Capítulo 95

210 25 2
                                    

Eu: Você está bem?

Helena: Estou... E você?

Hugo: Também. Não foi tão ruim assim, mas ainda estou um pouco desconfortável.

Helena: Eu também estou. Mas ela está fazendo tudo para dar certo, as crianças são adoráveis, o Carlos é uma ótima pessoa.

Hugo: É... Muito diferente do que o Marcos era. – a Rosana veio.

Rosana: Gostaram da sombrinha dessa arvore? – se sentou.

Hugo: Tirei um cochilo gostoso aqui.

Helena: Eu também. A gente não faria isso no nosso jardim, o Francisco não ia deixar. – rimos.

Rosana: Quem é Francisco?

Helena: Nosso cachorro. É um Golden Retriever. Ele é um amor, mas se tem uma coisa que ele não pode ver, é quando a gente está deitado no chão que ele já vem logo pular em cima da gente.

Rosana: As crianças são doidas para terem cachorro, mas a gente não fica em casa o dia todo, eu faço plantões, o Carlos trabalha o dia todo, então ficamos com dó de deixa-lo sozinho em casa.

Eu: Lá em casa sempre tem alguém. A Ana Julia ainda não vai pra escola então fica ela e a babá, a mamãe trabalha mais de casa que na empresa, sempre tem algum funcionário da casa lá então ele nunca fica sozinho, é bem raro e ele fica bem com a casa toda só pra ele. Mas a mamãe deve arrumar outro pra quando a Ana Julia for para a escola, ela não vai querer que o Francisco fique sozinho em casa o dia todo pra destruir um sofá da dona Priscilla.

Helena: A mamãe mata ele sem dúvida. Lembra quando ele comeu o pé daquele banquinho que ficava na ilha da cozinha do apartamento?

Eu: Ela surtou muito – rimos. – A mamãe ama decoração. E a gente morava num apartamento até o meio do ano. A mamãe tinha uns banquinhos que ficavam na ilha, tinha um mês que ela tinha comprado e o Francisco ainda tinha uns 6 meses. Ele comeu o pé de um banquinho. A mamãe ficou muito brava. Cada banquinho daquele custou 2 mil reais. Ela queria doar ele de todo jeito de tão brava que ela ficou.

Rosana: Até eu ficaria. Meu marido tinha um caramelo e ele comeu todo nosso sofá quando nos casamos, e ele ficou muito bravo. Tivemos que comprar outro sofá. Ele morreu ano passado já de velhice, mas que ficamos chateados pelo sofá nós ficamos. – o silêncio constrangedor se formou – Vocês são felizes com as mães de vocês? – ela quebrou o silêncio. A gente se sentou ficando de frente pra ela. Só estávamos nós três ali e o Carlos logo se juntou a nós. As crianças tinham dormido.

Hugo: Sim. Muito felizes.

Helena: Sempre fomos muito felizes com elas. E não é pelo dinheiro, pela vida de luxo que a gente tem. A gente tem sim uma vida muito confortável e privilegiada, a gente tem muito conforto, a gente já viajou muito, a gente conhece muitos países, temos muita coisa importada, roupas, sapatos, óculos, cintos. Estudamos num dos colégios bilíngues mais caros do Rio de Janeiro, a gente vive bem sim, e somos gratos por isso, mas a gente ama o amor que a gente recebe diariamente.

Hugo: É... A mamãe trabalha de casa, ela tem esse privilegio de ficar em casa a maior parte da semana, até pouco tempo elas nos levavam e nos buscavam na escola, em todas as nossas atividades, mas para otimizar o tempo delas também agora a gente vai e volta de transporte escolar. Hoje a gente mora numa casa, porque o apartamento estava pequeno para nós e mudamos para uma casa 10 vezes maior que nosso apartamento e elas nos proporcionam tudo que a gente quer e precisa, mas o principal é o amor. A nossa mãe Priscilla trabalha muito, ela é juíza, ela era tutora de uma universidade de direito e agora ela é uma das donas, então agora ela tem um pouco mais de tempo, mas ela liga para todos nós durante o dia para saber como estamos, ela passa nos nossos quartos, ela cuida dos nossos uniformes, ela olha nossos cadernos, ela procura saber no colégio como nós estamos. Ela é bem durona boa parte do tempo, mas ela quer sempre saber se estamos felizes, se estamos bem. Ela é bem ciumenta – a Helena deu risada.

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora