Nat: Pri...
Eu: Hum?
Nat: A gente precisa conversar.
Eu: Se for sobre a bruxa da sua mãe eu dispenso.
Nat: Pri, não pode tirar o meu sobrenome do meu filho por causa da estupida da minha mãe.
Eu: Ela me odeia Natalie, ela odeia o meu filho, gerado por mim. Você não entende isso? – falei com raiva.
Nat: Hei, porque está falando comigo assim? Eu não estou defendendo ela não. Só não posso pagar pelas loucuras dela e nem nosso filho. Ou melhor, nossos... Porque o Hugo e a Helena disseram que se tirar o meu sobrenome da certidão do Samuel, quer que tire da deles também, porque se a minha mãe não gosta do Samuel, ela também não gosta deles.
Eu: Pelo visto não sou a única que pensa isso da sua mãe. Eu vou dormir Natalie, eu não estou me sentindo bem, estou com muita dor de cabeça e exausta e eu não quero brigar com você por estar com raiva da vadia da sua mãe. Boa noite – deitei e apaguei o abajur. Eu acabei dormindo rápido porque eu já tinha tomado meus remédios e estava exausta. No domingo eu acordei já eram 9 da manhã. Eu estava morrendo de dor de cabeça. Tomei um banho, fui aferir minha pressão e estava alta. Peguei um comprimido e tomei, logo desci. Tinha papel de presente para todos os lados, a Natalie filmava a bagunça toda. Eu fui pra cozinha tomei meu café e fui para o quintal, precisava de um pouco de silencio e ar puro. O Francisco corria no quintal, ele amava aquele gramado. Eu tinha muita coisa na cabeça naquele momento. Meu filho Asperger era uma novidade pra gente, embora nada tenha mudado na nossa rotina além de algumas terapias ocupacionais e o acompanhamento de uma psicopedagoga particular. A mãe biológica dos meus filhos mais velhos em silêncio e com certeza ela estava aprontando alguma coisa, a minha sogra que é um monstro fazendo tudo para me irritar e acabar com meu casamento, e eu e a Natalie sempre acaba brigando por causa disso. Além de tudo isso tem meu trabalho também que demanda muito tempo de mim. Eu me tornei sócia da universidade que eu sou tutora. Eu já era sócia, mas acabei de comprar mais ações e isso me permite deixar a tutoria com segurança financeira, o que me faz ganhar mais do que eu ganhava com a tutoria. Foi um bom negócio para mim. Assim eu participaria mais dos lucros e de algumas reuniões de conselho e não teria a responsabilidade de um curso, todo os dias demandando tanto do meu tempo. Eu passei o domingo mais introspectiva, e quase não falei com a Natalie. Ajudei meu filho a guardar os presentes, arrumei a mochila dele para o dia seguinte. Eu não conseguia dormir, eu levantei e desci bebi água e sai na rua. Eu estava sufocada dentro da minha casa. Eu comecei a chorar muito. Depois de algum tempo eu entrei fui para o banheiro e tomei um banho e deitei de novo. Natalie não tinha acordado. De manhã eu tomei um banho rápido pra despertar e me troquei. Logo eu desci, meus filhos já tinham ido para escola. Eu sentei a mesa e a Natalie veio com a Juju.
Nat: Não precisa chorar filhinha... A mamãe pegou você. Está tudo bem – a Julia estava fungando. – Bom dia amor.
Eu: Bom dia. – tomei meu café em silêncio.
Nat: Pri, a gente precisa conversar.
Eu: Natalie, eu quero o divórcio. – Era o melhor a se fazer, não por mim, mas por ela. Era o que eu pensava naquele momento.
Nat: O quê? Priscilla... Não... Claro que não.
Eu: Eu estou cansada Natalie. Cansada dessa loucura. Cansada da intromissão da sua mãe e ela sempre consegue o que ela quer. Pra mim chega... Isso me machuca, isso está respingando nos nossos filhos, isso está te fazendo muito mal também porque pra ficar do meu lado você tem que abdicar da presença da sua mãe e até do seu pai que as vezes nem sabe o que está acontecendo a volta dele. – solucei. – Isso é desgastante, pra todo mundo, e isso só está machucando você e eu e agora os nossos filhos também... Não dá... – peguei minhas coisas e sai.
Nat: Priscilla, não pode sair assim... Priscilla...
Eu: Eu tenho que trabalhar... – entrei no carro e sai rapidamente. Eu chorei o caminho todo até o fórum. Depois fiquei cinco minutos no carro pra me recompor. Logo foi pra minha sala. – Bom dia Nádia.
Nádia: Bom dia doutora. – ela veio comigo.
Eu: O que a gente tem hoje?
Nádia: Só despachar documentos doutora.
Eu: Que bom – suspirei. – Não passa nenhuma ligação tá? E eu não estou pra ninguém, só se for a Lohana ou meus filhos, por favor.
Nádia: Tudo bem. Precisa de alguma coisa?
Eu: Tem alguma coisa pra dor de cabeça? Minha cabeça está estourando.
Nádia: Vou trazer.
Eu: Obrigada. – ela logo voltou com um comprimido eu agradeci e ela saiu. Eu imprimi todos os papeis que eu precisava assinar. Eram mais de 40 então resolvi focar naquilo. Parei para almoçar ali perto mesmo e logo voltei. Terminei todos os papeis era por volta de 16:30. Peguei meu celular e tinham umas mensagens um pouco estranhas dos meus filhos.
Mamãe, uma mulher muito estranha me abordou perguntando se eu era a Helena Dias... Eu achei estranho e sai.
Logo tinha uma do Hugo.
Mãe, uma mulher rondando o colégio hoje. Eu sai pra almoçar na rua do colégio mesmo e ela me parou perguntando se eu era o Hugo Dias. Esse era meu nome antes de ser adotado. Ela não é estranha pra mim, mas não consigo me lembrar de onde a conheço. Tirei uma foto escondido quando sai do colégio e ela estava lá na porta. Vou te enviar.
E logo veio a foto... O meu corpo todo doeu... Rosana Dias...
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A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESE
Fiksi PenggemarMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 36 anos sou juíza estadual e tutora universitária de uma universidade particular no Rio de Janeiro, moro numa numa cobertura no Leblon no Rio de Janeiro. Eu sou casada com Natalie Kate Smith Pugliese, ela...