Capítulo 154

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PRISCILLA NARRANDO...

Nossas férias foram incríveis. Finalmente um pouco de paz, já que depois não saberemos o que é isso. Chile foi incrível, Orlando foi incrível. Eu e a Natalie estávamos tão felizes de podermos proporcionar essa viagem para a Maria com as filhas dela e a Marta com os filhos. Eles aproveitaram tanto essa viagem, e fizemos questão de arcar com todos os gastos. Foi uma viagem incrível. O final da viagem me pegou de surpresa... Natalie não quis ir as compras no ultimo dia, estava com cólica, ela estava já a alguns dias menstruada e isso vinha acontecendo com frequência. Estava ficando preocupada já. Antes de dormir, ela me contou da consulta médica, dos exames e da possibilidade de uma histerectomia. Eu fiquei chocada na hora, não pelo fato dela tirar o útero, mas por ela ser nova demais e passar por uma cirurgia grande como essa por conta da adenomiose que desenvolveu depois do parto da Ana Júlia. Era a melhor solução pra ela e isso estava mexendo muito com o feminino dela. Mesmo que ela não queira mais ter filhos, ela ficava sentindo o peso de perder algo dela tão importante, que acarretaria na ausência da menstruação, como se a colocasse numa menopausa aos 38 anos de idade. Mas era para o bem estar e qualidade de vida dela. Quando chegamos em casa, fomos colocar as coisas em ordem, colocar roupas para lavar, guardar tudo, fazer supermercado. As crianças iam para um acampamento e no mesmo dia o Hugo ia viajar com a Maria Elisa. De manhã fui a consulta da Natalie e de fato a cirurgia vai acontecer, e foi agendada para o dia 30 de julho. Nossos filhos estarão em casa e a Natalie pediu para não contar nada ate eles voltarem. Eles estavam tão felizes e ela não queria que eles viajassem preocupados com ela. Eu fiz o meu pedido de licença especial e peguei mais uns dias de férias, vou ficar um mês e meio em casa para cuidar integralmente das crianças, da casa, e da Natalie. É um pós operatório doloroso e difícil e ela precisava de muito apoio. Lukkas nos ligou informando que o Marcos sumiu que um carro com uma placa fria de São Paulo estava o cercando e ele parecia nervoso. O policial a paisana o perdeu de vista, e ele estava a pé, na entrada do colégio da minha filha. Ele simplesmente sumiu. Rosana vendeu o carro dela e transferiu dinheiro a ele. Tinha algo errado. E o que achávamos, era que ele não queria saber das crianças e sim planejava um sequestro para pedir dinheiro. Ele me ameaçava de morte para me amedrontar ou talvez por não saber o que estava fazendo e a Rosana como eu sempre pensei, nos entregou numa bandeja pra ele. Eu só queria essa mulher na cadeia e sinceramente, minha empatia pelos filhos dela e pelo marido morreu depois dela nos entregar pra um bandido. Ela não pensou na segurança dos filhos que ela dizia amar tanto. Natalie estava receosa de contar pra mãe dela sobre a cirurgia. Por mim, essa mulher não participaria de nada na nossa vida, mas era mãe dela. E pelo pai dela era melhor ela contar logo. Lohana e Rafa quando foram jantar com a gente aconselharam a contar, por causa do pai dela. No dia seguinte Natalie foi tomar café com o pai e quando ela voltou, ela estava arrasada. As crianças estavam brincando na brinquedoteca, eu subi pra falar com ela.

Eu: Amor?

Nat: Amor me deixa sozinha um pouco tá? – chorava.

Eu: Mas Natalie, você está chorando. O que aconteceu?

Nat: Só me deixa um pouco sozinha, eu juro que a gente conversa depois, mas agora eu preciso ficar sozinha. – chorava.

Eu: Tudo bem, eu vou te deixar sozinha. Estou lá embaixo com as crianças. – dei um beijo na testa dela. – Te amo.

Nat: Te amo. – eu desci e me sentei na brinquedoteca. Samuel brincava com areia cinética, ele estava amando essa areia, desde o Chile. A Juju brincava com ele, eu me sentei na mesinha com eles. 

Eu: Samuca, Juju a mamãe quer conversar com vocês sobre a mamãe Natalie.

Samuel: O que foi mamãe?

Eu: A mamãe vai ter que ficar internada uns dias, pra fazer uma cirurgia.

Samuel: Vão abrir a barriga dela?

Eu: Vão sim filho. Ela está com um dodói na barriguinha e vão precisar abrir pra tirar o dodói pra ela sarar. Só que a mamãe antes de melhorar vai sentir dor, vai precisar ficar na caminha dela, vai precisar de ajuda. Então eu vou ficar cuidando de tudo em casa, pra mamãe poder descansar. Então vocês tem que prometer que vai ajudar a cuidar da mamãe, que não vão fazer muita bagunça, nem ficar gritando. A mamãe não vai poder pegar vocês no colo, nem dar banho, porque vai demorar bastante pra melhorar o dodói.

Juju: A gente vai da beijinho mamãe.

Eu:Isso filha tem que dar beijinho pra sarar. Não pode deixar brinquedo espalhado,tem que ajudar a arrumar o quarto, tem que fazer lição de casa... – fiquei conversando com eles sobre isso. Para oSamuel tinha mais sentido que para a Juju, mas ela parecia entender um pouco daforma dela. Fui cuidar do almoço, a Maria e a Marta ainda estão de férias evoltam no dia 30 no dia da cirurgia da Natalie. Elas já sabem da cirurgia. Fiz o almoço pra gente, a Natalie nãoquis comer, eu respeitei o silêncio dela, mas estava preocupada. Mandeimensagem pra Rafa e ela disse para respeitar o espaço dela que ela precisavadisso por mais angustiante que fosse. 

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora