Capítulo 127

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Fui pra minha sala e assisti aula sem prestar muita atenção. Na hora do lanche vi um grupinho gritando como se alguém tivesse se pegando. Minha cunhada segurou meu braço.

Duda: Laura, vamos ao banheiro comigo?

Eu: Cadê sua namorada? Chama ela. – me soltei dela. E quando entrei na rodinha era o Vinicius beijando uma vadia da escola chamada Alicia Vilamarino.

XX: Eita a namoradinha chegou... – ele soltou a menina.

Vini: Laura, foi uma aposta... Não é nada...

Eu: Vai para o inferno Vinicius. – sai da rodinha com todos gritando bem feito pra ele.

Duda: Laura...

Helena: Amor... – chegou perto da namorada – O que ela tem? LAURAAA. – me gritou.

Eu: ME DEIXA VOCÊ TAMBÉM HELENA... – gritei de volta. Eu fui pra minha sala peguei minha mochila e guardei minhas coisas. Fechei meu notebook e guardei. Eu saia da sala quando a supervisora me parou.

XX: Onde vai senhorita Pugliese?

Eu: Para o inferno. – passei direto por ela passei meu cartão e sai do colégio. Fui andando pela calçada pedindo um uber que logo chegou e fui até o hospital. Consegui entrar sem ser vista, meu irmão estava num quarto eu vi num painel. – Oi...

Hugo: Oi – sussurrou.

Eu: Não fala nada não. Não pode fazer esforço – olhou pra minha mochila e mudou a feição. – É eu estou matando aula. – me sentei na cadeira e ele ficou me olhando.

Hugo: O... que... foi?

Eu: Você aqui, eu achei que fosse morrer – sequei a lágrima – O Samuel pulou na piscina eu me afoguei para salvá-lo. Ele está bem foi só um susto. Meu treino foi uma merda ontem. E o Vinicius aquele menino que eu estava ficando que eu te contei. Ele estava beijando uma garota no intervalo na frente da escola toda. Eu sou uma grande de uma chifruda. – sequei meu rosto e ele pegou minha mão e apertou de leve.

Hugo: Vai passar.

Eu: Espero que sim. Você precisa ir pra casa logo. A Helena vive pra Eduarda – fiz careta e ele armou uma leve risada.

Hugo: Ela...é... legal.

Eu: Ela roubou minha irmã de mim. E as nossas mães ficam nesse chove e não molha eterno. Isso me irrita.

Hugo: Paciência...

XX: O que a senhorita faz aqui mocinha? Não é horário de visita. - enfermeira cruzou os braços.

Eu: Desculpa... Já estou indo embora. – dei um beijo na testa do meu irmão. – Te amo.

Hugo: Te amo... Vai... Ficar tudo bem – sussurrou.

Eu: Vai sim. – eu sai pedi um uber e fui pra casa. Minhas mães não estavam, só tinha a Maria em casa.

Maria: Já?

Eu: Matei aula.

Maria: Suas mães vão matar você.

Eu: Elas estão ocupadas demais brigando por nada. – subi para o meu quarto, tirei meu uniforme tomei um banho e deitei. Peguei meu celular e tinham inúmeras mensagens da Helena e da Duda perguntando onde eu estava. Eu entrei no meu closet e comecei a arrumar. Eu sou bem bagunceira, mas desde que mudamos para a nossa casa nova eu tenho mantido tudo bem arrumado e uma coisa que me relaxa é arrumar meu closet. Comecei a separar umas roupas que eu não usava mais e que não combinavam mais comigo. Logo minha mãe chegou.

Mãe Nat: Posso saber porque você saiu do colégio proferindo ofensa para a supervisora e sem permissão para sair e ainda foi visitar seu irmão e entrou escondida lá fora do horário de visitas Laura?

Eu: Eu não estava bem e fui embora, foi isso.

Mãe Nat: E o que aconteceu? – cruzou os braços.

Eu: Tudo mãe. Tudo... – suspirei dobrando as roupas e colocando numa sacola.

Mãe Nat: Olha pra mim e conversa comigo direito Laura.

Eu: QUE DROGA... EU NÃO QUERO FALAR... QUER ME DEIXAR DE CASTIGO? OK, ME COLOCA. QUER MEU TELEFONE? ESTÁ AQUI – coloquei na frente dela – SÓ ME DEIXA EM PAZ... - já falei com lágrimas caindo.

Mãe Nat: Laura... Precisa conversar comigo, eu preciso saber o que está acontecendo com você.

Eu: O que você acha que está acontecendo mãe? O meu irmão quase morreu e sabe Deus como ele vai ficar depois disso tudo.

Minha irmã que era minha melhor amiga agora vive pendurada na namorada e nem lembra mais que eu existo. Você e a mamãe ficam nesse circo de morar separadas, qualquer coisa soltam uma faísca e brigam. O Samuel que não aprontava nada a meses resolveu surtar e se jogou na piscina quase me matou de susto. Fiz um jogo bem bosta ontem porque eu ainda estava assustada com o que aconteceu e magoada com tudo que está acontecendo nos últimos tempos. O garoto que eu gosto e ficava até hoje de manhã beijou a menina mais piranha do colégio na frente de todo mundo. Acho que não tem como abstrair e fingir demência, não tem como sorrir e acenar pra isso. – solucei. Ela veio e me abraçou.

Mãe Nat: Filha...

Eu: Me solta eu não quero abraço, eu só quero ficar sozinha. – chorava.

Mãe Nat: Amor... Eu e a sua mãe estamos resolvendo nossa situação. Seu irmão vai ficar bem e ele terá todo o suporte emocional que ele precisar. A matricula dele na faculdade já foi trancada, o processo do caso já está correndo e vai ser resolvido. Conversamos com os médicos hoje e ele já não corre risco de morte mais. Ele deve vir pra casa em duas semanas mais ou menos. O Samuel a gente já conversou com ele, falamos com a terapeuta também, ele é uma criança de 6 anos que está vendo tudo isso acontecer também e não sabe processar tudo isso e ele não mede perigos você sabe filha. E já resolvemos a questão da segurança da piscina. E a sua irmã te ama muito e é natural ela passar mais tempo com a namorada dela, mas ela nunca te deixou, muito pelo contrário, ela te ama demais e ela sente que você se afastou dela. A Duda não está tomando seu espaço, ela ocupa outro espaço na vida dela. E quanto ao garoto porque nunca me contou? Ele é um idiota por ter feito isso com você minha filha.

Eu: Eu quero ficar sozinha mãe.

Mãe Nat: Deixa a mamãe ficar aqui com você?

Eu: Por favor... me deixa sozinha...

Mãe Nat: Tá bom. Mas depois eu venho pra ver como você está. – me deu um beijo e saiu. Eu continuei toda a minha arrumação e logo acabei. Eu almocei pouco, não estava com fome. Fui com a minha mãe levar meus irmãos na escola e logo voltei. Avisei ao Timmy que não estava me sentindo bem então eu não ia treinar. Passei o resto da tarde no meu quarto copiando matéria que eu havia perdido por ter matado aula. 

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Esses capítulos são mais sobre os filhos tá pessoal... As perspectivas dos sentimentos deles, já que não tivemos muitas narrativas deles. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora