Capítulo 13

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O tempo estava fechando, parecia que ia chover então eu abri a porta de trás soltei o Francisco e ele entrou na casa correndo.

Laura: Mãe... Achei que viria amanhã – me abraçou.

Eu: Decidi vir de surpresa. Me ajuda com as pizzas.

Laura: Oba, pizza... – ela me ajudou com tudo.

Hugo: Oi mãe...

Eu: Oi filho. Pega minha mala e as coisas do Francisco no carro por favor. Fecha tudo tá, porque vai chover.

Hugo: Tá.

Nat: De onde surgiu tanta pizza? - ela me viu.

Eu: Oi amor.

Nat: Amor... – veio me abraçar e me beijar.

Eu: Tudo bem?

Nat: Sim e você?

Eu: Bem também. Trouxe pizzas e suco.

Nat: Ótimo, já ia pedir algo pra comer. Achei que viesse só amanhã cedo.

Eu: É, eu mudei de ideia – sorri forçado. Peguei minha mala e subi. Abri e coloquei no armário, coloquei um pijama e desci. Fui comer na mesa, as crianças viam uma série na sala e a os dois pequenos viam um desenho no ipad deitados no tapete perto de nós.

Nat: Está tudo bem? Parece tensa.

Eu: Sim está. A Lohana talvez vai subir com a família. Não é certeza.

Nat: Ah que ótimo. Espero que venha mesmo. Amanhã cedo arrumo o quarto pra elas. – ela ficou me contando sobre o dia deles na casa e eu não prestei atenção em nada. Levei a Ana Júlia para fazer a higiene dela, troquei a fralda dela, coloquei um pijama nela e a levei pra Natalie, ela queria mamar. Fiz o mesmo com o Samuel, o levei para fazer a higiene dele, coloquei um pijama nele e o coloquei pra dormir depois de ler uma história pra ele.

Eu: Vou dormir, não esqueçam de fechar as janelas da sala tá? Se chover mais forte vai molhar tudo aqui. – dei um beijo nos três – Boa noite.

Laura: Boa noite mamãe.

Hugo: Boa noite mãe.

Helena: Boa noite mãezinha. – eu subi escovei os dentes e sentei na cama. A Nat veio.

Nat: Ela apagou. Ela brincou o dia todo no quintal, foi na piscina. – entrou no banheiro escovou os dentes e voltou. – Amor... – sentou do meu lado. – Tem algo te deixando preocupada você está estranha, você veio antes o que foi? Me conta? – eu levantei e tranquei a porta. Me sentei na poltrona de frente pra ela.

Eu: A Rosana está morando no Rio de Janeiro. A audiência de quarta feira sobre o testamento foi da família dela, e achei que ela tinha me reconhecido de imediato e de fato ela me reconheceu, mas como advogada do caso na época. E ela procurou pela Lohana e hoje ela esteve novamente no fórum e procurou por mim. Ela me perguntou quem adotou os filhos dela e eu disse que era sigilo, expliquei toda a situação pra ela. Ela quer saber onde as crianças estão e quer reaver a guarda deles.

Nat: Não... Ela não tem esse direito, ela não pode fazer isso Priscilla. - ficou muito nervosa.

Eu: Ela vai fazer isso, ela pode pedir, ela pode entrar na justiça, mas conseguir o que quer é outra coisa amor. A adoção é irrevogável. A partir do momento que uma adoção totalmente legal acontece, e é finalizada, a criança não volta para a família de origem. O caso foi encerrado seis meses depois e os filhos dela deixaram de ser filhos dela e depois de mais seis meses eles foram adotados em definitivo. Ela não tem mais poder algum sobre eles. Ela não pode mudar isso. Se passaram 12 anos... – ela ficou nervosa.

Nat: Ela sabe quem você é?

Eu: Não. Ela só sabe que meu nome estava nos papeis porque na época eu era advogada no caso.

Nat: Se ela descobrir? Se ela encontra-los?

Eu: Ela não vai tê-los de volta. Isso não é possível. O máximo que ela pode conseguir e mesmo assim se eles quiserem já que eles não são mais crianças pequenas, é uma aproximação, visitas, sair para um passeio, um almoço. Mais que isso ela não consegue.

Nat: Vamos mudar pra nossa casa de Orlando. Até ela esquecer isso.

Eu: Está maluca? Você tem seu trabalho e eu tenho o meu. As crianças tem o colégio. Não podemos fugir disso Natalie. Você tem sua empresa, eu tenho o tribunal, nós temos 5 filhos que tem suas vidas aqui. Não podemos fugir disso, não muda em nada. Se for revelado a ela com quem eles estão a primeira coisa que vou fazer, vai ser abrir um processo contra a pessoa, porque ela está quebrando um sigilo judicial.

Nat: Eu não quero essa mulher perto deles, ela pode fazer mal a eles. – eu a abracei. – Como ela está?

Eu: Bem. Com a aparência mais velha que a idade que ela realmente tem. Ficou dois anos na clinica de reabilitação, foi provado que ela não tinha nada a ver com o homicídio que ela foi acusada na época, voltou a estudar, entrou na faculdade, fez enfermagem, trabalha no Barra Dor na enfermaria da UTI, tem dois filhos de 7 e 5 anos eu acho, não lembro direito. Mora aqui no Rio desde que o pai adoeceu. Completamente diferente daquela pessoa que conhecemos.

Nat: Amor... Vamos contar pra eles?

Eu: Não tem nada pra contar pra eles. Enquanto não tiver caso, não tem assunto. A vida segue como está. – a gente quase não conseguiu dormir. Eu fui dormir era quase três da manhã e sonhei com o que aconteceu a 12 anos atrás.

A GRANDE FAMÍLIA SMITH-PUGLIESEOnde histórias criam vida. Descubra agora