim. Eu não quero te ver nunca mais. Você não é nada para mim, esqueça que um dia eu existi, esqueça que um dia eu fui idiota o suficiente de aceitar sua aproximação. E para de vir atrás de mim no meu colégio que eu vou chamar a policia pra você. Eu odeio você e eu vou te odiar pra sempre. – eu andei rapidamente e entrei no colégio e trombei com a Duda.

Duda: Nossa... Onde vai nessa pressa?

Eu: Desculpa... – sai andando e fui para trás da quadra numa área verde. Eu odiava essa história, com todas as minhas forças. Eu comecei a arranhar meu braço e só notei que já sangrava quando vi minhas unhas.

Duda: Te achei. Eu te procurei por todo o colégio. – ofegava. – O que é isso? Helena o que você está fazendo? Olha seu braço.

Eu: Não me encosta – gritei com ela chorando muito.

Duda: Amor... – a voz dela quase não saiu. Quando olhei pra ela ali na minha frente eu vi uma Duda diferente. Sabe quando você experimenta o auge da sua dor, e observa tudo a sua volta com mais clareza, com mais luz. Duda sempre usava uma touca, cabelo solto, olho delineado, mas na escola ultimamente ela usava um rabo de cavalo alto, a pele sem qualquer maquiagem, só com a luz dela mesma. Seu rosto estava vermelho por causa do choro e assustado. Ela sentou de frente pra mim e ficou me encarando sem dizer nada.

Eu: Me deixa sozinha?

Duda: Helena...

Eu: Por favor, me deixa sozinha. – eu solucei tentando conter o choro.

Duda: Eu volto em 15 minutos. – me deu um beijo na testa e saiu. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora