Capítulo 156

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Entramos no condomínio e quando chegamos a Natalie arrumava a mesa do almoço.

Nat: Oi minhas meninas que saudade.

Helena: Oi mãe – a abraçou e começou a chorar.

Nat: O que foi? – me olhou.

Eu: Parece que ela e a Duda se desentenderam. Mas vai passar.

Nat: Oh filha... – a abraçou mais forte. – Vai ficar tudo bem meu amor.

Helena: Espero que sim. – fungou e saiu do abraço.

Nat: E você? LAURA... PORQUE ESTÁ TODA ESFOLADA ASSIM? – gritou.

Laura: Calma mãe, está tudo bem.

Eu: Ela teve uma ausência e caiu e se esfolou, mas foi bem cuidada.

Nat: E você sabia e não me falou nada?

Eu: Eu não quis te preocupar. Ligaram para avisar e quando me ligaram, ela nem estava junto, tinha ido pescar.

Laura: Eu pesquei um peixão mãe. Eu tirei foto pra te mostrar. – Ela nem liga é impressionante. A gente que não perde a mania de quase morrer do coração. O Hugo chega no fim da tarde e a gente vai sentar pra conversar com eles. A cirurgia é na segunda as 9 da manhã e a Natalie vai internar as 5 horas da manhã. As meninas almoçaram contando do acampamento. A Helena que não estava muito animada, porque a Duda estava dando um gelo nela. Quando elas trouxeram as roupas para lavar, algumas da Laura não teriam salvação.

Eu: O que é isso aqui Laura? Essa blusa era que cor?

Laura: Azul claro. Foi doideira esse dia mãe. Foi uma competição e a gente caiu no barro. Acho que tem barro no meu cabelo até hoje. – riu.

Eu: Isso aqui não tem salvação não. Se eu jogar isso na máquina, capaz até de ter que jogar a máquina fora depois.

Laura: Pode jogar fora. Tem um short ai que rasgou também e o meu tênis.

Nat: Vocês foram pra um acampamento de guerra?

Laura: Quase isso. Mas foi muito legal. Vai ter vídeos. Eles vão disponibilizar no site da escola, dos jogos, das brincadeira, dos passeios. – algumas roupas delas foram para o lixo porque não tinha condição de lavar. O Hugo chegou, bronzeado e todo contente. Eu estava tão feliz de ver meu filho feliz. Ele contou da viagem dele também e depois do jantar a Natalie resolveu reunir a todos para uma conversa.

Hugo: Oi... Porque essa conversa aqui fora? – sentou numa das poltronas.

Eu: A mamãe quer conversar com vocês.

Laura: Estão se separando?

Eu: Não filha, claro que não. – o Samuel com a Juju brincavam ali perto de nós.

Nat: Então... Como vocês devem se lembrar, depois que a Ana Júlia nasceu eu desenvolvi adenomiose, que é tecido endometrial entranhado na parede do útero. E eu tenho a alguns meses sentido muita cólica, tido um período menstrual intenso e isso tem prejudicado minha qualidade de vida.

Helena: Isso é grave mãe?

Nat: Mais no sentido de qualidade de vida filha. Porque são cólicas muito fortes, incapacitantes. Dessa ultima vez, meu ciclo menstrual durou 17 dias. Então é bem desgastante.

Hugo: E como que resolve?

Nat: Com cirurgia. Na segunda feira as 5 da manhã eu interno e as 9 horas eu vou passar por uma histerectomia.

Laura: Mas é preciso retirar o útero mãe?

Nat: É o melhor para mim filha. É a minha chance de cura. Não é maligno, não é um câncer, não é um tumor. São aderências que causam muita dor em muitos sentidos, e não vão melhorar em nenhum momento da minha vida.

Helena: É forte isso, retirar o útero porque você não tem nem 40 anos ainda.

Nat: É, eu sei. Isso está mexendo comigo, não por eu ter ideia de ter filhos ainda porque eu já não pretendia mais, desde que engravidei da Juju eu e a mãe de vocês já batemos o martelo que seria o último e estávamos felizes com isso. Mas isso mexe com o nosso feminino né. Mas é para o meu bem, eu graças a Deus tenho vocês 5 que são tudo pra mim, eu sou muito abençoada pelos filhos que eu tenho. Minha missão como mãe agora é terminar de criar vocês.

Hugo: E que venha os netos.

Eu: Tá maluco? Hugo Smith Pugliese, se você me aparece aqui com uma criança, eu juro por Deus que eu te afogo naquela piscina. – falei nervosa e ele caiu na risada.

Hugo: Relaxa dona Priscilla estou brincando e não teremos filhos tão cedo.

Eu: Assim espero...

Nat: Enfim... É um pós cirúrgico bem difícil, bem doloroso. A mãe de vocês vai pegar licença e mais uma parte das férias dela pra poder cuidar 24 horas da casa e de vocês e de mim também. O tempo de recuperação é de 6 semanas, mas repouso relativo é de 3 meses então não posso fazer esforço, pegar peso. Preciso da colaboração de vocês que graças a Deus sempre funcionou muito bem e vai ser imprescindível agora.

Laura: A gente vai ajudar em tudo que precisar mãe.

Helena: É verdade mãe... Estaremos aqui pra tudo e tudo vai ficar bem.

Hugo: Sim. Vamos fazer tudo pra que sua recuperação seja mais fácil.

Nat: Obrigada meus amores, eu amo vocês. – conversamos muito sobre isso, tiramos dúvidas. O final de semana foi tranquilo, as meninas foram comprar material junto com o Hugo eu ajudei a Natalie com as coisas dela para a internação. Ela ficará de 48 a 72 horas no hospital. Nossa rede de apoio vai ser minha mãe, minha avó, a Lohana com a Rafa, a Emily com a Leticia minha cunhada, o Kevin meu cunhado além dos nossos filhos mais velhos. Na segunda feira saímos bem cedo, a Natalie deu um beijo em cada um deles antes de sair e fomos para o hospital. A internação dela era as 5 da manhã. As aulas retomam na quarta então quando acordassem a Maria já e a Marta já estariam lá em casa e minha avó também. Chegamos no hospital assinei a internação dela a doutora Lucélia já passou no quarto para vê-la, coletaram sangue, ela foi preparada já para a cirurgia. As 8 horas os irmãos dela chegaram lá, meu sogro foi também junto com o Kevin, ele queria estar presente. Minha mãe chegou pouco depois e a Rafa em seguida. Logo ela me entregou a aliança dela, porque tinha que tirar. – Eu te amo, cuida bem deles tá?

Eu: Amor daqui a pouco a gente se vê ok? – dei um beijo nela – Te amo, vai com Deus e volta com Ele.

Nat: Amém... Te amo...

Emilly: Vai ficar tudo bem ok... Te amo – deu um beijo nela, o irmão também.

Leandro: Vai ficar tudo bem tá filha? Papai te ama. – deu um beijo nela.

Eu: Te amo pai. – logo a levaram.

Leandro: Eu não quis ser indelicado, mas o que ela vai fazer mesmo?

Emilly: Ela vai fazer uma cirurgia pai, de retirada de útero.

Leandro: Mas eu não vou ter mais neto.

Eu: Graças a Deus né Leandro, a gente já te deu cinco. – todo mundo riu.

Leandro: É verdade. – riu também. Fomos nos sentar. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora