Capítulo 63

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PRISCILLA NARRANDO...

Caos...Era caos completo. Meu casamento indo para o inferno, o esgotamento emocional sobre isso me destruindo e Rosana perseguindo meus filhos. Ela tentou tanto que ela conseguiu. Depois de três dias indo até a porta da escola, decidimos chamar uma delegada e registrar uma ocorrência e com isso veio algumas verdades sobre o caso e algumas revelações das memórias do Hugo que não sabíamos que ele tinha. Eu e a Natalie quase não dormimos naquela noite de quarta feira com tanta coisa que tínhamos na cabeça. Na quinta fui trabalhar os meus filhos já tinham ido para o colégio, a Natalie ia pra empresa ela tinha uma série de reuniões aquele dia, então ela saiu praticamente junto comigo. Eu não tinha audiência fiquei despachando. As 10 da manhã ligaram pra mim, era do colégio avisando que a Helena não estava se sentindo muito bem e queria que ligasse para uma de nós e não tinham conseguido falar com a Natalie. Eu fui busca-la na escola, conheci a Duda namorada dela, uma gracinha de menina. Minha filha estava sofrendo bastante e doía vê-la sofrer daquele jeito. Ela estava com medo, se sentindo acuada, e arrastada pra uma realidade que ela não vive mais a muito tempo. Soube que a policia foi atrás da Rosana, ela estava trabalhando e como ela não estava sendo presa em definitivo e não oferecia perigo iminente, ficaram vigiando e efetuariam a prisão para esclarecimento no dia seguinte bem cedo. Depois de dar uma volta com a minha filha, fomos almoçar e ela foi para o fórum comigo. Ela ficou fazendo lição enquanto eu terminava meu trabalho. A noite já no nosso quarto a Natalie perguntou...

Nat: Tem noticias da prisão da Rosana?

Eu: Temos que ir amanhã a delegacia pela manhã. Os dois não serão expostos, mas nós teremos que comparecer. Eu vou trabalhar de manhã, tenho audiência as 8 horas mas é jogo rápido. As 10 da manhã estarei na delegacia.

Nat: Cadê sua aliança?

Eu: Na gaveta.

Nat: E porque ela está na gaveta e não no seu dedo?

Eu: Natalie, a gente não está bem. Não dá mais pra fingir que nosso casamento é um conto de fadas porque não é.

Nat: E você acha que legalmente, nesse momento vai ser visto com bons olhos? Nossos filhos passando por isso e as duas mães separando? Uma separação que por sinal eu não aceito, não concordo e não vou concordar?

Eu: Você não manda nessa relação não Natalie.

Nat: E nem você. Você decidiu por você e por mim. Não vai ser minha mãe que vai acabar com 16 anos de casamento.

Eu: Ela já acabou. – fui para o banheiro.

Nat: Não pode fazer isso comigo Priscilla. Não pode fazer isso com a gente. – já chorava.

Eu: Natalie... Não vou discutir isso agora. Agora eu só quero proteger meus filhos daquela mulher.

Nat: Nossos... Proteger nossos filhos. Você se refere ao Samuel, ao Hugo e a Helena como seus filhos desde sábado. Eles também são meus filhos, os amores da minha vida, a razão da minha existência, assim como a Ana Julia e a Laura. – chorava.

Eu: Eu só quero protege-los agora. Nosso casamento vai ficar para depois. No momento eles que estão precisando de ajuda, de amor, de atenção, de cuidado, de escuta. – a gente foi dormir mais uma vez sem conversar. Na manhã seguinte fui até o fórum tive uma audiência as 8 horas e as 9:40 terminou. Quando sai, tinha um monte de chamada da Nat e uma mensagem.

Onde você está? Vai passar aqui pra me pegar ou vai me encontrar na delegacia?

Eu respondi...

Sai da audiência agora. Te encontro na delegacia.

Mandei uma mensagem para o nosso advogado também, doutor Ian Tavares. Ele já estava chegando na delegacia. Eu logo cheguei lá e a Natalie chegou praticamente junto comigo.

Nat: Toma. – colocou a aliança na minha mão. – Pode não me amar mais, mas pelo menos precisa causar uma boa impressão.

Eu: Não vou nem te responder Natalie. – coloquei a aliança no dedo e entrei.

Iolanda: Bom dia, entrem por favor. – fomos pra sala dela.

Eu: Esse é o doutor Ian Tavares ele é nosso advogado.

Ian: Muito prazer.

Iolanda: O prazer é meu. – nos sentamos. – Fomos até a residência da dona Rosana Dias hoje pela manhã para cumprir o mandado de prisão preventiva dela. Ontem ela estava trabalhando e para não prejudicar o trabalho dela, deixamos um policial vigiando de longe e agir com cautela e hoje efetuamos a prisão. Ela ficou transtornada porque não achava justo ser presa por querer ter contato com os filhos dela, alegando direito dela. O advogado dela está falando com ela em outra sala no momento e logo virá aqui. Ela ainda não sabe que você é a mãe deles Priscilla e o advogado dela quando associou nome a pessoa, ficou sem chão porque ele sabe que ele pode ter acabado com a carreira dele no momento que ele conseguiu ilegalmente os dados de dois menores ainda mais sendo eles, protegidos pela justiça, e filhos de uma juíza estadual.

Eu: Eu quero que a carreira se exploda. Ele sabe que isso é errado. Ele sabe que é ilegal. Meus filhos são menores de idade, e o caso foi muito sério. Tudo ocorreu dentro do mais absoluto rigor legal. Não fizemos uma única visita às crianças que não tenha sido determinada pelo juiz, com horário para chegar e para ir embora. Eles foram entregues para nós, por uma assistente social, a gente não entrou no abrigo e correu para pegá-los como muita gente faz quando recebe a guarda, a gente esperou a assistente social conversar com eles, e nos trazer. Não tem uma virgula fora do lugar de todo esse processo. Eu era uma advogada na época pleiteando uma procuradoria. Jamais aceitaria fazer algo fora da lei. Ficamos um ano com guarda provisória podendo ter nossos filhos, porque eles já eram nossos filhos, tirados de nós a qualquer momento. A gente viveu a apreensão disso por um ano até um juiz dar a guarda irrevogável para nós. – logo bateram à porta. Era o Tiago com um policial e a Rosana. Ele entrou muito sem graça e ela ficou espantada em nos ver, principalmente em me ver. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora