Capítulo 128

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Tomei banho no fim da tarde, não quis jantar, eu estava sem fome, coloquei um pijama e deitei. Meu celular tocou era o Vinicius. Ele não parava de ligar então eu resolvi atender.

Eu: O que você quer? Se eu não te atendi antes é porque e não quero falar com você. – falei com raiva.

Vini: Laura eu não queria te magoar, aquilo que eu fiz foi uma idiotice.

Eu: Primeiro passo é o reconhecimento. Pelo menos você tem consciência de que é um idiota. Agora me deixa em paz, para de me ligar por favor.

Vini: Eu gosto de você Laura.

Eu: Bela maneira de demonstrar Vinicius. Me ridicularizando na frente da escola toda.

Vini: Foi uma aposta. Idiota, mas foi.

Eu: Ok. Continue suas apostas idiotas com seus amigos idiotas, eu não quero participar disso. – desliguei na cara dele. Logo recebi uma mensagem no whatsapp eram vídeos e fotos dele beijando aquela piranha da escola e não parecia uma aposta como ele dizia. Ele claramente estava mentindo. Me deu um aperto no peito. Eu estava me sentindo sozinha, enganada. Logo ouvi a porta se abrindo. As luzes estavam apagadas. Pelos passos, percebi que era a Helena. Ela deitou do meu lado e suspirou e eu segurei o choro eu não queria que ela me visse chorando.

Helena: Eu soube do que rolou no colégio – falava baixo e calma – E a mamãe me contou da conversa que tiveram mais cedo. – eu suspirei. – Eu não posso mudar o estado do Hugo, mas ele está fora de perigo e logo vem pra casa, isso é bom. As nossas mães vão se entender, elas são assim e acho que enquanto o Hugo não estiver bem e em casa, elas não vão conseguir colocar a vida delas em ordem. E a gente não pode fazer nada a respeito. E eu nunca deixei de ser sua irmã e nem sua amiga. A Duda é minha namorada, ela ocupa um espaço no meu coração muito diferente do seu. Você se afastou de mim por causa dela, sem necessidade, ela está se sentindo mal por você achar que ela me tirou de você, porque isso não é verdade. – suspirou – E o Vinicius foi um idiota. Ele não tinha o direito de fazer o que fez com você. – eu soltei o soluço eu não consegui segurar. – Ele não tinha o direito de brincar com seus sentimentos, de fazer o que ele fez na frente do colégio todo. – o choro tomou conta de mim. Aquilo estava doendo. Eu gostava muito dele e aquilo me feriu mais do que eu queria acreditar. Os soluços se apossaram do meu corpo e ela me abraçou ficando de conchinha comigo.

Eu: Me deixa sozinha, por favor... – chorava.

Helena: Não... Eu sou sua irmã, eu sou sua amiga e eu não vou deixar você aqui assim. Quer chorar? Ok, chora tudo que você quiser. Coloca pra fora, mas eu não vou a lugar algum. Eu te amo. – me abraçou mais forte e eu chorei copiosamente por muito tempo. Ela não dizia nada, só ficava ali abraçada a mim. – Ele não merece você. Ele não merece a pessoa incrível que você é, o coração imenso que você tem. Ele é só mais um moleque idiota e aquela garota é só uma galinha daquela escola que já deu em cima até da Eduarda na minha frente. Você é muito especial Laura, não deixa qualquer um quebrar seu coração assim. E eu te amo, eu vou estar aqui sempre, eu nunca vou te deixar sozinha por nada e nem por ninguém e a Duda sabe disso. Ela não está substituindo seu lugar no meu coração, isso jamais vai acontecer. – eu virei de frente pra ela, e ela me deu um beijo na testa e eu me aninhei no peito dela e ela me abraçou – Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você, eu não vou te soltar. – e eu acabei dormindo. Eu precisava me sentir segura no meio de todo esse caos. No outro dia eu acabei passando mal, era sábado e eu tinha um jogo a tarde era um campeonato municipal. Eu fui e pedi pra ficar no banco pra revezar. Eu precisava descansar. O time estava indo bem e nos intervalos de sets eu dava umas orientações junto com o Timmy. Eu joguei só no ultimo set e selamos a vitória. Quando olhei na arquibancada a Helena estava lá com a Ana Julia o Samuel e a Duda. Eu acenei para as duas e fui para o vestiário. Tomei um banho rápido me troquei e sai as encontrando do lado de fora.

