A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESE

Capítulo 142

30 DE MAIO...

Eu estava trabalhando, e a alguns dias recebi dois telefonemas de ameaças. Não é anormal juízes, desembargadores e promotores serem ameaçados por pessoas julgadas por nós, ou por familiares, mas a gente sempre descobria. Nesse dia 30 meu carro foi perseguido por um carro preto. Eu dei muitas voltas, mas não fui pra minha casa. Eu fazia trajetos diferentes desde que comecei a ser ameaçada a uma semana. Meu celular foi grampeado o meu telefone do escritório também foi. Era um homem eu nunca ouvi a voz dele antes, pelo menos não que eu me lembre. Achei melhor não comentar nada com a Natalie, não queria preocupa-la ainda com essa situação. Eu fui fechada na Gávea, mas consegui sair pela outra via e dar a volta. E sumir no meio dos carros. Fui para um shopping primeiro deixei meu carro bem no meio dos outros e liguei para um detetive amigo meu da Inteligência.

Eu: Boa tarde eu preciso falar com o Lukkas Marques por favor. Aqui é Doutora Priscilla Pugliese.

XX: Só um instante. – esperei cerca de um minuto e ele atendeu.

Lukkas: Priscilla, aconteceu alguma coisa?

Eu: Lukkas, eu estou no shopping na Gávea, eu fui perseguida, mas consegui escapar por outra via. Eu fui ameaçada duas vezes, não identifiquei as vozes, mas meu telefone já foi grampeado. Eu acho que tem alguém tentando me matar.

Lukkas: Calma. Eu estou indo até você.

Eu: Eu estou no segundo andar de estacionamentos na fileira 4B. Estou no Audi.

Lukkas: Ok. Chegou em 10 minutos. – eu fiquei no carro, abri o porta luvas peguei minha arma. Acho que mais do que nunca vou ter que usá-la. Natalie me ligou eu mandei mensagem dizendo que não podia atender, mas ia demorar um pouco a chegar em casa e que estava tudo bem. O Lukkas logo chegou bateu no vidro eu destravei a porta e ele entrou.

Eu: Oi, obrigada por ter vindo.

Lukkas: O que temos?

Eu: Essas duas ligações – coloquei o áudio pra ele ouvir. A pessoa dizia que me mataria, que eu acabei com a vida dele uma vez a muitos anos e que agora ele me mataria e tiraria o que eu tenho de mais importante, meus filhos. Quando ele acabou de ouvir o áudio o meu celular tocou era um numero privado e eu atendi no viva voz. – Alô?

XXX: Escapou agora doutora, mas não vai mais escapar. Eu já sei onde o mais velho estuda, e a mais velha também. Vai ser questão de tempo e eu vou ter de volta o que é meu  e mais um pouco e a doutora morre. – desligou.

Lukkas: Mais velho e mais velha...

Eu: Hugo e Helena é óbvio. Consequentemente a Laura está no alvo, ela estuda na EARJ também...

Lukkas: Onde seus filhos pequenos estudam?

Eu: No Liessin ali no Leblon mesmo a cinco minutos de casa. 

Lukkas: Lembra de ser ameaçada por alguém, por alguma pena?

Eu: Várias vezes, mas a pessoa falar assim, de tirar tudo de mim, e ia tirar meus filhos de mim. – eu tive um estalo na hora.

Lukkas: O que foi?

Eu: Só pode ser. O pai biológico dos meus filhos... Do Hugo e da Helena.