Eu: Que surpresa vocês aqui... – abracei a Helena e depois a Duda.

Helena: Nossas mães foram ao hospital ficar com o Hugo um pouco e a gente veio ver seu jogo. Que tal um sorvete agora?

Samuel: Sorvete... Uhul – correu com os braços para cima.

Eu: Ele está açucarado já né?

Helena: Está... A culpa é da Duda que deu um chocolate e um algodão doce pra ele.

Duda: Foi mal cunhadinha.

Eu: Deus nos ajude – fomos para a sorveteria. Meu irmão só faltava subir pelas paredes feito uma aranha de tanta açúcar. Eu pedi um suco de maracujá sem açúcar pra ele, eu precisava parar essa criança. A gente foi pra casa, cuidamos de dar banho e dar o jantar pra eles. O Samuel demorou uma vida pra dormir por causa do açúcar. Nossas mães ainda não tinham voltado. Eu fui tomar um banho e quando desci a Duda com a Helena se pegavam no sofá. – Poderiam se pegar peladas no quarto com a porta fechada. – elas assustaram.

Helena: Porra Laura que susto, achei que era a mamãe.

Eu: Agora são elas. Acho que não vão querer recebe-las sem blusa. – elas olharam para si mesmas e se vestiram. Eu tinha escutado o carro chegando.

Mãe Pri: Oi... Oi... Oi...

Eu: Oi mãe.

Mãe Pri: Oi amor, como foi o jogo? – me abraçou.

Eu: Foi bom, a gente ganhou. Alias o time. Eu só entrei no final.

Mãe Pri: Não se sentiu bem de novo?

Eu: Eu estava um pouco cansada pedi pra ficar de fora. Mas joguei no final. Como o Hugo está?

Mãe Pri: Está bem filha, dentro do esperado pelos médicos ele está até melhor do que o que imaginavam. Hoje ele já andou um pelo quarto, está fazendo fisioterapia respiratória, ainda está rouco, mas está falando melhor, fica um pouco cansado, mas está melhor. Ele não precisa mais de exposição de tecido a cicatrização dele está ótima. Mais uma semana ou pouco mais ele deve vir pra casa.

Eu: Cadê a mamãe?

Mãe Pri: Ela vai dormir com ele hoje, e amanhã eu vou dormir lá. Já jantaram?

Eu: A gente vai pedir uma pizza agora.

Mãe Pri: Ótimo. Eu estou morrendo de fome. Pede duas.

Eu: Tá...

Mãe Pri: As duas vê se vão se pegar no quarto e não no meu sofá, estão vermelhas igual um tomate e as blusas estão do avesso – falava subindo as escadas.

Eu: Eu disse...

Duda: Eu não vou vir aqui nunca mais que vergonha.

Eu: Relaxa, a mamãe está de boa com isso.

Duda: Ela é toda durona porque ela não brigou?

Helena: Porque você não tem um pau e não pode me engravidar.

Eu: É verdade. Senão a essa hora, essa conversa aqui no mínimo seria uma sessão espirita e você nem se daria conta, se você fosse um menino. – eu fui pedir a pizza que logo chegou. A Duda ia dormir lá em casa. Eu fui deitar com a mamãe queria dormir com ela. – Mãe?

Mãe Pri: Hum?

Eu: Já está dormindo?

Mãe Pri: Estava quase né filha até você me chamar – rimos. – O que foi?

Eu: Você e a mamãe voltaram?

Mãe Pri: Não sei ainda filha. A gente está conversando. – suspirou.

Eu: Porque não param com isso logo e reatam? Você tem dormido aqui todos esses dias, você nunca quis ir embora de verdade.

Mãe Pri: Eu respeitei a decisão da sua mãe filha. A gente vai resolver isso ok?

Eu: Ainda ama a mamãe?

Mãe Pri: Sem sombra de dúvidas.

Eu: Então casa com ela de novo... Sei que nem se separaram legalmente, mas case-se com ela de novo. – a abracei. Ela não disse mais nada e eu logo adormeci.

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora